Por Edwin Hounnou
O governo chegou a um extremo
inaceitável e perigoso. O povo é, de novo, chamado a resistir para pôr termo aos
execessos e ameaças ao povo. O recurso à Força de Intervenção Rápida – uma
força privada do governo - é um forte sinal de medo que tomou de assalto os
governantes que vivem de pavor de ser assaltado pelo povo que atingiu a
exaustão. Pouca gente acreditava que Armando Guebuza fosse capaz de, alguma vez,
transformar o Estado de Direito e Democrático que herdou de Joaquim Chissano num
estado terrorista, com intolerantes e pouco dialogantes que pisam e infundem
medo, como acontece em estados fascistas e autocráticos. Se a soberania emana
do povo, segundo a Constituição, chegou a hora de dizer basta.
No passado, eram os líderes dos madgermane os principais clientes das
celas das esquadras, por exigirem os seus dinheiros roubados pelo governo. A
seguir são os desmobilizados de guerra vítimas das sevícias da polícia que,
semana a semana, se juntam defronte do gabinete do primeiro-ministros a rogarem
uma pensão que lhes confira alguma dignidade. Ao invés de dialogar com os
antigos defensores da pátria, o governo mobiliza a FIR para esmagá-los. A prática
da violência virou moda, agora, são os dirigentes da associação médica que
vivem com medo que, a qualquer momento, podem ser presos. Prender um grevista é
uma grave violação à Constituição. A greve é um direito constitucional. O governo
deve respeitar a Constituição.
O porta-voz do comando-geral não
teve a vergonha na cara para mentir ao dizer que o Dr. Jorge Arroz não foi
detido, mas, notificado para prestra declarações porque foi apanhado em
flagrante a planear a paralizaçao de serviços básicos. Esse porta-voz precisa
de voltar aos bancos da escolinha, muito rapidamente, para aprender se ser
notificado é o mesmo que permanecer na cela durante quatro horas e ser captura
a noite e num fim-de-semana. No mínimo, temos diferentes contrários do que é
ser preso e ser notificado. A actuação da polícia observa um comando político e
não à lei e às normas. Os comandantes da polícia, comnadante-geral incluído,
estão sob as ordens do partido no poder em detrimento da Constituição.
Numa tentativa de se perpetuar no
poder, a Frelimo procura reeditar um estado-polícia, do tipo estado novo,
concebido pelo antigo ditador de
Portugal, António Salazar. Em Moçambique de hoje, as eleições são um motim que
precisam da FIR para abafá-las e dispersar os eleitores. Marchar em
manifestação pacífica é considerado motim, o governo chama a FIR para bater e
prender. Fazer política fora dos horizontes do partido Frelimo é um sacrilégio.
É um perigo ser oposição, é pecado mortal. O partido no poder lança seus
membros e polícia para vandalizar as delegações de outros partidos, queimam as
suas sedes e mandam rasgar as suas bandeiras. Frelimo está a reeditar um estado
fascista. O povo é mais forte que qualquer fascista e deve oferecer resistência até
derrotar os abutres.
No comments:
Post a Comment