À base de Sadjundjira
O comprometimento do chefe de Estado na manutenção da paz deve ir para além do discurso populista. É que não faz sentido que o presidente da República multiplique os seus slogans sobre a necessidade de diálogo para a paz, na mesma altura em que autoriza as tropas a recorrer à força das armas para impor... autoridade sobre os homens da Renamo que se saiba confinavam-se apenas em Sadjundjira - Alice Mabota
Maputo (Canalmoz) – A Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (LDH) diz encarar com “profunda preocupação e inquietação” a situação política e militar do País. Para a “Liga”, não faz sentido que o presidente da República, Armando Guebuza, faça apelos à paz e ao mesmo tempo ordene as Forças Armadas para atacarem, com armamento pesado, a base do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, em Sadjundjira.
Numa nota de Imprensa divulgada na tarde desta terça-feira, a LDH refere que “ os moçambicanos são uma vez mais confrontados com sinais claros de retorno à guerra declarada, em vésperas das eleições autárquicas deste ano e gerais do próximo”. “A prepotência e arrogância que sempre caracterizou este Governo e o clima de força que este semeia quando se trata de negociar, em nada ajuda no delineamento de um diálogo franco efectivo e a busca de caminhos e consensos que conduzam a um estabelecimento de uma paz efectiva no País”.
No entender da “Liga”, sejam quais forem os diferendos que existem entre a Renamo e a Frelimo, partido no poder, “nada justifica o restabelecimento da guerra pois esta em nenhum momento mostrou-se como solução, sendo que o diálogo, feito na base de equilíbrio, abertura, boa fé, compromisso e tolerância, é o único meio privilegiado para se alcançar a concórdia para o bem de todos os moçambicanos num contexto democrático”.
Diz a “Liga” que o clima de força criado pelo Governo em Gorongosa e que culminou com o assalto a Sadjundjira veio dar azo às desconfianças da sociedade sobre a seriedade da vontade do presidente Guebuza em desenvolver um diálogo frutuoso com a Renamo. “Torna-se sintoma de estranha coincidência que a tomada de Sadjundjira aconteça numa altura em que inicia a visita presidencial à Sofala, província onde se situa a base, onde ultimamente se localizava a sede estratégica da Renamo e do seu líder. É caso para questionar a finalidade dessas negociações, quando se sabe que a aposta está na força das armas”.
Segundo a Liga dos Direitos Humanos, “o comprometimento do chefe de Estado na manutenção da paz deve ir para além do discurso populista de basta dizer para ter feito. É que não faz sentido que o Presidente da República multiplique os seus slogans sobre a necessidade de diálogo para a paz, na mesma altura em que autoriza as tropas a recorrer à força das armas para impor autoridade sobre os homens da Renamo que se saiba confinavam-se apenas em Sadjundjira”.
A instituição dirigida por Alice Mabota recorda que foram necessários 16 anos de extremo sofrimento com mais de um milhão de mortos, destruições e deslocados, mais que no fim tudo foi resolvido à mesa, num cenário em que os moçambicanos não foram ressarcidos dos danos causados pela guerra. “Esta situação é de todo incompreensível quando fomentada e alimentada pelos mesmos protagonistas que há 21 anos negociaram e alcançaram a paz, hoje ameaçada”.
A “Liga” questiona também a “estranheza e o silêncio cúmplice” dos órgãos de soberania e outros organismos responsáveis pela gestão da estabilidade do País, nomeadamente, o Presidente da República, Parlamento e a Procuradoria-Geral da Geral. É uma atitude que inquieta organizações da sociedade civil como a “Liga” que almejam um Moçambique de paz, prosperidade e sossego para todos.
(Redacção)
O comprometimento do chefe de Estado na manutenção da paz deve ir para além do discurso populista. É que não faz sentido que o presidente da República multiplique os seus slogans sobre a necessidade de diálogo para a paz, na mesma altura em que autoriza as tropas a recorrer à força das armas para impor... autoridade sobre os homens da Renamo que se saiba confinavam-se apenas em Sadjundjira - Alice Mabota
Maputo (Canalmoz) – A Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (LDH) diz encarar com “profunda preocupação e inquietação” a situação política e militar do País. Para a “Liga”, não faz sentido que o presidente da República, Armando Guebuza, faça apelos à paz e ao mesmo tempo ordene as Forças Armadas para atacarem, com armamento pesado, a base do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, em Sadjundjira.
Numa nota de Imprensa divulgada na tarde desta terça-feira, a LDH refere que “ os moçambicanos são uma vez mais confrontados com sinais claros de retorno à guerra declarada, em vésperas das eleições autárquicas deste ano e gerais do próximo”. “A prepotência e arrogância que sempre caracterizou este Governo e o clima de força que este semeia quando se trata de negociar, em nada ajuda no delineamento de um diálogo franco efectivo e a busca de caminhos e consensos que conduzam a um estabelecimento de uma paz efectiva no País”.
No entender da “Liga”, sejam quais forem os diferendos que existem entre a Renamo e a Frelimo, partido no poder, “nada justifica o restabelecimento da guerra pois esta em nenhum momento mostrou-se como solução, sendo que o diálogo, feito na base de equilíbrio, abertura, boa fé, compromisso e tolerância, é o único meio privilegiado para se alcançar a concórdia para o bem de todos os moçambicanos num contexto democrático”.
Diz a “Liga” que o clima de força criado pelo Governo em Gorongosa e que culminou com o assalto a Sadjundjira veio dar azo às desconfianças da sociedade sobre a seriedade da vontade do presidente Guebuza em desenvolver um diálogo frutuoso com a Renamo. “Torna-se sintoma de estranha coincidência que a tomada de Sadjundjira aconteça numa altura em que inicia a visita presidencial à Sofala, província onde se situa a base, onde ultimamente se localizava a sede estratégica da Renamo e do seu líder. É caso para questionar a finalidade dessas negociações, quando se sabe que a aposta está na força das armas”.
Segundo a Liga dos Direitos Humanos, “o comprometimento do chefe de Estado na manutenção da paz deve ir para além do discurso populista de basta dizer para ter feito. É que não faz sentido que o Presidente da República multiplique os seus slogans sobre a necessidade de diálogo para a paz, na mesma altura em que autoriza as tropas a recorrer à força das armas para impor autoridade sobre os homens da Renamo que se saiba confinavam-se apenas em Sadjundjira”.
A instituição dirigida por Alice Mabota recorda que foram necessários 16 anos de extremo sofrimento com mais de um milhão de mortos, destruições e deslocados, mais que no fim tudo foi resolvido à mesa, num cenário em que os moçambicanos não foram ressarcidos dos danos causados pela guerra. “Esta situação é de todo incompreensível quando fomentada e alimentada pelos mesmos protagonistas que há 21 anos negociaram e alcançaram a paz, hoje ameaçada”.
A “Liga” questiona também a “estranheza e o silêncio cúmplice” dos órgãos de soberania e outros organismos responsáveis pela gestão da estabilidade do País, nomeadamente, o Presidente da República, Parlamento e a Procuradoria-Geral da Geral. É uma atitude que inquieta organizações da sociedade civil como a “Liga” que almejam um Moçambique de paz, prosperidade e sossego para todos.
(Redacção)
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