DEPOIS de cerca de dois anos de obras de reabilitação, o centenário Mercado Central de Maputo está com um visual renovado, imagem que não só estimula vendedores e compradores como também dá uma nova estética à zona baixa da cidade onde se localiza.
Inaugurado em 1901, há muito que o Mercado Central de Maputo precisava de uma reabilitação total, sobretudo no seu aspecto exterior. Apesar dos vários constrangimentos que marcaram o decurso da empreitada, as obras foram concluídas e, formalmente, entregues às autoridades municipais em Novembro do ano passado.
Os trabalhos resultaram numa melhoria dos serviços de feira e abrangeram o sistema de drenagem, corredores de circulação, padronização do tamanho das bancas e consequente melhoria do conforto e comodidade para os que vendem e os que compram.
A reabilitação daquele mercado, uma das várias referências da cidade de Maputo, fez com que o município ganhasse 534 novos estabelecimentos comerciais contra os anteriores 518. Cada uma das zonas de comércio encontra-se actualmente bem identificada por números, facilitando, desta forma, a sua memorização e localização.
Entretanto, para alguns comerciantes, as obras fizeram surgir vários problemas, entre os quais a perda do tamanho dos seus anteriores espaços e uma aparente redução da clientele.
A troca do frigorífico de conservação de mariscos por outro para o armazenamento de fruta é outra preocupação que tira sono aos comerciantes, revelou o chefe da Comissão do Mercado, Issufo Mahomed.
O chefe da Comissão do Mercado explicou que as obras realizadas naquele empreendimento provocaram alterações negativas que resultaram na redução do número de clientes instantâneos devido ao bloqueio do corredor interno que ligava as avenidas Zedequias Manganhela e 25 de Setembro.
“Significa que uma pessoa que não queria comprar, ao passar, era despertada para um artigo e acabava comprando. O mercado tinha a sua graça porque havia dois pólos que se uniam, as entradas norte/sul. Ora, com estas obras, eles cortaram este corredor e a parte do meio do mercado ficou sem movimento e os vendedores estão a passar mal porque esta zona ficou um labirinto. Nesta vertente estragaram o mercado”, disse Issufo.
O segundo aspecto negativo apontado por aquele comerciante tem a ver com o facto de a cobertura da zona nova ser mais baixa comparativamente à anterior, o que no Verão produz muito calor, agravando-se com a falta de um sistema de ventilação no tecto.
“Ao se querer fazer coisas bonitas, foram descurados outros aspectos importantes. Ao se fazer a obra, abandonou-se o modelo anteriormente proposto que ia garantir uma mais-valia para o município e comerciantes. Para se melhorar, é necessário mudar de configuração de apenas oito bancas e permitir que o mercado volte a ter a estética anterior”, acrescentou a fonte.
Em resposta a estas preocupações, Arnaldo Monteiro, director municipal de Mercados e Feiras, disse que a questão do frigorífico será corrigida, pois trata-se de um erro do empreiteiro que trocou as configurações termoestáticas.
“No que diz respeito ao tamanho das bancas, houve uma padronização. O município não podia encomendar bancas de acordo com o tamanho que cada um tinha porque não seria exequível e prático. Pensamos que agora o mercado está melhor organizado, sectorizado e apresentado”, frisou Monteiro.
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