Os negócios substituindo estratégia política?
Beira (Canalmoz) – Do conclave da Frelimo terá se confirmado a ideia geral de que AEG controla com rédea curta os cordelinhos de seu partido.
O que é incontestável é que troca de favores patrimoniais, acesso a créditos bancários, f...acilidades na aquisição de terrenos, concessões mineiras acções apetecíveis em empresas de vulto, cargos importantes no governo e em empresas públicas tem jogado um papel cada vez mais preponderante no jogo político interno da Frelimo.
AEG tem sabido “dar de comer” a potenciais aliados e a gente com o poder de arrastar membros de seu partido em momentos de tomada de decisões importantes.
Na esteira do Congresso de Pemba e se sentido encurralado por uma verdadeira oposição interna teve que agir rápido e sacrificar algumas pedras basilares. Pela vitória no momento crucial permitiu que FCP caísse na desgraça.
Ganhou seu pré-candidato e tendo em conta o que era o objectivo estratégico, ter um futuro PR controlável e domesticado, em caso de vitória da Frelimo em Outubro de 2014 tem de considerar-se que sua táctica funcionou em pleno.
Os que queriam ganhar protagonismo como reservas morais e políticas da Frelimo terão falhado por falta de concertação atempada de estratégias e erros na escolha de seus pré-candidatos.
Cada um “puxando a brasa para a sua sardinha” acabou por diminuir o seu poder real de fogo.
Terão acordado tarde ou entendido erradamente que seria fácil desmontar uma máquina “trituradora” de vontades e de posições, lubrificada minuciosamente por AEG?
A escolha de Filipe Nyusi, como candidato da Frelimo para as eleições presidenciais de Outubro próximo, clarifica os termos de partilha dos recursos minerais do país. O gás de Cabo Delgado, carvão, rubis, ouro e outros minerais existentes serão concessionados como até agora está acontecendo com participação plena de veteranos generais militares provenientes de Cabo Delgado, macondes.
Com a criação da empresa Quionga qualquer dúvida que pudesse existir sobre as pretensões e a estratégia de AEG para controlar o dossier de sucessão e de manutenção de status n seu partido ficou dissipada.
Garantido o apoio de veteranos de vulto da guerrilha independentista AEG ficou com o caminho livre para consolidar o seu poder na Frelimo. Ficou com os flancos protegidos pois para além disso, sua abordagem e política de nomeações utilizando critérios de confiança política senão obediência política e subserviência aumentou o número de peões e cavaleiros em sua defesa na Frelimo.
Face a incapacidade em matéria de gestão e concepção de um FPC, reconhecida por muitos, só algo muito forte terá feito AEG teimar em apostar nele…
Resulta óbvio de o PR não deu importância aos lobbies e bombardeamentos perpetrados pelos intelectuais e tecnocratas afectos a JAC. Toda a ofensiva de diabolização do secretário-geral da Frelimo foi engendrada nos corredores e gabinetes de think-tanks “saudosistas” dos tempos áureos do chissanismo.
Não se antevê uma dissidência por parte dos quadros da Frelimo na sequência de todo o barulho em volta da sucessão de Guebuza. Uma questão de sobrevivência comum vai continuar unindo gente que se odeia visceralmente.
Quem amordaçou os negócios de outrem jamais poderá encontrar simpatia por parte do prejudicado.
As fissuras e ranhuras, os beliscões e insultos velados, a antipatia e o desespero de alguns já são evidentes naquilo que antes era tido como a família monolítica da Frelimo.
Mas para os moçambicanos em geral, para o cidadão comum longe das lutas intestinas pelo poder no seio da Frelimo, longe dos benefícios outorgados aos que pertencem ao clube restrito dos “capitalistas de assinatura” moçambicanos, embora se possa dizer que nada disso interessa, essa afirmação não encerra a verdade. Quem vai votar são os moçambicanos em Outubro.
É preciso que se saiba quem é o candidato de cada um dos partidos.
Ter um candidato da Frelimo que seja ou garanta a continuação do despesismo governamental, da corrupção no procurement estatal, da protecção dos megaprojectos negociados ao preço de bananas em benefício dos membros do clube restrito, ter um candidato dócil e cumpridor, agradecido pelas promoções recebidas, completamente alinhado com a estratégia de empoderamento económico advogada, será o caso da escolha feita pela Frelimo a despeito da oposição de alguns de seus membros proeminentes?
Os partidos entanto que organizações políticas são soberanos nas suas escolhas mas também pagam pelos erros cometidos.
Esperam-se momentos agitados e muita roupa suja lavada em praça pública.
Os bastidores e os escribas do regime terão que se revezar e fazer horas extra para tomarem conta dos recados.
Tempos de fogo aberto e de ânimos exaltados entre “camaradas” prometem trazer muitas notícias nos próximos meses que antecedem um Outubro de fundamental importância para os moçambicanos.
Já nada será como antes e não haverá disciplina partidária alguma que impeça que estes se manifestem e votem nos seus candidatos preferidos.
Cada um com as suas batalhas e com as suas alianças e que seja permitido aos moçambicanos votarem em paz e sossego sobre seu PR.
Que nenhum dos candidatos que venha a ser eleito PR opte pela via da violência e da instabilidade como forma de obliterar os outros.
Moçambique é suficiente grande e pode perfeitamente acomodar todos os seus filhos.
