É perigoso ter uma Polícia instrumentalizada. É perigoso que a PRM mostre favoritismo para um dos concorrentes nesta corrida para Outubro.
Mais perigoso e preocupante é que o mais alto magistrado da nação não fale nem diga coisa alguma sobre graves ilícitos eleitorais ocorrendo em alguns pontos do país.
Se a opção é a gestão silenciosa de graves casos públicos de violência politicamente motivada, isso levanta vários tipos de questões: qual é a verdadeira agenda definida pelo partido no poder; quais são as instruções distribuídas aos mais diversos níveis.
Possuir porta-voz do PR que não se pronuncia é um gasto de fundos públicos sem qualquer sentido.
Agora que se aproxima vertiginosamente o 15 de Outubro de 2014, importa que os actores políticos assumam suas responsabilidades de modo claro, conciso e firme.
É necessário que o Observatório Eleitoral se pronuncie proactivamente sobre os factos que ocorrem. Aquela sapiência habitual e “pronunciamentos” antecipados sobre a vitória deste ou daquele não é o que os moçambicanos esperam de quem se diz observador imparcial.
Há ou não matéria para que as autoridades e actores políticos se posicionem e se demarquem dos ilícitos eleitorais?
Requer-se sentido prático e acção urgente sobre assuntos que podem colocar a estabilidade nacional em risco afectando todos os consensos até aqui alcançados.
Não se pode continuar a adiar acções necessárias e (por que não dizer?) vitais.
Aos “pacifistas”, exige-se que se manifestem contra a violência eleitoral e que apontem o dedo a quem a provoca.
Numa situação aparentemente de um Governo de férias, torna-se cada vez mais insustentável viver-se de proclamações esporádicas sobre uma paz que efectivamente não se cultiva.
A intolerância ou uma suposta tolerância para a oposição em Gaza tem de ser combatida através da lei, da sua aplicação exemplar.
É urgente e vital que as autoridades competentes travem a barbárie em que se estão tornando as campanhas eleitorais.
O “carnaval eleitoral” pode transformar-se em campo de batalha de consequências imprevisíveis.
É agora, e não amanhã, que Moçambique precisa de uma liderança comprometida com a paz e não com dividendos eleitorais.
A apatia governamental em Gaza reflecte uma situação em parece que foi escolhida a opção “vitória eleitoral a qualquer custo”.
O silêncio das autoridades é preocupante e sinal de que não há interesse em que as eleições se realizem de maneira tranquila e ordeira. Há forças políticas que, tendo o seu poder ameaçado, estão planificando saídas perigosas, pois podem descambar numa espiral de violência jamais vista em Moçambique.
Travar esta corrida para eleições violentas é responsabilidade do PR, de seu Governo e também do seu partido.
Uma herança de paz e de desenvolvimento harmonioso faz-se através de actos concretos.
(Noé Nhantumbo, Canalmoz)
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