Relevância de um debate ou urgência de acções pacificadoras?
Preocupa o silêncio das autoridades
Renovar como deputado e chegar a ser deputado não pode colocar a PAZ em perigo. A prioridade é o respeito escrupuloso do código de conduta eleitoral.
Há que investigar e apurar o que fazem determinadas pessoas encabeçando hordas de jovens enraivecidos e espalhando terror em alguns locais do país.
Ruanda, Zimbabwe e Quénia não aconteceram por acaso. Foi uma atitude permissiva e tolerante face a manifestações de extremismo político e étnico que cimentaram convicções de que os seus actos seriam protegidos pelo poder do dia.
Eleições acontecendo numa atmosfera de desconfiança e onde não há uma atitude clara das lideranças quanto ao comportamento dos seus membros e simpatizantes têm um potencial explosivo.
Quem não quer surpresas e defende o aprofundamento da paz e tranquilidade prepara-se e actua nesse sentido.
Qualquer debate que diga respeito ao país é relevante e de interesse. Qualquer oportunidade de debater o país e os seus problemas é importante.
Abundam opiniões sobre a relevância de um debate directo entre os candidatos a PR. Estrategas oficiais e “oferecidos” tecem comentários e já há sugestões concretas de forma e conteúdo sobre o tema.
Significa avanço? É algo novo, e típico noutros quadrantes. No Ocidente não há eleições sem debates entre concorrentes.
Para a situação moçambicana e tendo em conta o potencial de violência político-eleitoral, inclino-me a que se preste atenção particular e urgente aos focos de tensão e a comportamentos intolerantes exibidos por militantes alcoolizados de algumas formações políticas.
Há alguns políticos que procuram protagonismo comandando “arruaceiros” embriagados em acções de ataque contra manifestações político-eleitorais de opositores.
Tem sido recorrente em algumas províncias que membros da Frelimo identificados e conhecidos se excedam e violem os direitos políticos de opositores. Manica, Tete, Gaza e Inhambane são particularmente palcos de manifestações de violência politicamente motivada.
É preocupante e inadmissível que partidos políticos se organizem e coloquem os seus membros no terreno para impedir comícios de opositores.
O primeiro passo de qualquer debate que venha a acontecer e o primeiro passo na direcção do que se deve fazer neste momento é centrar a acção política na manutenção da PAZ.
Falar de festa pela ocasião das eleições e das campanhas para esse fim é uma vã proclamação quando os estrategas se entregam a práticas de hostilização e de confronto violento.
Há receios fundamentados de que por parte de alguns políticos existem estratégias de saída pouco aconselháveis em caso de um cenário de derrota eleitoral.
Se em campanha eleitoral se projectam actos de violência e se consumam actos de violência, que antecipar, quando os resultados eleitorais forem anunciados?
Não sejamos ingénuos em relação a um assunto tão importante.
As chacinas verificadas no Quénia pós-eleitoral são algo a equacionar e a tomar em consideração.
Não são meros vaticínios nem teoria de conspiração quando se coloca a possibilidade de violência pós-eleitoral grave em Moçambique.
A nível intermédio, nas vilas e cidades, há muitos membros do partido no poder que conquistam posições de relevo na sociedade e que acumularam alguma riqueza pela sua estreita ligação com o partido Frelimo, partido até agora no poder em Moçambique.
O temor da derrota é notório e visível tendo em conta experiências bem recentes. As derrotas nas autárquicas não foram bem digeridas e o “rolar de cabeças” que se verificou em Sofala, Zambézia e Nampula foi entendido no resto do país.
Há um consenso de que qualquer derrota poderá ser o fim de pequenos “impérios” que se foram criando ao sabor da impunidade e do tráfico de influências. Gasolina para os carros espampanantes de muitos poderá secar. Há que defender posições com unhas e garras. Deputados poderão não renovar e outros poderão jamais chegar a sê-lo. Esse parece ser o estado de espírito em que vivem certos “camaradas”.
O fervor e ardor militantes devem ser geridos com responsabilidade num momento tão grave da história nacional.
Precisamos de ver sendo implementadas acções pacificadoras e não a libertação de grupos violentos na arena eleitoral.
A preocupação de alguns segmentos intelectuais sobre um debate entre os candidatos presidenciais é legítima quanto à sua forma e conteúdo, só que, se não se acautelaram procedimentos, nenhum debate salvará o país de mergulhar na carnificina pós-eleitoral alavancada por comportamentos sanguinários de hordas estabelecidas nos partidos concorrentes.
Quando as lideranças se calam face a factos concretos de violência orquestrada pelos seus seguidores, tornam-se cúmplices activos desses factos.
As brigadas centrais do partido que têm protagonizado cenas de intimidação e de violência têm responsabilidade directa do que está acontecendo.
Não queremos ver moçambicanos indo para julgamento em Arusha ou em Gaborone por causa de violência que possa eclodir depois do anúncio dos resultados eleitorais.
Não queremos ver Kofi Annan ou Obasanjo intermediando mais um conflito político-militar em Moçambique.
Não queremos “capacetes azuis” em Moçambique.
Prevenir a violência faz-se através de sinais concretos de contenção, de disciplina e de controlo de militantes e membros dos partidos políticos.
É penoso ver como álcool barato, que deveria estar banido no país, está sendo distribuído a activistas eleitorais.
É doloroso ver que o “‘Empoderamento’ Económico Negro” ilícito não hesita face a nada, para se impor a todo um povo.
