Inspecção obrigatória de veículos é irreversível |
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– garante ministro do Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, em entrevista exclusiva ao Canalmoz
Maputo (Canalmoz) – “O Governo não vai ceder às pressões dos automobilistas que reclamam contra a inspecção obrigatória de veículos, porque, no seu entender, a inspecção tem toda a lógica do mundo”. Esta afirmação é do ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, que, em exclusivo à Reportagem do Canalmoz e do Canal de Moçambique - Semanário, reagia àqueles que têm feito críticas contra a inspecção obrigatória de veículos, recentemente introduzida no país. O ministro Paulo Zucula desvalorizou por completo as contestações que são apresentadas pelos automobilistas, segundo as quais as condições de degradação das estradas moçambicanas é que danificam as viaturas, pelo, que antes de instituir as inspecções, o Governo deveria mandar reabilitar todas as rodovias. O ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, diz que “não é verdade que as estradas contribuam para o estado das viaturas” tendo acrescentado que as inspecções obrigatórias a veículos são práticas instituídas um pouco por todo o mundo, não havendo, portanto, razões para reclamar contra as inspecções. “Mesmo nos Estados Unidos da América as estradas não estão em condições, mas há inspecção de veículos!”, argumentou. “Mostrem-me um só país (onde não haja inspecção). Na África do Sul há inspecção desde há muito tempo, mas as estradas não estão em condições”, acrescentou o titular da pasta dos Transportes e Comunicações no Governo da dupla Guebuza/Aires Ali. “Nós somos um Governo” prossegue Paulo Zucula, e conclui que, por isso, não pode recuar nesta decisão. Acrescenta que o Governo vê lógica na inspecção, pois é ela um instrumento de diagnóstico para o cidadão ver em que condições o seu carro está, e assim se poder reduzir o número de acidentes: “A nossa lógica é reduzir acidentes mortais. As mortes nas estradas são intensas. São três factores que determinam as mortes: a condição da estrada, do carro e da pessoa que conduz o carro”. Para Zucula, a contestação às inspecções “não faz absolutamente nenhum sentido, porque em todos os países com problemas de estradas há também inspecções”.
Greve geral
Entretanto, está circular por email uma nota de mobilização, não assinada, apelando para “GREVE GERAL DIA 15 DE MARCO.” “MOÇAMBICANAS, MOÇAMBICANOS, ÀS 00:01 Horas do dia 15 de Marco do corrente ano, vai haver lugar a greve geral contra as Inspecções às viaturas. Chega de obedecermos as leis Europeias para uma realidade Moçambicana onde as estradas são um caos. Se temos de apresentar a suspensão em dia, temos de exigir estradas e vias de acesso em dia. Passe a Palavra”, lê-se no referido email. (Matias Guente, CANALMOZ, 05/03/10)
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Nota do José: Afirmar que as estradas nos Estados Unidos e na África do Sul não estão em condições só pode ser conversa de quem não tem argumentos convincentes. Ao contrário do que o Ministro afirma, não há inspecções periódicas na África do Sul, só há inspecção quando se compra um carro ou quando o carro muda de proprietário.
Este parece ser mais um caso de uma ideia aparentemente boa com objectivos pouco claros. Recordemos um Editorial recente do Savana:
"Ao que tudo indica, a introdução das inspecções é uma decisão tomada com o intuito de satisfazer os interesses de um grupo de pessoas influentes que viram num procedimento legítimo e normal em sociedades normais como oportunidade para fazer um negócio chorudo, mas sem quaisquer benefícios práticos para o país. É o cabritismo na sua mais alta expressão. Trata-se, por isso, de uma decisão totalmente desajustada à realidade do país, sendo essa a razão porque ela deve ser rejeitada totalmente. Está-se a colocar a carroça à frente dos bois, com o único objectivo de enriquecer uma meia dúzia de indivíduos gananciosos, e que se querem valer das suas posições e ligações oficiais para chupar ainda mais o sangue do povo".
1 comment:
Se alguma vez tive dúvidas, agora já não tenho. Pois esta cada vez mais visível de que certas coisas que se desenvolvem neste país é uma oportunidade para nutrir as contas bancárias de certas famílias. Nada é feito a pensar no povo. Talvez seja essa a razão que torna a nossa economia em uma economia Mercantilista, ao invés de uma economia do mercado.
Os argumentos do ministro dos transportes são sempre na base de má educação suplantada por ignorância exacerbada com a mania que sabia e já deveria merecer o desprezo dos moçambicanos. Como sou moçambicano com muito orgulho, deixo aqui ficar o meu desprezo para os comentários tendenciosamente doente do ministro.
Abraços!
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