O maior partido da oposição em Moçambique, a Renamo, viu o seu pedido de adiamento do recenseamento eleitoral “ignorado” pelo Governo, feito na quarta-feira (12) durante uma das rondas de diálogo. O processo iniciou em todo o país este sábado (15), porém, está a ser marcado por diversos problemas, dentre os quais a avaria do equipamento e a dificuldade de acesso a alguns postos devido às chuvas.
A Renamo invocou, como motivos para o pedido de adiamento do processo, o facto de se estar na época chuvosa, o que pode contribuir para a fraca afluência dos eleitores aos postos de recenseamento, assim como chamava atenção para a possibilidade de algumas zonas do país ficarem sitiadas. Por outro lado, a Renamo alegou que precisava de mais tempo para preparar os seus fiscais.
Entretanto, o Governo e os órgãos eleitorais ignoraram o “alerta” da Perdiz e optaram por avançar com o processo, mas o tempo (neste caso a chuva) está a encarregar-se de provar que a decisão foi precipitada e, até certo ponto, emocional.
Por exemplo, no distrito de Búzi, na província de Sofala, o recenseamento eleitoral não arrancou em todos os postos porque algumas vias estão intransitáveis. Nas localidades de Grudja, Ampara, Nova Sofala, Marombe, Chissinguana e Inhamuchindo, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral teve de recorrer à tracção animal, tratores e a embarcações para evacuar os brigadistas e o respectivo material.
Por outro lado, o cenário verificado no recenseamento do ano passado, marcado por avarias do equipamento, está a repetir-se um pouco por todo o país. Para estes casos, o STAE disse que dispunha de material alternativo.
Recorde-se que o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) prevê recensear 9 144 134 potenciais eleitores, aos quais se irão adicionar os 3 059 579 eleitores inscritos em 2013. Segundo o Director-Geral do STAE, Felisberto Naife, deverão funcionar em todo o país 4 078 brigadas, nos 6 689 postos de recenseamento criados.
A Verdade
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