Moçambique poderá sofrer graves consequências como resultado das soluções que o governo de Jacob Zuma está a desenvolver |
“Empresas ligadas à plutocracia do ANC investem agora forte na exploração de carvão na Província Mpumalanga, fazendo tábua rasa do sinal de alerta lançado por ambientalistas relativamente à poluição danosa das zonas alagadiças formadas por cerca de 270 lagos e atoleiros nos distritos de Carolina, Chrissiesmeer, Lothair e Breyten. As consequências são de tal modo graves, que os Rios Incomáti, Umbeluzi e Usutu correm perigo, com repercussões a fazerem-se sentir a curto prazo no sistema de abastecimento de água à cidade de Maputo. Pretoria (Canalmoz) - A empresa sul-africana de fornecimento de energia eléctrica recomendou que a África do Sul deve centrar as suas atenções no uso eficiente de energia dado que a Eskom não será capaz de fazer face à procura de electricidade a partir do próximo ano. Como resultado da medida adoptada pelo governo sul-africano em 1994 de não se expandir e modernizar as capacidades instaladas do sector de energia eléctrica, quatro anos depois o país passou a enfrentar cortes sistemáticos no fornecimento de electricidade, seguidos de medidas de racionamento imposto. Diversas empresas mineiras tiveram de suspender a produção, com consequências gravíssimas para o mercado de trabalho e a economia em geral. Brian Dames, chefe de operações da Eskom, é citado pelo jornal sul-africano, Business Report, a dizer que a empresa estatal “não dispõe de capacidade suficiente para fazer face à procura”, acrescentando que o país não “pode estar numa posição em que a electricidade impõe constrangimentos ao crescimento da economia”. Por enquanto, a grande preocupação das autoridades sul-africanas é assegurar a realização, sem sobressaltos, do Mundial de 2010. Prevê-se que de Junho a Julho do corrente ano, o consumo de ponta seja na ordem dos 37,24 gigawatts. Com um atraso de cerca de 15 anos, o governo do sul-africano nas mãos do ANC avança agora na senda da expansão da rede de energia eléctrica. Para tal, aprovou aumentos nas tarifas de consumo de energia eléctrica para os próximos três anos, designadamente 24,8% a partir do próximo mês, 25,9% em Abril de 2011 e um aumento idêntico em Abril de 2012. A Eskom pretendia aumentos anuais na ordem dos 35%. Mas mesmo os aumentos aprovados serão insuficientes para custear o almejado programa de expansão da rede eléctrica sul-africana que o governo travou em 1994 e hoje a economia e os consumidores pagam a factura. Estima-se que o deficit orçamental da Eskom será na ordem dos 30 mil milhões de randes, o que inviabiliza a concretização desse programa no seu todo. Teme-se que os aumentos em carteira para o sector da energia eléctrica venham a constituir factores de instabilidade social, não obstante o facto de empresas ligadas ao partido dirigente, o ANC, contarem-se entre os que irão beneficiar do programa de expansão da Eskom. A Chancellor House, empresa de investimentos do ANC, controla 25% do capital social da Hitachi Power Africa, uma subsidiária da fábrica japonesa, Hitachi, que, por portas travessas, venceu o concurso para fornecimento de caldeiras destinadas às duas novas centrais térmicas movidas a carvão em Kusile and Medupi. Outras empresas ligadas à plutocracia do ANC investem forte na exploração de carvão na Província Mpumalanga, fazendo tábua rasa do sinal de alerta lançado por ambientalistas relativamente à poluição danosa das zonas alagadiças formadas por cerca de 270 lagos e atoleiros nos distritos de Carolina, Chrissiesmeer, Lothair e Breyten. As consequências são de tal modo graves, que os Rios Incomáti, Umbeluzi e Usutu correm perigo, com repercussões a fazerem-se sentir a curto prazo no sistema de abastecimento de água à cidade de Maputo. CANALMOZ, 04/03/10 |
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