Táxi-ciclistas cercados pela FIR no 1º de Maio
A Organização dos Trabalhadores de Moçambique – Central Sindical (OTM-CS) na província da Zambézia, mostrou-se contrária ao facto de a Força de Intervenção Rápida (FIR) ter proibido os operadores de táxi-bicicleta, na cidade de Quelimane, de participarem no desfile do Dia Internacional dos Trabalhadores assinalado a 1 de Maio corrente.
Na última segunda-feira, o secretário provincial da OTM-CS, Caetano Galhardo, convocou a Imprensa para afastar qualquer ligação entre a postura tomada pela FIR e a organização sindical que dirige, afirmando não conhecer a motivação que levou aquela corporação policial a actuar daquela maneira.
Na óptica daquele dirigente sindical, a postura da Polícia de Intervenção Rápida, de proibir aqueles trabalhadores de se manifestarem por ocasião do seu dia, contraria o discurso do Presidente da República, Armando Guebuza, segundo o qual, de acordo com as suas palavras, o combate à pobreza passa pelo auto-emprego.
Considerou que, naquelas circunstâncias, os operadores de táxi-bicicleta são empreendedores que, de acordo com as suas palavras, lutando contra todas as adversidades, procuram ganhar o seu pão diário, através do seu trabalho árduo.
"Não conhecemos quem deu ordens para impedir os taxistas de desfilarem e nem as motivações para tal facto. Por isso, qualquer assunto a esse respeito, a Força de Intervenção Rápida ou o Comando Provincial é que deve prestar os devidos esclarecimentos à sociedade”, disse Caetano Galhardo.
Passados dez dias, o assunto do impedimento do desfile dos taxistas continua a alimentar a conversa na cidade de Quelimane, com os munícipes a afirmar que a Força de Intervenção Rápida revelou uma profunda falta de cultura democrática e respeito pelos direitos dos trabalhadores informais.~
Lemos Pedro, membro da Comissão Instaladora da Associação de Táxi-Ciclistas, na cidade de Quelimane, afirma que, para além da sua proposta de desfilar ter sido aceite pela OTM-CS, tinham uma autorização do Conselho Municipal para o fazer. Só que para a surpresa de todos, segundo explica o nosso entrevistado, em pleno desfile a sua marcha foi imobilizada pela Força de Intervenção Rápida como se de um grupo de criminosos se tratasse.
Entretanto, a Polícia da República de Moçambique (PRM), na província da Zambézia, diz que tomou aquela posição como forma de evitar a perturbação da ordem pública por parte dos táxi-ciclistas, pois, de acordo com o porta-voz do Comando Provincial da corporação, Ernesto Serrote, citado pela Rádio Moçambique, os taxistas eram muitos e podiam perturbar a ordem.
As explicações dadas por Serrote não convencem a opinião pública e há informações indicando que algumas hierarquias dentro da corporação estão aborrecidas com quem deu ordens para que tal acontecesse.
Jocas Achar, Notícias
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