Maputo (Canalmoz) – O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) distancia-se do conflito entre o Governo e os doadores, em torno da atribuição de fundos para o financiamento das despesas do Estado. O Secretário-Geral do MDM nega que o impasse entre o Governo e os Parceiros de Apoio Programático (PAPs) do Orçamento do Estado esteja relacionado com a criação da bancada parlamentar deste partido na Assembleia da República. O jornal “O País”, na edição de ontem (15.03.10), relacionou o MDM com a divergência entre o Governo e os doadores. Aquele diário escreveu que os doadores impõem como pré-condição para a concessão de fundos a constituição da bancada do MDM na Assembleia da República, facto que depende unicamente da bancada parlamentar do partido Frelimo, que detém poderes suficientes para alterar o actual Regimento da AR que veda ao MDM este direito. Ismael Mussá disse ao Canalmoz que está a acompanhar o decurso das negociações entre o Governo e os doadores, através da imprensa, e salientou que o MDM nada tem a ver com o impasse. O SG do MDM, que tomou posse domingo, em Quelimane, defende que “a criação da bancada parlamentar do MDM é um direito constitucional”. E acrescenta: “Não precisamos de pressões externas para reivindicarmos este direito”. “Nós sempre defendemos a criação da nossa bancada na Assembleia da República. Sempre dissemos que a Frelimo deve ter bom-senso para nos deixar criar a nossa bancada. Portanto, o MDM, tem nada a ver com isto”, realçou Mussá. Quanto ao desenrolar do assunto, o secretário-geral e deputado do MDM à Assembleia da República pela Cidade de Maputo não quis tecer muitos comentários, referindo apenas: “respeito a posição tanto dos doadores, assim como do Governo”.
As tarefas do MDM
Sobre as tarefas que tem pela frente, no seu novo cargo de secretário-geral do MDM, Mussá disse que elas passam necessariamente por implantar o partido a nível nacional, consolidar o voto urbano e conquistar o voto rural. Sem estabelecer prazos para a implantação do MDM em todo o país, Ismael Mussá disse que esta é uma prioridade que, a par de outros assuntos, foi definida e aprovada pelo Conselho Nacional do partido, que reuniu em Quelimane durante dois dias, e que está inscrito no Plano Estratégico do partido, ainda em elaboração.
“Não sou beirense, sou moçambicano”
Fundado na cidade da Beira e liderado pelo presidente do Conselho Municipal da Beira, Daviz Simango, o MDM é considerado, em alguns círculos de opinião, como sendo um partido beirense. Com a indicação de um secretário-geral também natural da Beira, quisemos ouvir deste se não temia que o partido fosse ainda mais conotado como sendo um partido beirense. Ismael Mussá respondeu que “os moçambicanos já atingiram um nível de maturidade que lhes permite distinguir as pessoas não pelo seu local de nascimento, mas sim pelo seu carácter”, por isso não está preocupado com as afirmações emitidas por esses círculos de opinião. Mussá esclareceu que ele não se considera beirense, e acrescenta: “Nasci na Beira, mas cresci no Norte do país. Portanto, considero-me mais moçambicano do que beirense”.
Digressão pela Zambézia
A partir de ontem, o SG do MDM e o respectivo presidente, Daviz Simango, estão a fazer uma digressão pela província da Zambézia, na qual se vão deslocar aos distritos de Alto-Molócue, Gurué, Ile, Mocuba, Namacurra e Nicoadala, partindo da cidade de Quelimane. O regresso de Mussá a Maputo e de Daviz Simango à Beira está marcado para o próximo fim-de-semana. (Borges Nhamirre, CANALMOZ)
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