Por Edwin Hounnou
Os Bispos da Reunião Inter-Regional da Africa
Austral, IMBISA, que representa Moçambique, África do Sul, Angola, Botswana,
Lesotho, Namíbia, São Tmé e Príncipe, Swazilândia e Zimbabwe, visitaram Maputo,
há dias, para pedir ao Presidente Armando Guebuza ajuda para o Zimbabwe ter
eleições justas, livres e transparentes, em Junho próximo, a fim de evitar a
repetição dos acontecimentos de 2008, em que a ZANU, de Robert Mugabe, mesmo
derrotada, encetou uma onda de violência contra MDC.
“Vimos falar consigo à busca de ajuda para
garantir a realização de eleições harmonizadas pacíficas a ter lugar, este no
ano, no Zimbabwe. Decidimos fazer este pedido a si e a outros líderes da SADC
para evitar a reedição de 2008, quando foi desencadeada a violência sem precedentes,
durante a segunda volta das eleições presidenciais”, rogaram os bispos. Como se
pode pedir a lobo que lhe salve da violência de outro lobo, igualmente, enfurecido?
Os zimbabweanos não acreditam no regime de
Mugabe nem nos seus órgãos eleitorais. Para a ZANU-PF continuar no poder,
prendeu e torturou os líderes da oposição, Tsivangirai incluído. O que acontece
no Zimbabwe, passa-se, também, em Moçambique. O partido no governo, no nosso
país, usa, de forma recorrente, a Força de Intervenção Rápida para bater e
prender elementos da oposição e infesta os órgão eleitorais, de base ao topo,
de seus militantes.
Se Mugabe tinha a sua 5ª Brigada para fazer
limpeza étnica e continuar a cavalgar o povo, Guebuza socorre-se da sua FIR
para intimidar partidos da oposição e provocar abstenções massivas de eleitores
das potenciais zonas da oposição pata, também, obter vitórias retumbantes, como
eles costumam se vangloriar.
A exclusão de candidatos a presidente da
República, nas eleições de 2009, e a interdição de particpar em vários círculos
eleitorais, pelo MDM e Renamo, através de roubo de documentos essenciais das
listas, não dignificam a democracia. A Renamo que se havia aliado à Frelimo na
fraude contra o MDM, acordou também excluída de vários círculos. Guebuza está
conotado com a intolerância política e exclusão económica por que o País passa.
As oportunidades de negócios do Estado ficam com Guebuza e sua
família.
As boas práticas consultam-se à gente de bem.
Tsivangirai foi sujeito a passar, na Ponta Vermelha, por um detector de metais
enquanto a delegação da ZANU-PF foi recebida com honras de estado. É fácil
concluir de que lado vai estar Guebuza, no caso do Zimbabwe. O IMBISA acabou de
fazer um exercício diplomático inútil. O processo eleitoral do Zimbabwe vai
provar de que Guebuza se posiciona. A violência, em Moçambique, contra a
oposição é desenhada a partir da Frelimo de Guebuza.
Frelimo e seus agentes vandalizam, destroem e
incendeiam as sedes de partidos da oposição não tem nada de bom para aconselhar
aos outros. Guebuza não é bom conselheiro, ele só pode ensinar como fazer
fraudes para permanecer no poder mesmo tendo visto um cartão vermelho.
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