Sunday, 25 April 2010

O 25 de Abril



O 25 de Abril da liberdade


A noite dos capitães do Movimento das Forças Armadas lançou Portugal num sonho. No 25 de Abril de 1974 e dias seguintes o País sonhou acordado. Só se ouvia cantar a "terra da fraternidade". Liberdade, paz e justiça. É difícil encontrar quem se recorde de emoções mais exultantes de mudança em Portugal.

Jornalista há quarenta anos, desde antes do 25 de Abril, conheci pessoalmente as tiranias da censura prévia e levitei ao ouvir, fora do País, a notícia da revolução em Portugal, logo a abrir o noticiário da manhã na rádio.

O 25 de Abril é um dia mágico para quem tanto o desejou e recebeu de presente, oferecido pelo Movimento das Forças Armadas.

Obviamente, houve problemas. Tinha de se acabar com a guerra em África e as independências arrastaram muitos dramas e injustiças. No nosso próprio Portugal, novos tiranos travestidos de justiceiros sujaram a revolução com saneamentos.

Em vez de mudar para melhorar, marginalizou-se por despeito. Atiraram, como antes, com portugueses pa-ra fora de Portugal. Matou--se a justiça com a falta de respeito dos direitos, aldrabou-se o desenvolvimento com melhorias de fantasia. Delapidou-se muita energia e confiança até acertar o caminho da Europa connosco, protagonizado por Mário Soares. Podia ter sido melhor? Podia, mas não há nada como a liberdade do 25 de Abril.


João Vaz, Redactor Principal


FONTES:

Cartoon: Jornal português Público

Texto: Jornal português Correio da Manhã

2 comments:

Anonymous said...

O cartoon está uma gracinha!
Claro que houve muita coisa negativa com os oportunistas que se aproveitaram do 25 de Abril, mas acho que valeu a pena.
Não se podia continuar no mesmo marasmo,com as guerras em Africa, a falta de liberdade em Portugal e as injustiças perpetradas por um estado de direito.
Lembro-me muito pouco, mas o suficiente, pois era uma miúda na escola primária.
Maria Helena

JOSÉ said...

O 25 de Abril foi bom mas houve aproveitamento dos oportunistas.Eu vivi muito de perto esses acontecimentos, permanecem bem vivos na minha memória.