O secretário-geral das Nações Unidas defendeu hoje que Moçambique "está no bom caminho", durante uma mesa redonda em Maputo sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, na qual ouviu críticas à situação de direitos humanos no país.
Ban Ki-moon chegou hoje a Maputo para uma visita oficial de dois dias, a convite do governo moçambicano, antes de participar, em Adis Abeba, na comemoração dos 50 anos da União Africana.
"Moçambique está no caminho certo, e as Nações Unidas estão comprometidas em caminharem convosco, lado a lado, de mão dada", disse Ban ki-moon, num discurso lido perante centenas de pessoas no Centro de Conferências Joaquim Chissano.
"Por toda a a África, vemos crescimento. Economias estão a crescer. Liberdade e boa governação estão a crescer. A confiança está a crescer. Isto é o que eu vejo em Moçambique. Um país renascido, uma nação em movimento, um povo com confiança no futuro", disse o secretário-geral da ONU.
No seu discurso, Ban ki-moon alertou para o perigo das alterações climáticas, que, disse, estão a acontecer "mais depressa do que se previa", e recordou que Moçambique "é um dos países mais vulneráveis ao fenómeno".
Falando sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, Ban ki-moon reconheceu que a crise financeira internacional, nomeadamente na União Europeia, pode causar dificuldades.
"É importante que que não permitamos que dificuldades orçamentais desgastem" o processo, disse, concluindo: "continuaremos a batermo-nos para que os países alcancem 0,7 do objectivo da Assistência Oficial de Desenvolvimento", disse.
Na discussão que se seguiu, o secretário-geral da ONU ouviu representantes da sociedade civil afirmarem que, no campo de alguns direitos humanos, a situação está longe de ser perfeita.
"Moçambique é a o país (da África Austral) com a maior taxa de casamentos prematuros, cerca de 54 por cento", disse Albino Francisco, do Forum das Organizações dos Direitos das Crianças.
Em consequência, "milhares de crianças são, todos os anos, postas fora da escola e fora das suas famílias", disse Francisco, que denunciou ainda situações de trabalho infantil e de tráfico de menores.
Frida Gulamo, da Associação de Pessoas Vivendo com Deficiência, descreveu a "extrema pobreza" em que vive a maioria dos deficientes, "que não beneficiam de apoios médicos e não têm os mesmos direitos dos outros cidadãos" de Moçambique.
(RM/Lusa)
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