A capital de Moçambique está a enfrentar sérias restrições no fornecimento de energia eléctrica desde a manhã da passada quarta-feira (30) na sequência de uma avaria na subestação da Electricidade de Moçambique (EDM) localizada no bairro do Fomento, no município da Matola. Devido ao apagão o fornecimento de água às cidades de Maputo e da Matola também esteve condicionado.
De acordo com a empresa estatal que detém o monopólio do fornecimento de energia eléctrica em Moçambique, estas restrições devem-se a uma avaria no transformador de energia eléctrica na subestação da Matola.
O porta-voz da EDM, Luís Amado, explicou ao jornal Notícias que esta subestação está interligada em forma de anel com as subestações do Infulene e da Motraco sendo que a paralisação de uma perturba o normal funcionamento da rede. Devido à avaria, o eixo que vai do bairro da Malanga, passando pela zona do Ferroviário, Mercado Central, bairro Central (Município de Maputo) até à antiga FACIM, continua sob restrições até à solução definitiva do problema, acrescentou Luís Amado.
Além dos transtornos e prejuízos que a EDM está a causar aos milhões de citadinos de Maputo e da Matola o apagão eléctrico afecta também o fornecimento de água potável. Segundo a empresa Águas da Região de Maputo os níveis de produção na Estação de Tratamento do Umbeluzi baixaram drasticamente, afectando em cadeia o fluxo de transporte para os centros distribuidores e a capacidade destes de lançar este recurso aos consumidores.
Não se sabem as causas da avaria do transformador da subestação da Matola. Segundo a empresa, o equipamento funciona há dez anos e tem um período de vida útil de 25 anos.
Em Março deste ano um problema na mesma subestação deixou sem energia toda a zona sul de Moçambique. As cidades moçambicanas e outras zonas do território com acesso à rede eléctrica, oficialmente só 45,3% dos habitantes tem electricidade, são frequentemente atingidas por cortes, para alguns entendidos, devido à degradação da infra-estrutura de transporte e de distribuição de energia, resultante da falta de manutenção e da sobrecarga de todo o sistema, dado o aumento do número de consumidores que ultrapassa a quantidade de corrente eléctrica disponível.
Um estudo do Centro de Integridade Pública (CIP) de 2014 concluiu que a empresa monopolista do fornecimento de energia em Moçambique "deixou de prestar serviços que lhe competem, e passou a funcionar como uma rede ou agência de concessão de empreitadas, que servem os interesses da elite política (do partido Frelimo). Exemplo disso são os simples trabalhos de substituição de cabos eléctricos e electrificação cedidos a empresas de antigos dirigentes e desta forma despendendo mais dinheiro desnecessariamente. A falta de transparência e de integridade nas actividades desenvolvidas pela EDM serve de fonte de negócio para as elites políticas do país. "
A Verdade
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