Abdul Carimo Sau ou Rabia Valgy prováveis presidentes da CNE
Os três membros da sociedade civil para a Comissão Nacional de Eleições (CNE) foram seleccionados pela Assembleia da República, AR, na quarta-feira. A CNE selecciona o seu próprio presidente dentre os três membros da sociedade civil, que provavelmente vão seleccionar Abdul Carimo Sau ou Rabia Valgy. Ambos encabeçaram, com o mesmo numero de votos, a escolha da AR.
A nova CNE terá 13 membros: 5 da Frelimo, 2 da Renamo, 1 do Movimento Democrático de Moçambique, MDM, um juiz, um procurador, e 3 membros da sociedade civil.
Os grupos da sociedade civil nomearam 29 candidatos para a CNE. Uma comissão ad hoc da AR (5 da Frelimo e 1 do MDM) preparou uma lista de 14 finalistas e a Assembleia votou por seis (3 membros e 3 suplentes). A Renamo não participou na votação em que estiveram envolvidos 167 deputados da Frelimo e 8 do MDM. Embora o voto fosse secreto, foi claro que a Frelimo deu instruções de voto aos membros do partido na AR. Os resultados foram:
Membros efectivos da CNE:
Abdul Carimo Sau, 159 votos
Rabia Valgy, 159 votos
Paulo Cuinica, 155 votos
Suplentes
Delfim de Deus, 154 votos
Jeremias Timana, 153 votos
Julio Cunela, 153 votos
Carimo Sau é Director Executivo do Observatório Eleitoral, a coligação de grupos da sociedade civil que tem vindo a fazer a monitoria mais consistente das eleições. A coligação inclui as principais denominações religiosas (Católicas, Protestantes e Muçulmanas) e ONGs como a Liga dos Direitos Humanos. Carimo Sau preside também ao Conselho Islâmico de Moçambique, CISLAMO. Foi proposto pelo Centro de Estudos de Democracia e Desenvolvimento, CEDE.
Rabia Valgy e Cuinica são ambos membros da CNE cessante. Valgy foi nomeada por um grupo não conhecido da sociedade civil chamado Associação Luta Contra a Pobreza. Cuinica tem trabalhado para a coligação da sociedade civil conhecida pelo G-20 e foi designado pelo Observatório Eleitoral.
Delfim de Deus foi proposto pela Ordem dos Advogados. Timana é também membro da CNE cessante e secretário-geral do Consilmo, a federação sindical mais pequena. Cunela foi proposto pelo Observatório Eleitoral e é reitor do Instituto Superior de Gestão, Comércio e Finanças. A Frelimo rejeitou claramente a candidatura do juiz ex-membro do Conselho Constitucional João Carlos Trindade, que a AIM considerou ser “de longe o candidato mais qualificado”, assim como o proeminente jornalista Salomão Moyana.
Outros membros da CNE
Os cinco membros da Frelimo que são membros da CNE, são:
António Chipanga, jurista, membro da CNE desde 2002.
Rodrigues Timba, jurista e membro da CNE desde 2007.
António Muacorica, um economista que foi membro de duas anteriores CNEs, em 1999 e 2002.
Abílio da Conceição Dirual, analista de sistemas.
Eugénia Chimpene, jurista.
O MDM nomeou Bernabé Ncomo, historiógrafo e autor de um livro sobre Uria Simango, o pai do lider do MDM Deviz Simango.
Falta nomear quatro membros: um Juiz indicado pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial e um Procurador indicado pelo Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público. A Renamo recusou nomear os 2 membros que lhe competem.
Leopoldo da Costa retira a sua candidatura.
A sociedade civil aparece na composição das Comissões Eleitorais para equilibrar este órgão e conferir ao mesmo alguma despartidarização e imparcialidade. Entretanto, diversas organizações da sociedade civil vieram a público denunciar aquilo a que chamaram de “excessiva interferência política” no processo de selecção dos membros da sociedade civil para as Comissão Eleitorais, com o propósito de colocar nos órgãos eleitorais individualidades ligadas ao partido Frelimo.
Ao nível da CNE, a polémica esteve em torno da candidatura de João Leopoldo da Costa, um membro da Frelimo, visto vestido a rigor com bandeiras deste partido algumas vezes, durante a sua participação em grandes reuniões do mesmo. Leopoldo da Costa concorria para a sua própria sucessão na direcção daquele órgão eleitoral, supostamente proposto pela Organização Nacional dos Professores (ONP).
Os líderes da ONP apareceram em público a refutar tais informações e alegaram falsificação de assinaturas por parte de alguns membros da agremiação, que também são membros activos da Frelimo.
