Ainda se está muito longe do “bom porto”
Ninguém se engane ou se iluda sobre o alcance real do AGP-2 assinado pelo PR e o líder da Renamo.
A solenidade e simbolismo daquele importante acto podem ser colocados em risco a qualquer momento, se não houver uma atitude e comportamento correspondentes aos reais anseios dos moçambicanos.
Os que até há bem pouco se reuniam para planificar acções ofensivas de carácter militar nos comandos das forças beligerantes podem não estar realmente confortados e controlados. Quem ganhava com cada dia de combate, com cada comboio de reabastecimento, com cada aquisição de equipamento bélico, com a logística geral que uma guerra comporta pode estar, em termos práticos, planificando saídas que constituam os fundamentos de retorno à beligerância.
É perigoso descansar antes do trabalho concluído e da consolidação dos entendimentos ou acordos alcançados.
A história recente mostra que há interpretações que fogem da realidade, que não explicam as causas das sucessivas guerras fratricidas no país e que existe relutância em assumir-se responsabilidade e liderança promotoras de concórdia de reconciliação.
Uma nuvem embaciada teima em não deixar ver o que realmente faz falta ao país e aos moçambicanos.
Demagogos e propagandista de teses reducionistas propalam aos quatro ventos explicações que pertencem a conteúdos leccionados em centros de estudos estratégicos do passado, que algum dia responderam a estratégias postas em prática, mas que perderam o fulgor e a sua razão de ser.
Marionetes e satélites, “paus-mandados” e agentes da Internacional Comunista ou da Internacional democrático-cristã, direita ou esquerda, extrema-direita ou extrema-esquerda, curem-se com urgência das bebedeiras ideológicas do passado e situem-se no Moçambique real, concreto de hoje. Que a vossa miopia não instrumentalize uma juventude carente de Paz e de trabalho digno, de cidadania, de liberdade de expressão e participação num processo político inadiável.
Todas as saídas planificadas e implementadas pelos centros locais de estudo estratégico e centros de orientação ou controlo informativo foram postas em prática, mas redundaram num fracasso, porque não tiveram em conta a dimensão dos problemas do país e a grau de adesão da maioria de sua população. Não foi a politização dos cidadãos que os afastou de teses militaristas ou de busca de soluções de problemas políticos através da reinstalação do regime das “guias de marcha” ou das células do partido e dos grupos de vigilância.
O perigo de hoje é que os grupos dinamizadores do passado que ganharam força nesta III república, embora com o nome de células, se tenham transformado em centros de recrutamento de agentes provocadores e de esquadrões de choque ao serviço da agenda de manutenção do poder.
Alguns comportamentos violentos são dignos de comparação com aqueles do 7 de Setembro de 1974. A intolerância política, quando protegida pelo silêncio da PRM, pela falta de condenação pelos altos escalões do partido no poder, transforma-se em instrução velada de comportamento a ser seguido por militantes e membros. É da responsabilidade inalienável de quem detém o poder governamental e controla os instrumentos da administração da Justiça vir a público em tempo útil e transmitir a mensagem apropriada.
É tal a gravidade dos abusos e da violência que reina impune, que isso ameaça a Paz recentemente assinada.
Quem governa deve liderar e tudo fazer para que a estabilidade se mantenha, que a ordem pública seja garantida, que os direitos constitucionais dos partidos políticos sejam, na generalidade, respeitados.
Governar é liderar todos os dias e não se esconder em agendas sinistras de manutenção do poder a qualquer custo.
Moçambique não precisa de doses maciças de cosmética política nem de um executivo que se entrega ao cumprimento de uma agenda partidária que viola os preceitos de convivência política.
Convém que se diga, de forma clara e contundente, que qualquer derrapagem do processo político será da responsabilidade de quem é Governo neste momento.
Aqueles que se entregam ao desenho de fórmulas de acção que consubstanciam “batota” e encorajam a utilização de meios fraudulentos para vencerem batalhas eleitorais devem ser tidos como responsáveis.
Os moçambicanos querem ter a oportunidade de votar em paz e em tranquilidade, sem ameaças nem coacção.
Assegurar eleições justas, livres e transparentes requer liderança efectiva e uma actuação cautelar pelos detentores do poder.
“Prevenir vale mais do que remediar”.
Calem-se os promotores da violência, mas não se cale o PR nem os seus porta-vozes quando a PAZ está sendo colocada em risco por membros irredutíveis de um partido político que ainda não aprendeu que democracia real significa alternância no poder, definida por resultados eleitorais limpos.
Sem suspeições, sem “truques” nem malabarismos, vamos todos fazer aquilo que todos sabemos ser o melhor para o país e para nós próprios.
