Governo e Dhlakama com versões diferentes sobre confrontos de ontem em Mucodza
Maputo (Canalmoz) – A tensão militar que se vive em Gorongosa está longe do fim. O Ministério da Defesa Nacional disse ontem que abateu dois homens da Renamo e prende...u um, em resultado de uma emboscada que uma coluna das FADM sofreu na estrada que liga Sadjundjira à Vila da Gorongosa (ex-Vila Paiva). Mas a Renamo tem outra versão, e diz que os seus homens, foram atacados em Mucodza quando se encontravam a celebrar a passagem do 34.o aniversário da morte de André Matsangaisse, o fundador da Renamo. Diz a Renamo que ao reagirem terão infringido baixas à força conjunta das FADM/FIR, de mais de sete homens.
O próprio presidente da Renamo Afonso Dhlakama, disse em exclusivo ao Canalmoz a partir de Sdjundjira, que foram as FADM que atacaram em Mucodza e foi informado pelos militares da Renamo que as forças governamentais perderam “sete ou mais homens”.
Dhlakama fez questão de nos frisar que nos falava na qualidade de “presidente do partido e não como comandante militar para falar de assuntos militares”. Disse-nos que “tem sido hábito”, as forças governamentais fazerem “provocações sempre que há algum evento da Renamo e desta vez voltaram a fazer o mesmo”.
“Quando fizemos há dois meses o nosso Conselho Nacional andaram a fazer manobras em Kangantole, Piro, Casa Banana e passaram aqui a cerca de um quilómetro da minha base. Agora, um grupo das FADM e FIR em conjunto saíram de Piro, Casa Banana, a norte das minhas coordenadas, em direcção a Vila Paiva (NR:Vila da Gorongosa), passando por Cavalo ou posto de Vunduzi a dois quilómetros da nossa localização. Eram oito camiões cheios, que passaram por aqui em tom de provação. E nós sabíamos que haviam de passar, porque sempre têm feito isto. Se nós estivéssemos preparados no último grau combativo nem teriam passado aqui, teriam sido liquidados todos, tipo ratos, como tem acontecido. Mas ninguém se importou com eles porque estavam a passar na estrada e a estrada é livre e nós estávamos a cantar e a dançar na nossa festa” disse Dhlakama.
O líder da Renamo diz que foi informado que as forças governamentais estavam a passar nas imediações. “Passaram em Mucodza, e os nossos homens estavam misturados com a população a celebrar também. Eles alinharam para disparar para as barracas, como aconteceu em Pandja, em Muxúnguè quando anunciaram que queimaram 54 barracas.”
Esta quinta-feira, 17 de Outubro o director Nacional de Política de Defesa no Ministério da Defesa, Cristóvão Chume anunciou a morte de dois homens da Renamo e a captura de um. “ Hoje (quinta-feira), na zona de Mucodza, distrito de Gorongosa, uma subunidade das FADM, que realizava a sua actividade normal de trânsito, proveniente de Casa Banana em direção à Vila de Gorongosa, a cerca de sete quilómetros desta vila, sofreu uma emboscada e, em resposta, abateu dois homens da guerrilha da Renamo, capturou um e apreendeu duas armas”, disse, Cristóvão Chume, falando ontem em conferência de Imprensa em Maputo.
Segundo este quadro do Ministério da Defesa as FADM não sofreram nenhuma baixa durante o confronto, e acrescentou que as Forças Armadas “vão privilegiar ações de defesa e não de ataque” e fez questão de sublinhar que “não há cenário de guerra”, adiantando que o exército apoia as negociações entre o governo e a RENAMO para o fim da tensão política no país, segundo a Lusa.
A actual tensão política em Moçambique perdura deste 03 de Abril do corrente ano, em resultado de um ataque da FIR, força especial de Policia, à sede da Renamo em Muxúnguè, um posto administrativo do distrito de Chibabava, na província de Sofala e ao mesmo tempo um importante centro de negócios rurais, a cerca de cem quilómetros a norte do Rio Save, na única via rodoviária que liga o sul e o centro e norte do país. Nesse dia, no momento em que a FIR atacou, fazendo uso de granadas, estava a decorrer uma reunião política de mais de duzentos membros da Renamo, na sua própria sede. A polícia não era portadora de nenhum mandato judicial. Em retaliação, na madrugada de 04 de Abril um grupo de ex-guerrilheiros da Renamo atacou o quartel da FIR e pôs fora de combate 17 homens desta unidade de forças especiais de policia, tendo morrido 10 homens e ficado ferido sete. Do lado da Renamo morreu o brigadeiro Rasta Mazembe. A Reportagem do Canalmoz assistiu aos combates dado que estava posicionada a cerca de quinhentos metros do epicentro dos confrontos.
O governo insiste agora em manter cercado de forças conjuntas das Forças Armadas e unidades de forças especiais, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, instalado desde Outubro do ano passado, na antiga Base Cavalo, do tempo da Guerra Civil, em Sadjundjira, a cerca de três quilómetros da sede do posto administrativo de Vunduzi, no distrito da Gorongosa, cerca de cem quilómetros a norte do Corredor da Beira, na periferia do Parque Nacional com o mesmo nome.
O braço de ferro entre a Renano e o Governo de Armando Guebuza na região centro do país, com maior incidência na Estrada Nacional N1 e na estrada Dondo-Inhaminga-Caia, mantém-se, entretanto, em níveis crescentes de conflitualidade, com vários episódios de natureza militar a ocorrerem com cada vez maior frequência.
Enquanto isso, o Governo e a Renano continuam a não se entenderem à mesa das conversações que decorrem há mais de cinco meses e já lá vão 24 rondas negociais.
