Enquanto Guebuza e Dhlakama trocam acusações
Para além de dezenas de mortos e feridos que se registaram a semana passada entre Muxúnguè e o Rio Save, duas unidades sanitárias estão encerradas ao longo do referido troço devido ao conflito armado
Do distrito da Gorongosa, cerca de 250 quilómetros a norte de Muxúnguè, fontes civis reportam-nos que os confrontos agravaram-se na última sem
Para além de dezenas de mortos e feridos que se registaram a semana passada entre Muxúnguè e o Rio Save, duas unidades sanitárias estão encerradas ao longo do referido troço devido ao conflito armado
Do distrito da Gorongosa, cerca de 250 quilómetros a norte de Muxúnguè, fontes civis reportam-nos que os confrontos agravaram-se na última sem
ana e “ouve-se como nunca explosões de armas pesadas”
Muxúnguè (Canalmoz) – Enquanto a partir do conforto da capital do país, Maputo, se discute a nomenclatura do fenómeno, se é “tensão político-militar” ou “ataques militares”, a verdade é que o inferno continua no troço Muxúnguè-Save, a sul do Inchope, com prolongamento para o interior da Gorongosa, a norte do Inchope (“Corredor da Beira” ou N6) sendo os inocentes os mais sacrificados. A morte dos militares das Forças Armadas de Defesa de Moçambique e da FIR que estão numa missão pouco clara de perseguição ao líder da Renamo dá a real dimensão de que as armas e a arrogância venceram o bom senso.
Dados colhidos pela nossa equipa de reportagem estacionada naquele troço indicam que, só na semana passada, chegaram mesmo a acontecer 10 confrontos, ora em ataques às viaturas militares que escoltam civis, ora no interior das matas do distrito da Gorongosa, onde fazendo uso de aramanto pesado o líder da Renamo continua a ser perseguido por unidades do exército às ordens do presidente da República que é simultaneamente o presidente da Frelimo.
Em Muxúnguè, de várias fontes colocadas em organismos oficiais, confirmámos que 17 pessoas perderam a vida e 28 contraíram ferimentos graves só no troço entre Muxúngué (156 quilómetros a sul do Inchope) e o Rio Save (100 quilómetros a sul de Muxúnguè). Deste número, segundo as mesmas fontes, 16 são militares das FADM e um é civil. Dos feridos, 21 são militares e sete são civis. Oficialmente os organismos não fornecem informações porque têm instruções superiores a partir do Governo em Maputo para esconderem a verdade e impedirem o público de saber o que está a passar-se realmente na zona centro do país.
Este conflito está a levar ao desespero os cidadãos que vivem dependentes da actividade suscitada pelo tráfego na Nacional Número 1, sobretudo os residentes nos distritos de Machanga e Chibabava, no Sul da província de Sofala.
Todo o país está a recentir-se do que está a suceder neste troço rodoviário Muxúnguè-Save. As hostilidades em vez de estarem a dissipar fruto do chamado “diálogo” em Maputo, estão a agravar-se. Continuar-se a tentar evitar chamar guerra civil ao que se está a passar no terreno é um mero exercício de retórica política.
Por volta das 15 horas de sábado, aconteceu mais um ataque a uma coluna em Muxúnguè, na EN1. Nesse ataque, um militar ficou gravemente ferido.
No período da manhã do mesmo sábado, quando eram 09 horas, uma viatura das Forças de Defesa e Segurança ficou imobilizada por ter sido atingida por fogo disparado por homens que emboscaram e atacaram a coluna. Isso aconteceu na primeira coluna de escolta militar que seguia no sentido sul, Muxúnguè-Save. O ataque deu-se a cerca de 10 quilómetros a norte do rio Ripembe. A viatura militar, um 4x4, ficou com o radiador furado pela acção dos homens armados.
Ainda no sábado, uma viatura militar deu entrada no Hospital Rural de Muxúnguè para deixar mais feridos dos constantes combates registados naquela região do país.
As autoridades do Hospital Rural de Muxúnguè já anunciaram que não é da sua responsabilidade pronunciarem-se sobre os efeitos dos episódios militares que estão a suceder-se na região.
Entretanto, fontes civis residentes na zona da Serra da Gorongosa reportaram ao Canalmoz que na semana passada intensificaram-se os confrontos na zona tendo estes atingido proporções nunca antes sentidas. “A intensidade das explosões que se ouvem é muito frequente e pelo som trata-se de armas pesadas”.
Duas unidades sanitárias encerradas
Outro dado de registo é que há pelo menos duas unidades sanitárias do distrito de Machanga, no Sul da província de Sofala, encerradas devido ao conflito armado. Segundo dados em nosso poder, as unidades sanitárias encerradas são as do posto administrativo de Zove e de Chuira, nas proximidades do rio Ripembe. Fecharam por falta de abastecimento de medicamentos e de pessoal de assistência.
O posto de Zove funcionou até ao princípio deste ano e encerrou.
