Afinal a tentativa de enchimento de urnas no Guruè foi uma orquestra que visava “queimar” Verónica Macamo
Definitivamente, numa altura em que estamos a menos de 20 dias do inicio do conclave partidário que deve decidir o candidato da Frelimo para as presidenciais de 15 de Outubro próximo, as lutas internas e inevitáveis cisões na estrutura do partido no poder está a tornar-se evidente e indisfarçável a cada dia que passa. São lutas ao nível mais alto da estrutura partidária e governativo, até aos níveis mais baixos desta organização partidária que comemora os seus 50 anos de existência.
As lutas internas, acompanhadas de tramas para aniquilar um e outro camarada esteve também, segundo soube o media mediaFAX, por trás do caso “Fernanda Moçambique”, apanhada com “boca na botija” a tentar introduzir votos já preenchidos a favor da Frelimo e seu candidato, na eleição de repetição no Guruè.
Segundo soube o media mediaFAX de fonte partidária insuspeita, a ideia do “enchimento de urnas”, que tinha sido confiada a camarada Fernanda Moçambique, não passava nem tão pouco por assegurar a vitória da Frelimo no pleito de repetição no Guruè, mas sim, “tramar Verónica Macamo”.
Como? Perguntou o media mediaFAX, e na resposta soubemos que “a ideia é fazer passar uma imagem de que a Frelimo está a perder a Zambézia toda por causa da incompetência de Verónica Macamo, que assume o cargo de chefe da brigada central da Frelimo para àquela província”.
Esta orquestra, usando, para tal, a camarada Fernanda Moçambique foi montada, segundo soubemos, por um membro da Comissão Política e dois do Comité Central, cujas identidades preferimos, por enquanto, omitir. Estando no terreno, os membros dos mais altos órgãos da Frelimo sugeriram às estruturas superiores desta formação partidária, a possibilidade e pertinência de se avançar com o “enchimento de urnas” em Guruè, mas, meia volta “foram eles próprios que criaram condições para a fuga de informação”. Ou seja, os membros em causa deram a entender a outros membros dirigentes da Frelimo que havia condições para “enchimento de urnas” e, para tal, tinha que avançar a camarada Fernanda Moçambique por ser pouco conhecida na estrutura partidária.
Fernanda Moçambique estava na comitiva da brigada central da Frelimo que deslocou-se à Guruè para apoiar a candidatura de Jahanguir Hussene.
De facto, Fernanda Moçambique, mancomunada com um presidente de mesa da assembleia de voto, foi apanhada com “boca na botija”, prontinha para introduzir ilicitamente votos nas urnas e a fúria dos delegados do MDM começou.
Portanto, os 3 camaradas dos maisaltos órgãos da Frelimo montaram oesquema e deliberadamente deixaram oplano sair do circuito fechado, tudo na perspectivade publicamente ficar a imagemde que a descoberta da preparação de maisuma fraude era obra e resultado daincompetência da chefe da brigada centralna Zambézia, Verónica Macamo.
Fernanda Moçambique é membro de um escalão subalterno da Frelimo. A ideia de que a trama foi montada ao mais alto nível ganha corpo quando se sabe que a senhora foi humilhada de todas as formas diante do olhar quase impávido e sereno das autoridades policiais que só entraram em acção para proteger a senhora quando deram conta que população poderia mesmo linchar a senhora. Tudo aconteceu diante das câmeras de televisão e fotojornalistas, pois já tinham sido alertados para assistir o espectáculo. Levada ao carro, descobriu-se que Fernanda Moçambique afinal trazia muito mais votos que devia distribuir por várias assembleias de voto.
Vários grupos da oposição moçambicana têm acusado o partido no poder de fabricar suas vitórias com recurso a vários estratagemas, incluindo a introdução de boletins de votos já preenchidos nas urnas. Changara é um dos exemplos amplamente conhecido.
Verónica Macamo está, segundo as nossas fontes, a ser vítima da derrota que a Frelimo sofreu diante do MDM nas últimas eleições autárquicas e é vista como sendo uma pessoa que cria ambiente para as derrotas da Frelimo naquela província.
Certa imprensa associou Verónica Macamo a declarações que não se recomendam de um político da sua dimensão tanto nas intercalares e nas últimas eleições autárquicas. Ela viria, mais tarde, desmentir tais acusações mas nunca levou qualquer jornal a barra do tribunal.
Quando a informação sobre a tentativa de introdução de votos começou a circular, certos círculos diziam que ela era uma funcionária do Ministério da Justiça.
Na verdade, Fernanda Moçambique é esposa de Justino Ernesto Tonela, director nacional do Instituto de Patrocínio e Assistência Jurídica (IPAJ). Alguns sectores chegaram a veicular que ela fosse esposa de Pedro Sinai Nhatitima.
Ate ao fim da tarde desta segunda-feira, a Frelimo não tinha ainda feito qualquer pronunciamento em relação a tentativa de enchimento de urnas no Guruè. (F.M.)"
MEDIAFAX – 11.02.2014
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