Não se come política em Moçambique…
Escangalhar esquemas intestinos revela-se urgente…
Beira (Canalmoz) – A crescente aprovação de instrumentos legislativos na esfera económica demonstra uma firme vontade dos detentores do poder político em continuar a controlar o que se passa e acontece na economia.
Com ...uma base extremamente politizada e favorecendo figuras influentes do governo e seus parceiros empresariais nacionais e internacionais, Moçambique está virtualmente nas mãos de um grupo de personagens que dividem o espólio entre si.
Toda a preocupação em alcançar-se um equilíbrio nas questões eleitorais e militares tem a sua razão de ser mas convém que os interlocutores não se esqueçam do dossier económico sob o risco de chegarmos à conclusão que houve mais uma “finta Chissano” como em Gaborone.
Se todo o esquema montado para controlo e organização da vida económica do país não for “escangalhado” a consequência directa será o aumento insustentável do fosso entre ricos e pobres.
É preciso ver com “olhos de ver” que a urgência na criação de empresas como a EMATUM, consórcios público-privados para a gestão de portos, consórcios para a construção de pontes, estradas e barragens advém do conhecimento privilegiado que alguns moçambicanos possuem e de vantagens que gozam na atribuição de licenças e autorizações.
Existe um jogo político para manter vantagens económicas que ultrapassa a imagem de legalidade e constitucionalidade que alguns políticos e comentaristas advogam. É ao fim do dia uma “questão de bolo”.
Quando relutantemente atrasam a tomada de decisões políticas apoiadas por toda uma maioria resulta evidente que se esconde interesses inconfessos de alguns actores políticos.
O brilhantismo e eloquência tão característica de alguns já não escondem que a protecção de posições, adquiridas muitas vezes ilicitamente, preocupa sobremaneira.
Face à indigência generalizada, ao desemprego galopante e sem estatísticas fiáveis, a explosão do comércio informal, a luta pela sobrevivência tornou-se selvagem e um barril de pólvora pronto a explodir.
Moçambique não está bem e isso revela-se todos os dias por onde se olhe.
Alguns “pendurados” e protegidos por suas relações umbilicais com o poder dão-se ao luxo de viver e esbanjar enquanto a grande maioria dos moçambicanos vegeta.
Cenas horripilantes de dementes comendo dos tambores de lixo superam discursos de normalidade que por vezes de vendem ao público. Filas intermináveis de pedintes vagueando pelas lojas e ruas das cidades todas as sextas-feiras testemunham uma sociedade em crise e um governo sem soluções sociais plausíveis.
Os levantamentos populares de um passado recente contra aumento do custo do pão e transportes podem repetir com outros contornos no futuro.
As questões económicas embora muitas vezes tenham que ser tratadas depois das políticas devem fazer parte dos dossiers em discussão e estudo permanente pelos políticos sob pena de se repetirem erros desnecessariamente.
É preciso não haver receios de abordar a questão dos mega-projectos e dos benefícios arrecadados pelo país. Os moçambicanos precisam de ficar a saber como são geridas as contrapartidas dos recursos minerais e marinhos explorados pelas corporações internacionais. Alguém tem de explicar com dados concretos por que razão não há carteiras nas escolas públicas do país, porque faltam medicamentos essenciais nos centros de saúde e hospitais.
Nota-se um falhanço colossal por parte dos deputados da Assembleia da República em discutir os assuntos económicos e inquirir o governo. Fiscalizar a acção governativa nesta esfera não é tomado a sério nem é visto como algo importante.
Deputados “Raiders, Navaras, Vigos”, preocupados consigo próprios e esquecidos de suas promessas eleitorais estão a facilitar a depredação dos recursos públicos nacionais.
A alegria de hoje sobre alguns entendimentos ao nível político, Paridade na CNE, é muito importante mas insuficiente em si para eliminar os problemas nacionais.
Somos um país com múltiplas crises e em perigo de emergência de violência política e economicamente motivada.
Estes assuntos complexos mas inadiáveis precisam de um tratamento adequado que só líderes políticos comprometidos com seu país e povo poder oferecer.
O tempo não é para miopia nem vista grossa.
Estudar e identificar esquemas danos de organização económica e fiscal impõe-se todos os dias.
