O PROJECTO executivo da ponte ligando Maputo e Catembe determinou alterações profundas na infra-estrutura, que já não vai ter apoios sobre o mar, como forma de viabilizar a plena navegabilidade marítima no canal.
De acordo com Elias Paulo, presidente do Conselho de Administração da Empresa de Desenvolvimento de Maputo-Sul, entidade pública responsável pela obra, o projecto já está concluído e as obras praticamente já arrancaram com a realização de estudos de solos, dentre outras componentes importantes.
Elias Paulo disse recentemente ao “Notícias” que na verdade as obras já arrancaram só que, contrariamente a outras infra-estruturas, a ponte tem preliminares invisíveis para os cidadãos comuns.
A infra-estrutura, com pouco mais de três quilómetros de extensão, terá 680 metros de tabuleiro suspensos sobre a baía, com pilares numa e noutra extremidade, nomeadamente na zona do Porto de Maputo e o próximo do lado da Catembe.
Os pouco mais de 3041 metros completam-se com pouco mais de dois quilómetros de viadutos, sendo 1097 metros no norte e 1264 na parte sul.
Ao que o responsável assegurou, estão praticamente terminados os preparativos para o arranque efectivo da construção, com a movimentação de máquinas, ferro, cimento e betão.
Mas antes investiu-se na realocação da terminal auto dentro do Porto de Maputo, uma vez que onde está actualmente deverá instalar-se o estaleiro da obra, na redefinição do projecto da ponte após a decisão da retirada dos apoios no mar.
Ainda no leque dos preparativos, aquele engenheiro destacou o reassentamento dos afectados pelo traçado da ponte e acessos, tanto na zona da Malanga, no centro da cidade, bem como da parte da Catembe.
Cerca de 700 milhões de dólares norte-americanos deverão ser investidos no projecto, que além da ponte sobre a baía inclui ainda pouco mais de 200 quilómetros de estradas para a fronteira da Ponta d’Ouro e a ligação Boane-Bela Vista.
Há ainda que construir as pontes sobre os rios Maputo, Futi e Umbelúzi, esta última com pouco mais de 300 metros de extensão. Prevê, igualmente, mexidas profundas em mais três e melhorias na intercessão entre as estradas nacionais números 1 e 4.
Elias Paulo, que liderou a construção da ponte de Caia, no rio Zambeze, caracterizou o projecto agora sob sua gestão de “extremamente complexo”, pelo facto de a infra-estrutura não levar mais pilares dentro do canal.
As obras deverão terminar entre 2017 e 2018, havendo enorme expectativa em ter-se estas infra-estruturas prontas, principalmente para a exploração dos empreendimentos e áreas turísticas da parte sul da província de Maputo.
Moçambique, a província sul-africana do Kwazulu-Natal e a Suazilândia estão desde 2010 a promover uma rota turística comum, designada East 3 Route, que prevê que um turista tome, por exemplo, pequeno-almoço em Mbambane, almoce nas paradisíacas praias da Ponta d’Ouro e jante em Richards Bay, facto unicamente possível com estradas de qualidade.
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