Se Afonso Dhlakama está hoje vivo e de saúde, isso se deve, sem margem para dúvidas, à sua guarda pessoal, eficiente e disciplinada. Sem ela, teria sido morto nas duas emboscadas que sofreu na província de Manica, executadas ainda hoje não se sabe bem por quem. Embora se suspeite...
Igualmente, na Beira, se a sua guarda não fosse disciplinada, acatando a ordem de não disparar, Dhlakama teria sido abatido.
Hoje essa guarda foi desarmada.
Se aqueles “desconhecidos” homens armados, que fizeram as emboscadas, atacarem de novo não haverá quem defenda Dhlakama. E lá teremos os papagaios do costume a dizer que foram divergências internas da Renamo. E que a vida tem que continuar...
A segunda emboscada foi a 25 de Setembro. Quase parece que foi para embelezar o bolo festivo de alguém com a cereja sangrenta que seria a cabeça de Afonso Dhlakama.
Só que falhou, como estão a falhar todas essas tentativas. E isto está a conduzir-nos para uma situação em que Filipe Nyusi ou se livra dos seus mentores militaristas ou vai acabar como um fantoche de um guebuzismo nórdico, talvez maconde.
E, quando chegar o momento do ajuste de contas, vai aparecer sozinho a ser acusado, porque os demais desapareceram na paisagem, entre os imbondeiros e os cifrões.
A pessoa Filipe Nyusi é-me simpática. Creio que podia ser uma solução para este momento.
Mas Filipe Nyusi no meio da floresta frelimista não é solução para coisa nenhuma. É um agravar do cancro que nos corrói, agravado desde que AEG tomou o poder há 10 anos.
Espero que não consigam matar Dhlakama, nem fisicamente nem humilhando-o. Longe de ser o meu político moçambicano preferido, tem-se mostrado um homem da Paz muito para além do que me parece exigível.
E eu diria que é tempo de enterrar (figuradamente) os donos dos últimos 40 anos nos seus actuais benefícios, afastando-os dos circuitos do poder. Eles, os filhos, os netos e os primos afastados.
Toda essa camarilha.
Machado da Graça, SAVANA – 16.10.2015, no Moçambique para todos
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