Ninguém, em nome de politiquices, tem o direito de condenar todo um povo a penar, transformado em pedinte…
(Noé Nhantumbo)
Escangalhar esquemas intestinos revela-se urgente…
Beira (Canalmoz) – A crescente aprovação de instrumentos legislativos na esfera económica demonstra uma firme vontade dos detentores do poder político em continuar a controlar o que se passa e acontece na economia.
Com ...uma base extremamente politizada e favorecendo figuras influentes do governo e seus parceiros empresariais nacionais e internacionais, Moçambique está virtualmente nas mãos de um grupo de personagens que dividem o espólio entre si.
Toda a preocupação em alcançar-se um equilíbrio nas questões eleitorais e militares tem a sua razão de ser mas convém que os interlocutores não se esqueçam do dossier económico sob o risco de chegarmos à conclusão que houve mais uma “finta Chissano” como em Gaborone.
Se todo o esquema montado para controlo e organização da vida económica do país não for “escangalhado” a consequência directa será o aumento insustentável do fosso entre ricos e pobres.
É preciso ver com “olhos de ver” que a urgência na criação de empresas como a EMATUM, consórcios público-privados para a gestão de portos, consórcios para a construção de pontes, estradas e barragens advém do conhecimento privilegiado que alguns moçambicanos possuem e de vantagens que gozam na atribuição de licenças e autorizações.
Existe um jogo político para manter vantagens económicas que ultrapassa a imagem de legalidade e constitucionalidade que alguns políticos e comentaristas advogam. É ao fim do dia uma “questão de bolo”.
Quando relutantemente atrasam a tomada de decisões políticas apoiadas por toda uma maioria resulta evidente que se esconde interesses inconfessos de alguns actores políticos.
O brilhantismo e eloquência tão característica de alguns já não escondem que a protecção de posições, adquiridas muitas vezes ilicitamente, preocupa sobremaneira.
Face à indigência generalizada, ao desemprego galopante e sem estatísticas fiáveis, a explosão do comércio informal, a luta pela sobrevivência tornou-se selvagem e um barril de pólvora pronto a explodir.
Moçambique não está bem e isso revela-se todos os dias por onde se olhe.
Alguns “pendurados” e protegidos por suas relações umbilicais com o poder dão-se ao luxo de viver e esbanjar enquanto a grande maioria dos moçambicanos vegeta.
Cenas horripilantes de dementes comendo dos tambores de lixo superam discursos de normalidade que por vezes de vendem ao público. Filas intermináveis de pedintes vagueando pelas lojas e ruas das cidades todas as sextas-feiras testemunham uma sociedade em crise e um governo sem soluções sociais plausíveis.
Os levantamentos populares de um passado recente contra aumento do custo do pão e transportes podem repetir com outros contornos no futuro.
As questões económicas embora muitas vezes tenham que ser tratadas depois das políticas devem fazer parte dos dossiers em discussão e estudo permanente pelos políticos sob pena de se repetirem erros desnecessariamente.
É preciso não haver receios de abordar a questão dos mega-projectos e dos benefícios arrecadados pelo país. Os moçambicanos precisam de ficar a saber como são geridas as contrapartidas dos recursos minerais e marinhos explorados pelas corporações internacionais. Alguém tem de explicar com dados concretos por que razão não há carteiras nas escolas públicas do país, porque faltam medicamentos essenciais nos centros de saúde e hospitais.
Nota-se um falhanço colossal por parte dos deputados da Assembleia da República em discutir os assuntos económicos e inquirir o governo. Fiscalizar a acção governativa nesta esfera não é tomado a sério nem é visto como algo importante.
Deputados “Raiders, Navaras, Vigos”, preocupados consigo próprios e esquecidos de suas promessas eleitorais estão a facilitar a depredação dos recursos públicos nacionais.
A alegria de hoje sobre alguns entendimentos ao nível político, Paridade na CNE, é muito importante mas insuficiente em si para eliminar os problemas nacionais.
Somos um país com múltiplas crises e em perigo de emergência de violência política e economicamente motivada.
Estes assuntos complexos mas inadiáveis precisam de um tratamento adequado que só líderes políticos comprometidos com seu país e povo poder oferecer.
O tempo não é para miopia nem vista grossa.
Estudar e identificar esquemas danos de organização económica e fiscal impõe-se todos os dias.
Ninguém, em nome de politiquices, tem o direito de condenar todo um povo a penar, transformado em pedinte…
(Noé Nhantumbo)
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