“Tunduru” pode mudar de imagem
No acordo, as três instituições prevêem trabalhar em conjunto para a catalogação das espécies vegetais existentes no jardim, bem como no desenvolvimento de opções de estruturação e gestão com vista a garantir a sua sustentabilidade.
Ainda não foi indicada uma data exacta para o início destes trabalhos, alegadamente por o documento rubricado ser apenas um acordo de intenções que vai permitir a elaboração de um estudo que deverá determinar as necessidades para a reestruturação daquele jardim.
Na ocasião, o Presidente do Conselho Municipal de Maputo, David Simango, disse que a expectativa da instituição que dirige é de que o memorando não resulte apenas na reabilitação do jardim, mas que contribua para o desenho de modelos de organização e gestão que garantam a sustentabilidade do espaço e, por essa via, possa rentabilizar o investimento que as empresas vão fazer.
Falou da necessidade de se clarificar as responsabilidades de todos os intervenientes no processo de gestão e manutenção do património municipal como uma das formas de disciplinar, sistematizar e consolidar os métodos de administração deste tipo de infra-estruturas.
Mesmo sem indicarem o valor a ser disponibilizado para a execução deste projecto, os presidentes dos CFM e da Vale Moçambique, Rui Fonseca e Galib Abraham, respectivamente, assumiram o envolvimento das suas instituições no melhoramento do “Tunduru” que sempre foi uma referência na cidade-capital do país.
Importa referir que o Conselho Municipal, através das parcerias Público-Privado, já reabilitou vários espaços verdes da urbe, mas as condições das anteriores parcerias não se aplicavam ao Jardim Tunduru, daí ter permanecido por um longo período sem conhecer o seu futuro.
SITUAÇÃO ACTUAL
O botânico Jardim Tunduru, construído em 1924, apresenta-se num estado de total abandono e de acentuada degradação das suas infra-estruturas. As espécies de flora nele existentes não apresentam as mesmas características de há alguns anos, tendo deixado de ser alternativa para as pessoas que para lá acorriam à busca de momentos de lazer e mesmo em visitas de estudo.
Apesar de algumas intervenções que têm sido feitas pelas autoridades municipais, o “Tunduru” apresenta sinais claros de abandono, com as suas infra-estruturas e caírem aos pedaços. Os bancos, os sanitários, o muro de vedação e as próprias plantas não estão a receber o devido cuidado, de modo a corresponderem àquilo que são os seus propósitos.
O aroma das flores ou das plantas que outrora caracterizou aquele espaço, o principal “pulmão verde da cidade”, é abafado pelo mau cheiro exalado dos sanitários públicos e de outros pontos onde os marginais e não só fazem as suas necessidades biológicas, num uso desordenado que vai tornando o lugar impróprio para a desejada normal convivência de pessoas num meio urbano.
As ruelas exigem uma intervenção profunda devido aos grandes buracos que nelas se abriram, para além da água que corre dos tubos simplesmente rebentados.
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