O Ministério da Saúde (MISAU) exortou hoje, em Maputo, aos médicos e outros profissionais de saúde, que actualmente se encontra a observar uma greve de cinco dias iniciada na segunda-feira, para retomarem aos seus postos de trabalho e cuidarem de seus pacientes que "aguardam ansiosamente" pelo seu regresso.
Francelina Romão, porta-voz do MISAU, ao lançar este apelo em conferência de Imprensa, disse que a instituição de que faz parte já endereçou uma carta a Associação Medica de Moçambique (AMM) para regressar ao diálogo.
“Quando se retiraram da reunião do dia 16 saíram com promessa de voltar, só que de lá a esta parte nunca mais se dignaram a retomar o diálogo”, esclareceu a porta-voz, ressaltando que aos faltosos serão tomadas medidas disciplinares de acordo com a legislação laboral.
“Vamos descontar as faltas e processar disciplinarmente nos casos em que se justifique, que são medidas prejudiciais porque terão reflexos na carreira de cada um dos visados”, advertiu Francelina Romão.
Sobre alegadas ameaças que o MISAU é acusado de proferir contra os grevistas, Francelina Romão disse que “nós não precisamos de ameaçar a ninguém porque não obrigamos ninguém a vir pedir emprego. As pessoas vieram voluntariamente e, por isso, se quiserem sair podem fazê-lo livremente”.
Sobre o impacto da greve, a porta-voz, sem precisar o número dos médicos que não aderiram a paralisação laboral esclareceu que o Hospital Central de Maputo (HCM), que trabalha com um total de 400 médicos é a unidade sanitária que mais de ressente do impacto da greve.
“O trabalho no Banco de Socorros do HCM, neste momento está a ser assegurado por médicos militares”, disse.
Nos hospitais José Macamo e Mavalane, segundo ela, o trabalho continua a decorrer normalmente, porque no segundo e terceiro dia da greve mais médicos e enfermeiros regressaram ao trabalho.
Quanto aos actos de intimidação que levaram ao encerramento de alguns serviços no primeiro dia, Romão, disse não haver casos do género a registar, mas que é preciso monitorar permanentemente o cenário no terreno para impedir que isso volte a acontecer.
Refira-se que a AMM exige um salario idêntico aos dos magistrados, aprovação do Estatuto do Médico, uma residência condigna ou subsídio de habitação entre outros.
A AMM adverte que tenciona prosseguir com a greve ate a satisfação das suas exigências. Contudo, o governo insiste que Moçambique não possui estrutura financeira para acomodar as suas exigências salariais.
(RM/AIM)
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