(Noé Nhantumbo, Canalmoz)
Preocupa o silêncio das autoridades
Renovar como deputado e chegar a ser deputado não pode colocar a PAZ em perigo. A prioridade é o respeito escrupuloso do código de conduta eleitoral.
Há que investigar e apurar o que fazem determinadas pessoas encabeçando hordas de jovens enraivecidos e espalhando terror em alguns locais do país.
Ruanda, Zimbabwe e Quénia não aconteceram por acaso. Foi uma atitude permissiva e tolerante face a manifestações de extremismo político e étnico que cimentaram convicções de que os seus actos seriam protegidos pelo poder do dia.
Eleições acontecendo numa atmosfera de desconfiança e onde não há uma atitude clara das lideranças quanto ao comportamento dos seus membros e simpatizantes têm um potencial explosivo.
Quem não quer surpresas e defende o aprofundamento da paz e tranquilidade prepara-se e actua nesse sentido.
Qualquer debate que diga respeito ao país é relevante e de interesse. Qualquer oportunidade de debater o país e os seus problemas é importante.
Abundam opiniões sobre a relevância de um debate directo entre os candidatos a PR. Estrategas oficiais e “oferecidos” tecem comentários e já há sugestões concretas de forma e conteúdo sobre o tema.
Significa avanço? É algo novo, e típico noutros quadrantes. No Ocidente não há eleições sem debates entre concorrentes.
Para a situação moçambicana e tendo em conta o potencial de violência político-eleitoral, inclino-me a que se preste atenção particular e urgente aos focos de tensão e a comportamentos intolerantes exibidos por militantes alcoolizados de algumas formações políticas.
Há alguns políticos que procuram protagonismo comandando “arruaceiros” embriagados em acções de ataque contra manifestações político-eleitorais de opositores.
Tem sido recorrente em algumas províncias que membros da Frelimo identificados e conhecidos se excedam e violem os direitos políticos de opositores. Manica, Tete, Gaza e Inhambane são particularmente palcos de manifestações de violência politicamente motivada.
É preocupante e inadmissível que partidos políticos se organizem e coloquem os seus membros no terreno para impedir comícios de opositores.
O primeiro passo de qualquer debate que venha a acontecer e o primeiro passo na direcção do que se deve fazer neste momento é centrar a acção política na manutenção da PAZ.
Falar de festa pela ocasião das eleições e das campanhas para esse fim é uma vã proclamação quando os estrategas se entregam a práticas de hostilização e de confronto violento.
Há receios fundamentados de que por parte de alguns políticos existem estratégias de saída pouco aconselháveis em caso de um cenário de derrota eleitoral.
Se em campanha eleitoral se projectam actos de violência e se consumam actos de violência, que antecipar, quando os resultados eleitorais forem anunciados?
Não sejamos ingénuos em relação a um assunto tão importante.
As chacinas verificadas no Quénia pós-eleitoral são algo a equacionar e a tomar em consideração.
Não são meros vaticínios nem teoria de conspiração quando se coloca a possibilidade de violência pós-eleitoral grave em Moçambique.
A nível intermédio, nas vilas e cidades, há muitos membros do partido no poder que conquistam posições de relevo na sociedade e que acumularam alguma riqueza pela sua estreita ligação com o partido Frelimo, partido até agora no poder em Moçambique.
O temor da derrota é notório e visível tendo em conta experiências bem recentes. As derrotas nas autárquicas não foram bem digeridas e o “rolar de cabeças” que se verificou em Sofala, Zambézia e Nampula foi entendido no resto do país.
Há um consenso de que qualquer derrota poderá ser o fim de pequenos “impérios” que se foram criando ao sabor da impunidade e do tráfico de influências. Gasolina para os carros espampanantes de muitos poderá secar. Há que defender posições com unhas e garras. Deputados poderão não renovar e outros poderão jamais chegar a sê-lo. Esse parece ser o estado de espírito em que vivem certos “camaradas”.
O fervor e ardor militantes devem ser geridos com responsabilidade num momento tão grave da história nacional.
Precisamos de ver sendo implementadas acções pacificadoras e não a libertação de grupos violentos na arena eleitoral.
A preocupação de alguns segmentos intelectuais sobre um debate entre os candidatos presidenciais é legítima quanto à sua forma e conteúdo, só que, se não se acautelaram procedimentos, nenhum debate salvará o país de mergulhar na carnificina pós-eleitoral alavancada por comportamentos sanguinários de hordas estabelecidas nos partidos concorrentes.
Quando as lideranças se calam face a factos concretos de violência orquestrada pelos seus seguidores, tornam-se cúmplices activos desses factos.
As brigadas centrais do partido que têm protagonizado cenas de intimidação e de violência têm responsabilidade directa do que está acontecendo.
Não queremos ver moçambicanos indo para julgamento em Arusha ou em Gaborone por causa de violência que possa eclodir depois do anúncio dos resultados eleitorais.
Não queremos ver Kofi Annan ou Obasanjo intermediando mais um conflito político-militar em Moçambique.
Não queremos “capacetes azuis” em Moçambique.
Prevenir a violência faz-se através de sinais concretos de contenção, de disciplina e de controlo de militantes e membros dos partidos políticos.
É penoso ver como álcool barato, que deveria estar banido no país, está sendo distribuído a activistas eleitorais.
É doloroso ver que o “‘Empoderamento’ Económico Negro” ilícito não hesita face a nada, para se impor a todo um povo.
(Noé Nhantumbo, Canalmoz)
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