As autoridades sanitárias locais revelaram à nossa reportagem que enquanto prevalecer a situação militar na zona, as pessoas são obrigadas a percorrer 30 a 80 km para encontrar uma unidade sanitária. “Aqueles residentes, só possuem três hipóteses para serem assistidos pelo pessoal da Saúde: virem a Muxúnguè, ao Hospital Rural, ou viajarem entre 30 a 80 quilómetros para os centros de saúde da Machanga”, na província de Sofala, “ou Vila Franca do Save”, este já na província de Inhambane, concluiu o médico-chefe do hospital Rural de Muxúnguè, Pedro Vidamão quando abordado pela nossa Reportagem.
(José Jeco, nosso enviado a Muxúnguè)
Canalmoz
Muxúnguè (Canalmoz) – Enquanto a partir do conforto da capital do país, Maputo, se discute a nomenclatura do fenómeno, se é “tensão político-militar” ou “ataques militares”, a verdade é que o inferno continua no troço Muxúnguè-Save, a sul do Inchope, com prolongamento para o interior da Gorongosa, a norte do Inchope (“Corredor da Beira” ou N6) sendo os inocentes os mais sacrificados. A morte dos militares das Forças Armadas de Defesa de Moçambique e da FIR que estão numa missão pouco clara de perseguição ao líder da Renamo dá a real dimensão de que as armas e a arrogância venceram o bom senso.
Dados colhidos pela nossa equipa de reportagem estacionada naquele troço indicam que, só na semana passada, chegaram mesmo a acontecer 10 confrontos, ora em ataques às viaturas militares que escoltam civis, ora no interior das matas do distrito da Gorongosa, onde fazendo uso de aramanto pesado o líder da Renamo continua a ser perseguido por unidades do exército às ordens do presidente da República que é simultaneamente o presidente da Frelimo.
Em Muxúnguè, de várias fontes colocadas em organismos oficiais, confirmámos que 17 pessoas perderam a vida e 28 contraíram ferimentos graves só no troço entre Muxúngué (156 quilómetros a sul do Inchope) e o Rio Save (100 quilómetros a sul de Muxúnguè). Deste número, segundo as mesmas fontes, 16 são militares das FADM e um é civil. Dos feridos, 21 são militares e sete são civis. Oficialmente os organismos não fornecem informações porque têm instruções superiores a partir do Governo em Maputo para esconderem a verdade e impedirem o público de saber o que está a passar-se realmente na zona centro do país.
Este conflito está a levar ao desespero os cidadãos que vivem dependentes da actividade suscitada pelo tráfego na Nacional Número 1, sobretudo os residentes nos distritos de Machanga e Chibabava, no Sul da província de Sofala.
Todo o país está a recentir-se do que está a suceder neste troço rodoviário Muxúnguè-Save. As hostilidades em vez de estarem a dissipar fruto do chamado “diálogo” em Maputo, estão a agravar-se. Continuar-se a tentar evitar chamar guerra civil ao que se está a passar no terreno é um mero exercício de retórica política.
Por volta das 15 horas de sábado, aconteceu mais um ataque a uma coluna em Muxúnguè, na EN1. Nesse ataque, um militar ficou gravemente ferido.
No período da manhã do mesmo sábado, quando eram 09 horas, uma viatura das Forças de Defesa e Segurança ficou imobilizada por ter sido atingida por fogo disparado por homens que emboscaram e atacaram a coluna. Isso aconteceu na primeira coluna de escolta militar que seguia no sentido sul, Muxúnguè-Save. O ataque deu-se a cerca de 10 quilómetros a norte do rio Ripembe. A viatura militar, um 4x4, ficou com o radiador furado pela acção dos homens armados.
Ainda no sábado, uma viatura militar deu entrada no Hospital Rural de Muxúnguè para deixar mais feridos dos constantes combates registados naquela região do país.
As autoridades do Hospital Rural de Muxúnguè já anunciaram que não é da sua responsabilidade pronunciarem-se sobre os efeitos dos episódios militares que estão a suceder-se na região.
Entretanto, fontes civis residentes na zona da Serra da Gorongosa reportaram ao Canalmoz que na semana passada intensificaram-se os confrontos na zona tendo estes atingido proporções nunca antes sentidas. “A intensidade das explosões que se ouvem é muito frequente e pelo som trata-se de armas pesadas”.
Duas unidades sanitárias encerradas
Outro dado de registo é que há pelo menos duas unidades sanitárias do distrito de Machanga, no Sul da província de Sofala, encerradas devido ao conflito armado. Segundo dados em nosso poder, as unidades sanitárias encerradas são as do posto administrativo de Zove e de Chuira, nas proximidades do rio Ripembe. Fecharam por falta de abastecimento de medicamentos e de pessoal de assistência.
O posto de Zove funcionou até ao princípio deste ano e encerrou.
As autoridades sanitárias locais revelaram à nossa reportagem que enquanto prevalecer a situação militar na zona, as pessoas são obrigadas a percorrer 30 a 80 km para encontrar uma unidade sanitária. “Aqueles residentes, só possuem três hipóteses para serem assistidos pelo pessoal da Saúde: virem a Muxúnguè, ao Hospital Rural, ou viajarem entre 30 a 80 quilómetros para os centros de saúde da Machanga”, na província de Sofala, “ou Vila Franca do Save”, este já na província de Inhambane, concluiu o médico-chefe do hospital Rural de Muxúnguè, Pedro Vidamão quando abordado pela nossa Reportagem.
(José Jeco, nosso enviado a Muxúnguè)
Canalmoz
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