Maputo, 15 out (Lusa) - A ONU apelou hoje para que as principais forças políticas em Moçambique sigam a via do diálogo e da reconciliação.
A coordenadora residente interina da organização, Bettina Maas, defendeu que os atores políticos moçambicanos devem ultrapassar as suas divergências pela via do diálogo, em declarações à margem de um encontro sobre a agenda para o desenvolvimento das Nações Unidas para os próximos 15 anos.
"O secretário-geral das Nações Unidas [Ban ki Moon], tal como as Nações Unidas cá em Moçambique, acompanham a situação política do país e exortam as partes a pautar pela cultura de paz e reconciliação nacional", afirmou a coordenadora-residente interina da organização.
"Não nos foi pedida qualquer ajuda, mas estamos sempre disponíveis para contribuir no que pudermos", assinalou Maas.
A incerteza política e militar em Moçambique agudizou-se na sexta-feira depois de o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, ter sido obrigado a entregar à polícia armas que estavam na posse da sua guarda pessoal e ver os seus seguranças detidos por algumas horas na sua residência na Beira, capital da província de Sofala, centro de Moçambique.
Forças especiais da polícia moçambicana na Beira ocuparam a casa de Dhlakama por algumas horas, depois de o líder da Renamo ter saído de um lugar desconhecido onde se havia refugiado, na sequência de dois tiroteios envolvendo a sua caravana, na província de Manica, centro do país, cuja autoria é imputada pela Renamo às forças de defesa e segurança moçambicanas.
Moçambique vive uma crise política desencadeada pela recusa do principal partido de oposição em reconhecer a derrota nas eleições gerais de 15 de outubro e do chumbo pela Assembleia da República de uma proposta da Renamo de criação de autarquias provinciais.
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