Toda esta polémica não impediu que a Comissão Ad-Hoc da AR para selecção de membros da Sociedade Civil para a CNE, validasse a candidatura de Leopoldo da Costa. O argumento foi de que a candidatura dele enfermava de “irregularidades sanáveis”, tal como grande parte das candidaturas que receberam.A Comissão Ad-hoc recebeu 29 candidaturas, das quais apenas 16 foram seleccionadas, incluíndo a de Leopoldo da Costa. Alguns candidatos da sociedade civil retiraram as suas candidaturas alegando falta de transparência e viciação no processo de selecção. No dia seguinte à validação da candidatura de Leopoldo da Costa e envio da lista dos candidatos à plenária, eis que ele decidiu retirar a sua candidatura.
Sem candidatos:
Os três membros da sociedade civil para a Comissão Nacional de Eleições (CNE) foram seleccionados pela Assembleia da República, AR, na quarta-feira. A CNE selecciona o seu próprio presidente dentre os três membros da sociedade civil, que provavelmente vão seleccionar Abdul Carimo Sau ou Rabia Valgy. Ambos encabeçaram, com o mesmo numero de votos, a escolha da AR.
A nova CNE terá 13 membros: 5 da Frelimo, 2 da Renamo, 1 do Movimento Democrático de Moçambique, MDM, um juiz, um procurador, e 3 membros da sociedade civil.
Os grupos da sociedade civil nomearam 29 candidatos para a CNE. Uma comissão ad hoc da AR (5 da Frelimo e 1 do MDM) preparou uma lista de 14 finalistas e a Assembleia votou por seis (3 membros e 3 suplentes). A Renamo não participou na votação em que estiveram envolvidos 167 deputados da Frelimo e 8 do MDM. Embora o voto fosse secreto, foi claro que a Frelimo deu instruções de voto aos membros do partido na AR. Os resultados foram:
Membros efectivos da CNE:
Abdul Carimo Sau, 159 votos
Rabia Valgy, 159 votos
Paulo Cuinica, 155 votos
Suplentes
Delfim de Deus, 154 votos
Jeremias Timana, 153 votos
Julio Cunela, 153 votos
Carimo Sau é Director Executivo do Observatório Eleitoral, a coligação de grupos da sociedade civil que tem vindo a fazer a monitoria mais consistente das eleições. A coligação inclui as principais denominações religiosas (Católicas, Protestantes e Muçulmanas) e ONGs como a Liga dos Direitos Humanos. Carimo Sau preside também ao Conselho Islâmico de Moçambique, CISLAMO. Foi proposto pelo Centro de Estudos de Democracia e Desenvolvimento, CEDE.
Rabia Valgy e Cuinica são ambos membros da CNE cessante. Valgy foi nomeada por um grupo não conhecido da sociedade civil chamado Associação Luta Contra a Pobreza. Cuinica tem trabalhado para a coligação da sociedade civil conhecida pelo G-20 e foi designado pelo Observatório Eleitoral.
Delfim de Deus foi proposto pela Ordem dos Advogados. Timana é também membro da CNE cessante e secretário-geral do Consilmo, a federação sindical mais pequena. Cunela foi proposto pelo Observatório Eleitoral e é reitor do Instituto Superior de Gestão, Comércio e Finanças. A Frelimo rejeitou claramente a candidatura do juiz ex-membro do Conselho Constitucional João Carlos Trindade, que a AIM considerou ser “de longe o candidato mais qualificado”, assim como o proeminente jornalista Salomão Moyana.
Outros membros da CNE
Os cinco membros da Frelimo que são membros da CNE, são:
António Chipanga, jurista, membro da CNE desde 2002.
Rodrigues Timba, jurista e membro da CNE desde 2007.
António Muacorica, um economista que foi membro de duas anteriores CNEs, em 1999 e 2002.
Abílio da Conceição Dirual, analista de sistemas.
Eugénia Chimpene, jurista.
O MDM nomeou Bernabé Ncomo, historiógrafo e autor de um livro sobre Uria Simango, o pai do lider do MDM Deviz Simango.
Falta nomear quatro membros: um Juiz indicado pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial e um Procurador indicado pelo Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público. A Renamo recusou nomear os 2 membros que lhe competem.
Leopoldo da Costa retira a sua candidatura.
A sociedade civil aparece na composição das Comissões Eleitorais para equilibrar este órgão e conferir ao mesmo alguma despartidarização e imparcialidade. Entretanto, diversas organizações da sociedade civil vieram a público denunciar aquilo a que chamaram de “excessiva interferência política” no processo de selecção dos membros da sociedade civil para as Comissão Eleitorais, com o propósito de colocar nos órgãos eleitorais individualidades ligadas ao partido Frelimo.
