ADEUS A MANDELA : Dignitários recolhem-se junto ao caixão

O CORPO de Nelson Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul, percorreu ontem as ruas de Pretória, num cortejo fúnebre comovente, para receber uma homenagem dos residentes locais.

Precedido por uma escolta de motociclistas, o caixão, coberto com a bandeira sul-africana, saiu do hospital militar pouco depois das 07 horas e percorreu seis quilómetros até ao Union Buildings, a sede da presidência sul-africana, onde foi instalada a câmara-ardente. Aqui, personalidades estrangeiras e sul-africanas recolheram-se, junto ao caixão semi-aberto para uma última homenagem a Mandela.

O vocalista do grupo irlandês U2, Bono, o presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, o ex-chefe de Estado norte-americano Bill Clinton e o antecessor de Mandela na presidência Frederik W. De Klerk estavam entre os primeiros que se deslocaram à sede do governo.

A tampa em vidro do caixão, coberta com as cores sul-africanas durante o cortejo pelas ruas da capital ao princípio da manhã, foi aberta até meio, deixando visível o busto e a cabeça para os visitantes, autorizados a aproximar-se até um ou dois metros de distância, de acordo com um jornalista da agência France Press (AFP), citado pela Lusa..

O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, acompanhado por Graça Machel, viúva de Mandela, e pela ex-mulher Winnie Mandela, chegaram ao Union Building, cerca de duas horas depois dos restos mortais do primeiro presidente negro do país, pelas 11 horas, de acordo com a agência Lusa.

Na extensa comitiva que os acompanhava, encontravam-se as filhas de Mandela.

Depois das personalidades, foi a vez dos visitantes sul-africanos, a partir do meio dia, que formaram nas ruas de Pretória uma longa fila em homenagem ao falecido líder.               

O caixão encontra-se sob um estrado de madeira, enquadrado por flores nos quatro cantos, num anfiteatro exterior, onde estão quatro guardas da marinha sul-africana, de fardas brancas e baionetas descidas.

Mandla Mandela, de 39 anos e o neto mais velho do antigo presidente, recebeu os dignitários estrangeiros.

A realização de fotografias não foi autorizada.

Às 17horas, o caixão será novamente trasladado para o Hospital Militar, repetindo-se o programa hoje e amanhã.

Nelson Mandela morreu na quinta-feira, aos 95 anos.

No domingo, o herói da luta anti-apartheid vai ser sepultado nunca campa modesta, em Qunu, sua aldeia natal, na província do Cabo Oriental.



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