(Fernando Veloso, Canalmoz)
Maputo (Canalmoz) – A tensão militar que se vive em Gorongosa está longe do fim. O Ministério da Defesa Nacional disse ontem que abateu dois homens da Renamo e prende...u um, em resultado de uma emboscada que uma coluna das FADM sofreu na estrada que liga Sadjundjira à Vila da Gorongosa (ex-Vila Paiva). Mas a Renamo tem outra versão, e diz que os seus homens, foram atacados em Mucodza quando se encontravam a celebrar a passagem do 34.o aniversário da morte de André Matsangaisse, o fundador da Renamo. Diz a Renamo que ao reagirem terão infringido baixas à força conjunta das FADM/FIR, de mais de sete homens.
O próprio presidente da Renamo Afonso Dhlakama, disse em exclusivo ao Canalmoz a partir de Sdjundjira, que foram as FADM que atacaram em Mucodza e foi informado pelos militares da Renamo que as forças governamentais perderam “sete ou mais homens”.
Dhlakama fez questão de nos frisar que nos falava na qualidade de “presidente do partido e não como comandante militar para falar de assuntos militares”. Disse-nos que “tem sido hábito”, as forças governamentais fazerem “provocações sempre que há algum evento da Renamo e desta vez voltaram a fazer o mesmo”.
“Quando fizemos há dois meses o nosso Conselho Nacional andaram a fazer manobras em Kangantole, Piro, Casa Banana e passaram aqui a cerca de um quilómetro da minha base. Agora, um grupo das FADM e FIR em conjunto saíram de Piro, Casa Banana, a norte das minhas coordenadas, em direcção a Vila Paiva (NR:Vila da Gorongosa), passando por Cavalo ou posto de Vunduzi a dois quilómetros da nossa localização. Eram oito camiões cheios, que passaram por aqui em tom de provação. E nós sabíamos que haviam de passar, porque sempre têm feito isto. Se nós estivéssemos preparados no último grau combativo nem teriam passado aqui, teriam sido liquidados todos, tipo ratos, como tem acontecido. Mas ninguém se importou com eles porque estavam a passar na estrada e a estrada é livre e nós estávamos a cantar e a dançar na nossa festa” disse Dhlakama.
O líder da Renamo diz que foi informado que as forças governamentais estavam a passar nas imediações. “Passaram em Mucodza, e os nossos homens estavam misturados com a população a celebrar também. Eles alinharam para disparar para as barracas, como aconteceu em Pandja, em Muxúnguè quando anunciaram que queimaram 54 barracas.”
Esta quinta-feira, 17 de Outubro o director Nacional de Política de Defesa no Ministério da Defesa, Cristóvão Chume anunciou a morte de dois homens da Renamo e a captura de um. “ Hoje (quinta-feira), na zona de Mucodza, distrito de Gorongosa, uma subunidade das FADM, que realizava a sua actividade normal de trânsito, proveniente de Casa Banana em direção à Vila de Gorongosa, a cerca de sete quilómetros desta vila, sofreu uma emboscada e, em resposta, abateu dois homens da guerrilha da Renamo, capturou um e apreendeu duas armas”, disse, Cristóvão Chume, falando ontem em conferência de Imprensa em Maputo.
Segundo este quadro do Ministério da Defesa as FADM não sofreram nenhuma baixa durante o confronto, e acrescentou que as Forças Armadas “vão privilegiar ações de defesa e não de ataque” e fez questão de sublinhar que “não há cenário de guerra”, adiantando que o exército apoia as negociações entre o governo e a RENAMO para o fim da tensão política no país, segundo a Lusa.
A actual tensão política em Moçambique perdura deste 03 de Abril do corrente ano, em resultado de um ataque da FIR, força especial de Policia, à sede da Renamo em Muxúnguè, um posto administrativo do distrito de Chibabava, na província de Sofala e ao mesmo tempo um importante centro de negócios rurais, a cerca de cem quilómetros a norte do Rio Save, na única via rodoviária que liga o sul e o centro e norte do país. Nesse dia, no momento em que a FIR atacou, fazendo uso de granadas, estava a decorrer uma reunião política de mais de duzentos membros da Renamo, na sua própria sede. A polícia não era portadora de nenhum mandato judicial. Em retaliação, na madrugada de 04 de Abril um grupo de ex-guerrilheiros da Renamo atacou o quartel da FIR e pôs fora de combate 17 homens desta unidade de forças especiais de policia, tendo morrido 10 homens e ficado ferido sete. Do lado da Renamo morreu o brigadeiro Rasta Mazembe. A Reportagem do Canalmoz assistiu aos combates dado que estava posicionada a cerca de quinhentos metros do epicentro dos confrontos.
O governo insiste agora em manter cercado de forças conjuntas das Forças Armadas e unidades de forças especiais, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, instalado desde Outubro do ano passado, na antiga Base Cavalo, do tempo da Guerra Civil, em Sadjundjira, a cerca de três quilómetros da sede do posto administrativo de Vunduzi, no distrito da Gorongosa, cerca de cem quilómetros a norte do Corredor da Beira, na periferia do Parque Nacional com o mesmo nome.
O braço de ferro entre a Renano e o Governo de Armando Guebuza na região centro do país, com maior incidência na Estrada Nacional N1 e na estrada Dondo-Inhaminga-Caia, mantém-se, entretanto, em níveis crescentes de conflitualidade, com vários episódios de natureza militar a ocorrerem com cada vez maior frequência.
Enquanto isso, o Governo e a Renano continuam a não se entenderem à mesa das conversações que decorrem há mais de cinco meses e já lá vão 24 rondas negociais.
(Fernando Veloso, Canalmoz)
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