Beira (Canalmoz) - Depois de derrotas sucessivas com mortes por assassinato de seus agentes, qualquer notícia de sucesso no trabalho da PRM é sem dúvidas bem vindo. Os amigos do alheio criam pânico e insegurança, tiram bens e vidas de inocentes, tiram credibilidade a um órgão que representa a soberania e dão uma péssima imagem do governo do país. O recente comunicado de que a PRM tem sob custódia para repatriamento 78 emigrantes ilegais na Beira e de que alguns dos suspeitos de assassinato de polícias foram descobertos e detidos é uma lufada de ar fresco para a PRM. Os moçambicanos agradecem e aplaudem pois isso tem um significado real na sua vida. Tem razão aqueles que dizem que nossa polícia quando realmente quer faz e produz resultados palpáveis. A luta contra o crime é um processo complexo em que são chamados recursos, tecnologia e sobretudo uma forte vontade política. A lógica “do cabrito come onde está amarrado” trouxe todo um conjunto de factos e comportamentos para a sociedade moçambicana de consequências nefastas e perigosas. Se os alfandegários comem onde estão amarrados é a receita fiscal que diminui e como consequência directa temos menos recursos para o Orçamento do Estado. Se há promiscuidade entre a Fazenda ou Finanças com os empresários da nomenclatura, vista grossa da PRM quanto aos crimes de fuga ao fisco cometidos, menor e mais distante é a possibilidade de Moçambique se tornar auto-suficiente em termos financeiros. Nenhum país do mundo procede levianamente no que se refere a assuntos relacionados com a Migração. Assim quando se diz que 78 emigrantes ilegais foram detidos pela PRM isso é de louvar pois traz mais segurança para o país e para a região. Afirmar que não se pode fechar o país numa situação de globalização não corresponde às necessidades actuais de segurança e de actuação cautelosa na defesa das fronteiras nacionais. Nenhum país de África deixa moçambicanos circularem e estabelecerem-se como empresários ou trabalhadores sem o cumprimento escrupuloso de sua política de migração. A ingenuidade e o negócio de passaportes e DIREs paga-se muito caro em termos de segurança perdida ou hipotecada. A filosofia prática do cabrito come onde está amarrado criou uma aliança entre polícias e criminosos na medida em que a única possibilidade do polícia comer extra é através do estabelecimento de compromissos com agentes do crime. A matança de agentes da polícia não pode acontecer sem que existam fraquezas no seio da PRM. Temos muitos casos não esclarecidos não por falta de conhecimentos ou tecnologia. Houve tempos em que a actuação da PRM era visível e com resultados palpáveis mesmo com menos recursos, comparativamente. A entrada de mais viaturas para o serviço da PRM e de mais meios de outro tipo não está sendo sinónimo de melhor e mais trabalho. Parece existir muito pouca moral combativa como se diz por aí. Não há interesse de ver os problemas resolvidos e muita gente embarca para uma carreira de crimes porque é evidente que este compensa. Vida vistosa e altos consumos exigem recursos financeiros que os salários não garantem a ninguém. Todos os suplementos necessários são procurados muitas vezes por via criminosa e os nossos agentes da polícia afinal também são homens com família e necessidades sociais diversas. Assim como não hesitamos para criticar trabalho mal feito somos os primeiros a elogiar a PRM quando esta se coloca ao lado do cidadão e trabalha para a sua protecção e segurança. Esperemos que a PRM não desarme e tome a iniciativa no combate ao crime no país. É de esperar que a PRM através de seus departamentos especializados melhore a cooperação com outras polícias e que embarque num processo de estudo e cooperação que tragam mais resultados positivos. E o critério de análise da PRM é mais segurança e sossego para os cidadãos. É preciso cortar o caminho para os praticantes do crime e desencorajar a sua prática. Se dizemos que apreciamos o trabalho da PRM mesmo actuando com um deficit em meios materiais e enquadrados numa carreira que tem problemas de política salarial, também importa que se diga que queremos ver esta PRM cada vez mais moçambicana e menos politizada. A PRM não é membro do partido Frelimo e isso deve ser cada vez mais sentido e vivido pelos agentes desta corporação e pelos cidadãos. Acreditamos que a nossa PRM pode fazer muito mais e melhor para a segurança, estabilidade e paz neste país. Sempre guiada pelo que a Constituição da República diz queremos ver a PRM a progredir com o país. (Noé Nhantumbo, CANALMOZ) |
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