O diálogo político entre o Governo moçambicano e a Renamo, maior força da oposição, conheceu, esta segunda-feira (14), um novo capítulo com este último a recusar-se de continuar os encontros sem a presença de facilitadores nacionais e o Executivo a manter-se cada vez mais inflexível quanto a esta material.
Nesta que foi a 24a ronda, as duas delegações chegaram mesmo a entrar na sala onde habitualmente acontece o diáologo e permaneceram cerca de 30 minutos, mas não avançaram com o debate, pois a equipa de Afonso Dhlakama, tal como prometeu na última ronda, exigiu a presença de presença de facilitadores para iniciar o trabalho.
Entretanto, o Governo não só recusou a exigência da Renamo, como também acusou o seu interlocutor de abandonar o encontro. “Ficamos cerca de 30 minutos a insistirmos sobre a presença de facilitadores e observadores, não tendo havido avanços nessa matéria a sessão ficou interrompida,” relatou o líder da delegação da Renamo, Saimone Macuiane, em conferência de Imprensa.
O membro sénior da Renamo reafirmou e disponibilidade do seu partido de só voltar a manter o diálogo político com o Governo na presença de facilitadores. “A Renamo está na sua total disponibilidade de continuar a dialogar para que haja resultado positivo, mas para o efeito torna-se indispensável a presença de facilitadores nacionais na mesa de negociação,” referiu Macuiane.
Perante os sinais evidentes de fracasso do diálogo político em alusão, Saimone Macuiane apelou a toda a sociedade moçambicana e a comunidade internacional a usar as suas influências no sentido de desfazer o impasse que se verifica.
A Renamo recordou que o impasse na discussão da legislação eleitoral é que está na origem da crise política que se vive no país. “A solução da crise política eleitoral será importante para a paz, democracia e estabilidade do país,” disse Macuiane.
Governo mantém-se inflexível
Entretanto, o Governo moçambicano continua inflexível quanto à presença de facilitadores no diálogo com a Renamo, por entender que estes ainda não são necessários. À saída da sala onde decorrem os habituais encontros, a delegação governamental, chefiada pelo ministro de Agricultura, José Pacheco, acusou a sua contra parte de ter abandonado a sala.
“Em sede de diálogo entre o Governo e a Renamo não vemos a pertinência de intervenção de terceiros,” sublinhou Pacheco acrescentando que a Renamo pode, querendo, se fazer assessorar por pessoas singulares ou colectivas.
Pacheco disse ainda ter esclarecido, por insistência da equipa da Renamo, que entre esta e o Governo não haverá nenhum acordo político, pois, segundo argumentou “acordo político é feito entre partidos.”
A Verdade
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