Detido delegado da Renamo em Nampula
Troca de tiros entre forças governamentais e homens armados, no distrito de Rapale, em Nampula, criou centenas de deslocados. A polícia diz que queria capturar guerrilheiros da Renamo
Nampula viveu, ontem, momentos de pânico! Centenas de pessoas refugiaram-se nas matas e nos principais centros urbanos, na sequência dos intensos tiroteios, provocados pelas Forças de Defesa e Segurança que, alegadamente, pretendiam desactivar um esconderijo dos guerrilheiros da Renamo, na localidade de Napome, posto administrativo de Rapale, a cerca de 50 quilómetros da capital provincial.
Consta que os guerrilheiros da Renamo se haviam instalado nas montanhas desde a passada quarta-feira, depois de abandonarem a residência do seu líder, Afonso Dhlakama, sita na rua das flores, na cidade de Nampula.
O tiroteio iniciou por volta das 08h00, altura em que os camponeses trabalhavam nos seus campos agrícolas, o que fez com que muita gente daquela localidade e das comunidades circunvizinhas não tivesse tempo de regressar às suas casas.
Conforme apurámos, através de denúncias populares, as Forças de Defesa e Segurança ter-se-ão apercebido da movimentação dos homens armados nas matas desde a semana passada. Não há informações oficiais a cerca desta operação e nem se teria havido baixas em ambas as partes, mas alguns cidadãos ouvidos pela nossa reportagem, na localidade de Napome, dizem ter visto grupos de indivíduos armados a fugirem em debandada em direcção ao vizinho distrito de Murrupula, por sinal onde estava instalada uma das principais bases da Renamo.
AMBIENTE DE PÂNICO
A nossa equipa de reportagem, que ontem que se fez ao local para se inteirar da situação, foi confrontada com cenários tristes. Pessoas carregadas de alguns bens de primeira necessidade iam cruzando os caminhos ao longo de todo o dia de ontem e num ambiente de total desespero. Algumas comunidades, que se localizam em zonas montanhosas, ficaram praticamente abandonadas.
Durante cerca de uma hora em que a nossa equipa de reportagem esteve numa das paragens da capital provincial, foi possível notar a entrada de mais de dez camionetas totalmente lotadas de pessoas visivelmente desesperadas.
Como nos referimos anteriormente, não foi possível obter qualquer informação junto das Forças Armadas de Defesa de Moçambique. As autoridades policiais, na pessoa do seu porta-voz, Miguel Bartolomeu, limitaram-se a afirmar que as Forças de Defesa de Segurança estão, neste momento, à procura de informações exactas que facilitem a localização dos homens armados da Renamo, que se encontram dispersos desde
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