Ao nível da CNE, a polémica esteve em torno da candidatura de João Leopoldo da Costa, um membro da Frelimo, visto vestido a rigor com bandeiras deste partido algumas vezes, durante a sua participação em grandes reuniões do mesmo. Leopoldo da Costa concorria para a sua própria sucessão na direcção daquele órgão eleitoral, supostamente proposto pela Organização Nacional dos Professores (ONP).
Os líderes da ONP apareceram em público a refutar tais informações e alegaram falsificação de assinaturas por parte de alguns membros da agremiação, que também são membros activos da Frelimo.
Toda esta polémica não impediu que a Comissão Ad-Hoc da AR para selecção de membros da Sociedade Civil para a CNE, validasse a candidatura de Leopoldo da Costa. O argumento foi de que a candidatura dele enfermava de “irregularidades sanáveis”, tal como grande parte das candidaturas que receberam.A Comissão Ad-hoc recebeu 29 candidaturas, das quais apenas 16 foram seleccionadas, incluíndo a de Leopoldo da Costa. Alguns candidatos da sociedade civil retiraram as suas candidaturas alegando falta de transparência e viciação no processo de selecção. No dia seguinte à validação da candidatura de Leopoldo da Costa e envio da lista dos candidatos à plenária, eis que ele decidiu retirar a sua candidatura.
Sem candidatos:
Renamo firme no seu posicionamento
A Renamo, o maior partido da oposição no país, desde o ano passado está a afirmar que não vai participar nas eleições autárquicas deste ano e nas gerais do próximo ano, e continua firme na sua posição.
Este partido, que deveria ter dois representantes na CNE, bem como nas comissões provinciais e distritais, não apresentou nenhum candidato.
No dia 10 de Abril tomaram posse, em todo o país, os membros das Comissões Provinciais de Eleições indicados pelos partidos políticos com assento no Parlamento, excluíndo da Renamo que, desde o ano passado vem anunciando boicote às eleições. O mesmo aconteceu ao nível das comissões distritais.
A “dura” posição da Renamo começou a fazer-se sentir no dia 27 de Março, quando a sua bancada parlamentar se recusou a eleger duas pessoas para integrar a CNE. Por causa disso, o parlamento acabou por eleger seis dos oito elementos a que tem direito. A Frelimo fez eleger cinco personalidades, nomeadamente, António Chipanga, Rodrigues Timba, António Muacoarica, Abílio Durai e Eugénia Chimpene; e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), segunda maior força partidária da oposição no país, avançou com o nome de Barnabé Ncomo.
A Renamo recusou-se a indicar um deputado para integrar a comissão ad-hoc criada em finais de Março para seleccionar membros da sociedade civil.
A Renamo diz que não há ambiente para a realização de eleições e constantemente tem estado a fazer ameaças de boicote as pleitos de 2013 e 2014.
A Renamo, o maior partido da oposição no país, desde o ano passado está a afirmar que não vai participar nas eleições autárquicas deste ano e nas gerais do próximo ano, e continua firme na sua posição.
Este partido, que deveria ter dois representantes na CNE, bem como nas comissões provinciais e distritais, não apresentou nenhum candidato.
No dia 10 de Abril tomaram posse, em todo o país, os membros das Comissões Provinciais de Eleições indicados pelos partidos políticos com assento no Parlamento, excluíndo da Renamo que, desde o ano passado vem anunciando boicote às eleições. O mesmo aconteceu ao nível das comissões distritais.
A “dura” posição da Renamo começou a fazer-se sentir no dia 27 de Março, quando a sua bancada parlamentar se recusou a eleger duas pessoas para integrar a CNE. Por causa disso, o parlamento acabou por eleger seis dos oito elementos a que tem direito. A Frelimo fez eleger cinco personalidades, nomeadamente, António Chipanga, Rodrigues Timba, António Muacoarica, Abílio Durai e Eugénia Chimpene; e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), segunda maior força partidária da oposição no país, avançou com o nome de Barnabé Ncomo.
A Renamo recusou-se a indicar um deputado para integrar a comissão ad-hoc criada em finais de Março para seleccionar membros da sociedade civil.
A Renamo diz que não há ambiente para a realização de eleições e constantemente tem estado a fazer ameaças de boicote as pleitos de 2013 e 2014.
Número EA 2 - 17 de Maio de 2013
Publicado por CIP, Centro de Integridade Pública, e AWEPA, Parlamentares Europeus para a Africa
Editor: Joseph Hanlon
No comments:
Post a Comment