(Noé Nhantumbo, Canalmoz)
Ninguém se engane ou se iluda sobre o alcance real do AGP-2 assinado pelo PR e o líder da Renamo.
A solenidade e simbolismo daquele importante acto podem ser colocados em risco a qualquer momento, se não houver uma atitude e comportamento correspondentes aos reais anseios dos moçambicanos.
Os que até há bem pouco se reuniam para planificar acções ofensivas de carácter militar nos comandos das forças beligerantes podem não estar realmente confortados e controlados. Quem ganhava com cada dia de combate, com cada comboio de reabastecimento, com cada aquisição de equipamento bélico, com a logística geral que uma guerra comporta pode estar, em termos práticos, planificando saídas que constituam os fundamentos de retorno à beligerância.
É perigoso descansar antes do trabalho concluído e da consolidação dos entendimentos ou acordos alcançados.
A história recente mostra que há interpretações que fogem da realidade, que não explicam as causas das sucessivas guerras fratricidas no país e que existe relutância em assumir-se responsabilidade e liderança promotoras de concórdia de reconciliação.
Uma nuvem embaciada teima em não deixar ver o que realmente faz falta ao país e aos moçambicanos.
Demagogos e propagandista de teses reducionistas propalam aos quatro ventos explicações que pertencem a conteúdos leccionados em centros de estudos estratégicos do passado, que algum dia responderam a estratégias postas em prática, mas que perderam o fulgor e a sua razão de ser.
Marionetes e satélites, “paus-mandados” e agentes da Internacional Comunista ou da Internacional democrático-cristã, direita ou esquerda, extrema-direita ou extrema-esquerda, curem-se com urgência das bebedeiras ideológicas do passado e situem-se no Moçambique real, concreto de hoje. Que a vossa miopia não instrumentalize uma juventude carente de Paz e de trabalho digno, de cidadania, de liberdade de expressão e participação num processo político inadiável.
Todas as saídas planificadas e implementadas pelos centros locais de estudo estratégico e centros de orientação ou controlo informativo foram postas em prática, mas redundaram num fracasso, porque não tiveram em conta a dimensão dos problemas do país e a grau de adesão da maioria de sua população. Não foi a politização dos cidadãos que os afastou de teses militaristas ou de busca de soluções de problemas políticos através da reinstalação do regime das “guias de marcha” ou das células do partido e dos grupos de vigilância.
O perigo de hoje é que os grupos dinamizadores do passado que ganharam força nesta III república, embora com o nome de células, se tenham transformado em centros de recrutamento de agentes provocadores e de esquadrões de choque ao serviço da agenda de manutenção do poder.
Alguns comportamentos violentos são dignos de comparação com aqueles do 7 de Setembro de 1974. A intolerância política, quando protegida pelo silêncio da PRM, pela falta de condenação pelos altos escalões do partido no poder, transforma-se em instrução velada de comportamento a ser seguido por militantes e membros. É da responsabilidade inalienável de quem detém o poder governamental e controla os instrumentos da administração da Justiça vir a público em tempo útil e transmitir a mensagem apropriada.
É tal a gravidade dos abusos e da violência que reina impune, que isso ameaça a Paz recentemente assinada.
Quem governa deve liderar e tudo fazer para que a estabilidade se mantenha, que a ordem pública seja garantida, que os direitos constitucionais dos partidos políticos sejam, na generalidade, respeitados.
Governar é liderar todos os dias e não se esconder em agendas sinistras de manutenção do poder a qualquer custo.
Moçambique não precisa de doses maciças de cosmética política nem de um executivo que se entrega ao cumprimento de uma agenda partidária que viola os preceitos de convivência política.
Convém que se diga, de forma clara e contundente, que qualquer derrapagem do processo político será da responsabilidade de quem é Governo neste momento.
Aqueles que se entregam ao desenho de fórmulas de acção que consubstanciam “batota” e encorajam a utilização de meios fraudulentos para vencerem batalhas eleitorais devem ser tidos como responsáveis.
Os moçambicanos querem ter a oportunidade de votar em paz e em tranquilidade, sem ameaças nem coacção.
Assegurar eleições justas, livres e transparentes requer liderança efectiva e uma actuação cautelar pelos detentores do poder.
“Prevenir vale mais do que remediar”.
Calem-se os promotores da violência, mas não se cale o PR nem os seus porta-vozes quando a PAZ está sendo colocada em risco por membros irredutíveis de um partido político que ainda não aprendeu que democracia real significa alternância no poder, definida por resultados eleitorais limpos.
Sem suspeições, sem “truques” nem malabarismos, vamos todos fazer aquilo que todos sabemos ser o melhor para o país e para nós próprios.
(Noé Nhantumbo, Canalmoz)
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