(Noé Nhantumbo, Canalmoz)
Beira (Canalmoz) – Do conclave da Frelimo terá se confirmado a ideia geral de que AEG controla com rédea curta os cordelinhos de seu partido.
O que é incontestável é que troca de favores patrimoniais, acesso a créditos bancários, f...acilidades na aquisição de terrenos, concessões mineiras acções apetecíveis em empresas de vulto, cargos importantes no governo e em empresas públicas tem jogado um papel cada vez mais preponderante no jogo político interno da Frelimo.
AEG tem sabido “dar de comer” a potenciais aliados e a gente com o poder de arrastar membros de seu partido em momentos de tomada de decisões importantes.
Na esteira do Congresso de Pemba e se sentido encurralado por uma verdadeira oposição interna teve que agir rápido e sacrificar algumas pedras basilares. Pela vitória no momento crucial permitiu que FCP caísse na desgraça.
Ganhou seu pré-candidato e tendo em conta o que era o objectivo estratégico, ter um futuro PR controlável e domesticado, em caso de vitória da Frelimo em Outubro de 2014 tem de considerar-se que sua táctica funcionou em pleno.
Os que queriam ganhar protagonismo como reservas morais e políticas da Frelimo terão falhado por falta de concertação atempada de estratégias e erros na escolha de seus pré-candidatos.
Cada um “puxando a brasa para a sua sardinha” acabou por diminuir o seu poder real de fogo.
Terão acordado tarde ou entendido erradamente que seria fácil desmontar uma máquina “trituradora” de vontades e de posições, lubrificada minuciosamente por AEG?
A escolha de Filipe Nyusi, como candidato da Frelimo para as eleições presidenciais de Outubro próximo, clarifica os termos de partilha dos recursos minerais do país. O gás de Cabo Delgado, carvão, rubis, ouro e outros minerais existentes serão concessionados como até agora está acontecendo com participação plena de veteranos generais militares provenientes de Cabo Delgado, macondes.
Com a criação da empresa Quionga qualquer dúvida que pudesse existir sobre as pretensões e a estratégia de AEG para controlar o dossier de sucessão e de manutenção de status n seu partido ficou dissipada.
Garantido o apoio de veteranos de vulto da guerrilha independentista AEG ficou com o caminho livre para consolidar o seu poder na Frelimo. Ficou com os flancos protegidos pois para além disso, sua abordagem e política de nomeações utilizando critérios de confiança política senão obediência política e subserviência aumentou o número de peões e cavaleiros em sua defesa na Frelimo.
Face a incapacidade em matéria de gestão e concepção de um FPC, reconhecida por muitos, só algo muito forte terá feito AEG teimar em apostar nele…
Resulta óbvio de o PR não deu importância aos lobbies e bombardeamentos perpetrados pelos intelectuais e tecnocratas afectos a JAC. Toda a ofensiva de diabolização do secretário-geral da Frelimo foi engendrada nos corredores e gabinetes de think-tanks “saudosistas” dos tempos áureos do chissanismo.
Não se antevê uma dissidência por parte dos quadros da Frelimo na sequência de todo o barulho em volta da sucessão de Guebuza. Uma questão de sobrevivência comum vai continuar unindo gente que se odeia visceralmente.
Quem amordaçou os negócios de outrem jamais poderá encontrar simpatia por parte do prejudicado.
As fissuras e ranhuras, os beliscões e insultos velados, a antipatia e o desespero de alguns já são evidentes naquilo que antes era tido como a família monolítica da Frelimo.
Mas para os moçambicanos em geral, para o cidadão comum longe das lutas intestinas pelo poder no seio da Frelimo, longe dos benefícios outorgados aos que pertencem ao clube restrito dos “capitalistas de assinatura” moçambicanos, embora se possa dizer que nada disso interessa, essa afirmação não encerra a verdade. Quem vai votar são os moçambicanos em Outubro.
É preciso que se saiba quem é o candidato de cada um dos partidos.
Ter um candidato da Frelimo que seja ou garanta a continuação do despesismo governamental, da corrupção no procurement estatal, da protecção dos megaprojectos negociados ao preço de bananas em benefício dos membros do clube restrito, ter um candidato dócil e cumpridor, agradecido pelas promoções recebidas, completamente alinhado com a estratégia de empoderamento económico advogada, será o caso da escolha feita pela Frelimo a despeito da oposição de alguns de seus membros proeminentes?
Os partidos entanto que organizações políticas são soberanos nas suas escolhas mas também pagam pelos erros cometidos.
Esperam-se momentos agitados e muita roupa suja lavada em praça pública.
Os bastidores e os escribas do regime terão que se revezar e fazer horas extra para tomarem conta dos recados.
Tempos de fogo aberto e de ânimos exaltados entre “camaradas” prometem trazer muitas notícias nos próximos meses que antecedem um Outubro de fundamental importância para os moçambicanos.
Já nada será como antes e não haverá disciplina partidária alguma que impeça que estes se manifestem e votem nos seus candidatos preferidos.
Cada um com as suas batalhas e com as suas alianças e que seja permitido aos moçambicanos votarem em paz e sossego sobre seu PR.
Que nenhum dos candidatos que venha a ser eleito PR opte pela via da violência e da instabilidade como forma de obliterar os outros.
Moçambique é suficiente grande e pode perfeitamente acomodar todos os seus filhos.
(Noé Nhantumbo, Canalmoz)
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