Os membros do Conselho Nacional da Renamo exigiram ontem, em Santujira, em Gorongosa, província de Sofala, que o seu líder, Afonso Dhlakama, ordene o fim das negociações que este partido vem mantendo com o Governo desde Maio último, e que têm como um dos pontos a revisão pontual da Lei Eleitoral.
Segundo estes, de lá a esta parte não existem resultados palpáveis, o que dá a entender que o Governo só lhes quer entreter. De acordo com António Muchanga, membro sénior da “perdiz”, “a Renamo deve fazer de tudo para forçar o Governo da frelimo na segunda-feira a aceitar a paridade nos órgãos eleitorais. A Frelimo tem dito que as eleições não são ganhas no STAE ou na CNE. Se é assim, não se percebe por que a mesma Frelimo teme a paridade nestes órgãos. Isso só nos leva a concluir que ela esconde algo, que é a fraude”.
Por seu turno, Ivone Soares, membro da Comissão Política e deputada da Assembleia da República, aconselhou Afonso Dhlakama a não recuar pois até existe membros dentro da própria Frelimo que o apoiam. “Deste de quanto estamos a negociar com essa Frelimo? Há anos que estamos a fazê-lo. Negociamos a paz, permitimos que eles praticassem o capitalismo selvagem que vemos hoje. Vemos jovens que só são contratados para varrer as estradas porque não conseguem ter emprego".
Dhlakama recua
Entretanto, Afonso Dhjakama, depois de ouvir atentamente os seus membros, mudou do discurso e disse que as negociações poderiam continuar para além da próxima segunda-feira, contrariamente ao que ele tinha dito na abertura do encontro, no domingo.
“Quem exigiu as negociações fomos nós. Apesar de a Frelimo estar a brincar connosco, iremos continua. Mas se ela mantiver este comportamento, iremos convocar uma conferência de imprensa para anunciar o fim do processo. Eu também concordo que as mesmas devem parar imediatamente, mas não quero ser apontado como culpado pela comunidade internacional, académicos. Estaria a dar pontos à Frelimo”.
A Verdade
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