Sande Carmona, porta-voz da terceira maior força política moçambicana, diz que o partido tentou participar nas negociações entre as duas partes em conflito. Mas "não foi ouvido".
Em Moçambique, a crise político-militar é um assunto discutido apenas entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o maior partido da oposição. Da oposição quase nada se ouve sobre um contributo para resolver o assunto.
A DW África ouviu Sande Carmona, porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a terceira maior força do país e que tem também assento parlamentar, além das partes antagónicas.
DW África: Qual a posição do MDM sobre a presente tensão entre o Governo e a RENAMO?
Sande Carmona (SC): O MDM lamenta a perda de vidas humanas que está a acontecer em Moçambique, relativamente ao que tem acontecido no confronto entre as tropas governamentais e a RENAMO. A maioria dos que estão a perecer são inocentes e civis. O MDM condena veementemente essa situação de confronto. O uso da força está a ser cada vez mais importante para os dois lados, esquecendo-se que é só com palavras que se pode encontrar o bom senso na diferença.
A DW África ouviu Sande Carmona, porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a terceira maior força do país e que tem também assento parlamentar, além das partes antagónicas.
DW África: Qual a posição do MDM sobre a presente tensão entre o Governo e a RENAMO?
Sande Carmona (SC): O MDM lamenta a perda de vidas humanas que está a acontecer em Moçambique, relativamente ao que tem acontecido no confronto entre as tropas governamentais e a RENAMO. A maioria dos que estão a perecer são inocentes e civis. O MDM condena veementemente essa situação de confronto. O uso da força está a ser cada vez mais importante para os dois lados, esquecendo-se que é só com palavras que se pode encontrar o bom senso na diferença.
DW África: Esta tensão é dominada pela RENAMO e pelo Governo. A oposição está de fora. Ela não tem um contributo a dar nesta crise?
SC: Desde a primeira hora que o MDM esteve atento, a acompanhar a evolução da situação. E sempre instámos o Governo, o Presidente da República e a liderança da RENAMO para que fossem coerentes, para evitar que as situações pudessem chegar onde chegaram. Fizemos várias vezes comunicados de imprensa, fizemos tudo o que era possível para que entendessem que Moçambique não precisa de guerra. O país precisa de paz para recuperar o tempo perdido no âmbito do desenvolvimento económico e social.
DW África: Mas em termos concretos, neste processo de negociações, o que fez o MDM? Tomou alguma iniciativa para participar nas negociações?
SC: Sempre dissemos que as negociações tinham que envolver todas as forças vivas de Moçambique, para permitir a existência de uma espécie de mediação. E predispusemo-nos a estar presentes nesta negociação para darmos o nosso contributo. Mas, infelizmente, não fomos entendidos ou ouvidos.
DW África: As eleições marcadas para 20 de novembro estão à porta, no meio desta crise. Geralmente estas situações são "aproveitadas" pelas forças políticas para construírem caminho com vista à vitória. O MDM pensa fazer este aproveitamento político, de alguma maneira?
SC: Desde a primeira hora que o MDM esteve atento, a acompanhar a evolução da situação. E sempre instámos o Governo, o Presidente da República e a liderança da RENAMO para que fossem coerentes, para evitar que as situações pudessem chegar onde chegaram. Fizemos várias vezes comunicados de imprensa, fizemos tudo o que era possível para que entendessem que Moçambique não precisa de guerra. O país precisa de paz para recuperar o tempo perdido no âmbito do desenvolvimento económico e social.
DW África: Mas em termos concretos, neste processo de negociações, o que fez o MDM? Tomou alguma iniciativa para participar nas negociações?
SC: Sempre dissemos que as negociações tinham que envolver todas as forças vivas de Moçambique, para permitir a existência de uma espécie de mediação. E predispusemo-nos a estar presentes nesta negociação para darmos o nosso contributo. Mas, infelizmente, não fomos entendidos ou ouvidos.
DW África: As eleições marcadas para 20 de novembro estão à porta, no meio desta crise. Geralmente estas situações são "aproveitadas" pelas forças políticas para construírem caminho com vista à vitória. O MDM pensa fazer este aproveitamento político, de alguma maneira?
SC: Não, o MDM não pretende fazer aproveitamento político nesse âmbito, uma vez que o MDM é um partido de paz. Muito pelo contrário, o MDM faz tudo para que o povo moçambicano viva tranquilamente e tenha oportunidade de escolher os melhores filhos de Moçambique para dirigir os destinos deste país.
Uma melhor escolha só é possível quando há paz. Quando o povo não se sente intimidado e vai às urnas realmente consciente de que é preciso encontrar as pessoas certas para [espelhar] aquele que é o pensamento do povo moçambicano.
Uma melhor escolha só é possível quando há paz. Quando o povo não se sente intimidado e vai às urnas realmente consciente de que é preciso encontrar as pessoas certas para [espelhar] aquele que é o pensamento do povo moçambicano.
DW África: No Parlamento moçambicano estão a RENAMO, a FRELIMO e o MDM. Ou seja, para além das duas forças antagónicas nesta crise, está o MDM. O que é o partido faz no Parlamento para ajudar a pôr fim a esta tensão?
SC: Infelizmente, o MDM tem um número reduzido, em termos de deputados à Assembleia da República. No tempo que tem na Assembleia da República, o MDM faz tudo e mais alguma coisa para fazer entender as duas bancadas antagónicas que é através do diálogo que se pode alcançar a paz, é através do diálogo que as pessoas têm de se entender.
SC: Infelizmente, o MDM tem um número reduzido, em termos de deputados à Assembleia da República. No tempo que tem na Assembleia da República, o MDM faz tudo e mais alguma coisa para fazer entender as duas bancadas antagónicas que é através do diálogo que se pode alcançar a paz, é através do diálogo que as pessoas têm de se entender.
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