A situação em África deverá piorar antes de … piorar. Essa é a opinião do JOE. Não um Joe qualquer mas sim o Joint Operating Environment (JOE), um estudo efectuado pelo Comando Conjunto das Forças Armadas americanas sobre o que nos aguarda a todos no futuro.
Claro que todos nós sabemos que - como disse alguém - é difícil fazer previsões principalmente sobre o futuro e que muitas vezes as previsões só servem para tornar a leitura dos signos em algo de respeitável. Mas de qualquer modo previsões – principalmente quando feitas pelo Comando Conjunto das forças do império – não devem ser totalmente ignoradas e este estudo abrange um pouco de tudo e de todos, desde a Europa á China e Índia, aos movimentos extremistas, ao ciber-espaço e mais. Mais senso comum (que na verdade deveria ser chamado de senso raro) do que qualquer revelação extraordinária
Para aqueles que mantêm ligações com África, o estudo é no entanto particularmente sombrio porque afirmam que mesmo em países onde se está a registar algum avanço (vem à mente claro está Moçambique) poderá haver recuos.
Há que dizer que o estudo denota muito pouco espaço a África, só por si indicativo que para o comando das forças armadas americanas, África vai continuar a ser nas próximas décadas algo de marginal.
“ A África subsaariana representa um conjunto único de desafios que incluem factores económicos, sociais e demográficos, muitas vezes exacerbados pela má governação, interferência de potências estrangeiras e crises de saúde tais como a SIDA,” diz o documento.
“Mesmo bolsas de crescimento económico estão sob pressão e poderão recuar devido a múltiplos problemas que constituem obstáculos à capacidade do governo responder a esses problemas,” acrescenta para afirmar ainda que “poderá haver algum progresso na região mas é quase uma certeza que muitas dessas nações continuarão na lista das nações mais pobres do mundo”.
O documento nota que os recursos naturais de África são uma faca de dois gumes. Esses recursos “atraem a atenção de Estados poderosos” e muitos estados africanos têm dificuldades em resistir à pressão e interferência desses Estados e de forças “não estatais”, situação que o estudo diz poderá afectar os Estados fracos e pobres”.
Mas ao mesmo tempo o envolvimento desses “Estados poderosos” em África devido aos recursos do continente poderá ser um desenvolvimento positivo porque com o seu envolvimento poderá vir também investimento, tecnologia e conhecimentos.
“A importância dos recursos da região irá assegurar que as grandes potências mantenham o seu interesse na estabilidade e desenvolvimento da região,” diz o estudo.
E o papel das forças armadas americanas? A acreditar no estudo, até haver “estabilidade e segurança” em África, o envolvimento militar americano será o de “impedir desastres humanitários e mesmo genocidas numa situação em que Estados africanos e grupos tribais lutam pelo poder e por controlo”.
Até agora isso parece ser verdade. Mas como disse certa vez um treinador de futebol … “prognósticos só no fim do jogo”.
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