Tuesday, 25 March 2014

Balanço das Eleições Autárquicas: Observadores destacam “actuação violenta” da polícia


…E condenam o facto de polícia querer assumir total protagonismo no processo, como que se de um órgão eleitoral se tratasse

Maputo (Canalmoz) – Órgãos eleitorais, partidos políticos, a polícia, observadores nacionais e internacionais e a sociedade civil reuniram-se na última quinta-feira, em Maputo... para fazerem o balanço das eleições autárquicas do ano passado. Dos vários assuntos que passaram em revista, o mais dominante foi a “violenta actuação” da polícia que muitas vezes assumiu protagonismo no processo, com detenções arbitrárias de delegados (da oposição) ferimentos com armas de fogo, bem como assassinatos.
O ministro conselheiro da União Europeia em Moçambique, João Duarte de Carvalho, disse na ocasião que, à polícia cabe garantir a ordem e segurança durante o processo e não o contrário. “Fomos confrontados com situações de detenções arbitrárias de delegados apesar de gozarem de imunidade”, disse.
Duarte mostra-se preocupado pelo facto de tais detenções terem o condão de visarem apenas delegados dos partidos da oposição” que invariavelmente “não foram libertados antes da contagem de votos”, o que na sua opinião pode colocar em causa a transparência e credibilidade dos processos eleitorais.
Duarte nota ainda, que “a presença da Força de Intervenção Rápida num dia de eleição pode ser considerada excessiva”, acrescentando que “a sua actuação foi de uso excessivo da força nalgumas zonas, o que resultou na morte e ou ferimento de cidadãos.”
Condenando igualmente, a actuação da polícia, o representante do Instituto Holandês para a Democracia Multipartidária (NIMD), Hermenegildo Munjovo, apelou para que a polícia deve aja sempre de forma pacificadora em caso de conflitos entre os intervenientes do processo eleitoral.


(André Mulungo, Canalmoz)

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