Cidade da Beira vai ser dividida
Numa decisão que lembra a anexação da Crimeia à Rússia, o governo provincial de Sofala propõe a divisão da segunda maior cidade do país, com o objectivo de criar um novo distrito. O presidente do município, Daviz Simango, defende que a Frelimo quer enfraquecer a oposição. Mas pode o governo provincial dividir Beira? Vamos por partes
No dia 11 de Junho passado, o representante do Estado na cidade da Beira, José António, apresentou a proposta de divisão territorial da cidade, fundamentando a decisão com o fraco grau de desenvolvimento socioeconómico, necessidade de desenvolvimento local e crescimento populacional.
Os argumentos para a desanexação estendem-se à prestação dos serviços urbanos nas áreas rurais como Nhangau, Tchonja, Matadouro e parte de Inhamízua e é vista como uma solução para o desequilíbrio na distribuição dos equipamentos e serviços sociais e para a falta de meios económicos e técnicos.
Para o governo provincial, a ideia resultará em medidas que vão ao encontro dos interesses locais, particularmente a descentralização das actividades socioeconómicas, acesso aos serviços básicos e criação de pólos de desenvolvimento, bem como a construção de novas infra-estruturas, equipamentos e serviços.
Essencialmente, o município da Beira passaria a ter apenas seis bairros, contra os actuais 26, e veria desanexados quatro postos administrativos, que incluem zonas de forte influência política como Munhava Matope.
Mas a divisão é ainda mais profunda. Só para ter uma ideia, os cemitérios todos, o Aeroporto Internacional e a lixeira municipal passariam a pertencer ao novo distrito. Em outras palavras, Beira ficaria sem as infra-estruturas que lhe garantem a classificação de cidade do grupo B e seria reduzida a uma pequena vila do tipo Ribáuè ou Catandica.
O País
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