Thursday, 22 October 2015

Moçambique ainda não criou uma verdadeira cultura de paz e reconciliação

Segundo o Lourenço do Rosário



O Reitor da Universida e Politécnica, a primeira instituição de ensino superior privada em Moçambique, Lourenço do Rosário, considera que, desde a assinatura dos Acordos Gerais de Paz em 1992, em Roma, Itália, o País ainda não criou uma verdadeira cultura de paz e reconciliação, o que tem resultado em desconfianças mútuas entre os seus signatários, nomeadamente o Governo e a Renamo.
Para Lourenço do Rosário, este é um dos factores que tem estado por detrás da polarização da sociedade moçambicana, entre os partidários da
Frelimo e da Renamo, e da agudização das suas contradições.
Uma dessas contradições, de acordo com o Reitor da Universidade
Politécnica, tem a ver com “os cíclicos conflitos pós-eleitorais que o País tem registado desde a realização das primeiras eleições multipartidárias, em 1994”.
“Devido aos conflitos pós-eleitorais começaram a surgir alguns sinais
ameaçadores de instabilidade política e social”, explicou Lourenço do
Rosário, que falava durante o seminário sobre os objectivos de desenvolvimento sustentável que teve lugar esta terça-feira, 20 de Outubro , organizado pela Universidade Politécnica em parceria
com a Organização das Nações Unidas e a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC).
Estas observações constam no relatório do Mecanismo Africano de
Re v i s ã o d e P a r e s (MARP ) apresentado em 2009 em Sirte, Líbia, durante a Cimeira da União Africana. O documento referia que “o País tinha evoluído no sentido de maior intolerância política”.
“A euforia que tínhamos desde 1992 com o fim da guerra e a realização das primeiras eleições multipartidárias tinha sido abalada. A distribuição da
riqueza não estava a ser equitativa e as expectativas da população em
relação ao crescimento económico começavam a ficar frustradas”, acrescentou Lourenço do Rosário.
Por seu turno, a Coordenadora Residente Interina das Nações Unidas em Moçambique, Bettina Maas , louvou o Executivo moçambicano por ter incluído os objectivos de desenvolvimento sustentável no Plano Quinquenal do Governo (2015-2019),....aprovado no princípio deste ano.
Mais adiante, Bettina Maas realçou a importância do envolvimento de todos os intervenientes da sociedade para a implementação desses objectivos pois tal “requer a colaboração entre as instituições do Governo, parceiros de desenvolvimento, sociedade civil, sector privado, e outros”.



Jornal Sugestão, 21 de Outubro de 2015

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