Friday, 16 October 2015

Dia-a-dia desmente Nyusi na abordagem do crescimento inclusivo




PR diz que não há qualquer manifestação discriminatório

A capital moçambicana, Maputo, acolhe desde ontem, a segunda conferência nórdico-moçambicana sobre o crescimento inclusivo, um encontro em que os países participantes contribuem com as suas experiências, tudo na perspectiva de assegurar que o país (Moçambique) trilhe os mesmos caminhos no que diz respeito à criação de um verdadeiro crescimento inclusivo.
O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, presidiu à cerimónia de abertura do encontro, tendo na ocasião, negado a existência, no país, de quaisquer formas de discriminação e exclusão dos moçambicanos na partilha e usufruto do crescimento económico.
“Para uma efectiva inclusão social o governo não irá permitir que haja discriminação programada ou consequente baseada em etnias, religião, raça, género entre outros” – assegurou Nyusi.
Para o PR, estas atitudes não devem ter qualquer espaço, pois “a descriminação é uma grande barreira”.
Entretanto, apesar desta nega, a verdade é que a abordagem do crescimento inclusivo na perspectiva de se assegurar um benefício a favor de todos os moçambicanos continua a ser bastante problemática. Aliás, muitas vozes nacionais têm estado a reclamar realidades relacionadas com exclusão total em torno do usufruto dos ganhos do crescimento económico nacional, muitas vezes, relacionadas por motivações meramente políticas.
Organizações da Sociedade Civil buscam sustento das suas desconfianças e acusações no facto de a realidade mostrar que cerca de 90 por cento da estrutura empresarial moçambicana estar umbilicalmente ligada à nomenklatura política frelimista, o partido no poder, desde 1975.
Ainda nesta abordagem, o Chefe de Estado reconheceu que a apesar do crescimento robusto que o País tem registado, os níveis de pobreza fixados em 54.7 por cento e a desnutrição crónica na ordem de 43 pontos percentuais continuam inaceitavelmente elevados. Anotou ainda que o Índice de Desenvolvimento Humano é ainda razão de preocupação do executivo.
O crescimento económico acelerado é necessário para a redução da pobreza, mas para garantir a sua sustentabilidade esse crescimento passa por uma base ampla e abranger todos os sectores e incluir grande parte da força do trabalho do país, entende Nyusi.
“Aprendemos com a nossa realidade que enquanto a renda per capita cresce, a qualidade de vida melhora, ainda que não seja em todos os aspectos nem na mesma proporção”, descreveu o Chefe de Estado, que entende que o crescimento inclusivo em Moçambique assenta numa base económica e social ampliada de criação de riqueza através da produção e da criação de emprego digno.
Em linhas gerais, o objectivo da conferência, que hoje termina, é discutir e compartilhar experiências sobre uma variedade de assuntos fulcrais dentro do âmbito alargado de crescimento inclusivo, com vista a identificar as políticas e medidas necessárias para aumentar as probabilidades de um processo de desenvolvimento sustentável de Moçambique.(B. Luís)


MEDIAFAX – 15.10.2015, citado no Moçambique para todos

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