A greve no sector da Saúde entra hoje no seu quarto dia consecutivo, com o Governo e a Associação Médica de Moçambique (AMM) a ensaiar o retorno ao diálogo visando eliminar as diferenças por detrás da paralisação.
Segundo escreve o diário Notícias, o Ministério da Saúde enviou na última segunda-feira uma carta à AMM manifestando o desejo de retomar o diálogo interrompido a 16 de Maio último devido a divergências na forma como as conversações deviam decorrer.
Francelina Romão, porta-voz do MISAU, é citada por aquele jornal a dizer que a carta enviada à AMM manifestava preocupação pelo alegado facto de aquela agremiação nunca mais ter atendido aos convites anteriormente enviados com o mesmo propósito, situação que poderia ter permitido já o reinício do diálogo, visando encontrar-se uma saída para o diferendo entre as partes.
Em resposta datada de terça-feira, dia 21 de Maio corrente, a AMM reitera a sua disponibilidade de reiniciar o diálogo com o Governo, mas na condição de o mesmo envolver não só a classe médica como também “a Comissão de Profissionais de Saúde Unidos (PSU), e representantes do Ministério da Saúde ao mais alto nível e quem de direito por parte do Executivo moçambicano”.
A carta refere que nessas condições o diálogo poderá avançar prontamente com vista ao alcance de soluções concretas e retorno da harmonia social no sector da Saúde e na sociedade moçambicana.
Aliás, a participação dos PSU no diálogo constitui o principal mote da ruptura que se registou no diálogo de 16 de Maio último, já que o Governo se opõe à presença do grupo por falta de reconhecimento legal, enquanto a AMM coloca a presença destes como condição sine qua non para se avançar com as negociações.
Sobre esta exigência dos médicos, Francelina Romão reitera que a presença dos PSU no diálogo é uma questão de legalidade e de organização de um processo que envolve interesses numa instituição. Segundo a porta-voz do MISAU, à AMM foi explicado no último encontro que a base do diálogo com o Governo é o memorando de entendimento rubricado em Janeiro e que a participação de qualquer outro interlocutor carece da abertura de um novo canal para que não se misturem agendas e se faça confusão de objectivos.
A AMM reiterou, segundo o jornal Notícias, que a aceitação pelo Governo da participação dos Profissionais de Saúde Unidos no diálogo é fundamental para que o diálogo reinicie.
RM
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