O líder da Renamo, Afonso Dlhakama, assegurou hoje, no seu reaparecimento público, que a sua ausência, por um ano e meio em parte incerta, serviu para tornar Moçambique mais pacífico e democrático, e rejuvenescer o multipartidarismo.
Afonso Dhlakama, líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, reapareceu hoje nas matas da serra da Gorongosa, na província de Sofala (centro do país), e garantiu que vai cumprir o acordo de cessar-fogo.
"A minha ausência foi necessária para repor o multipartidarismo. Vou às eleições para lutar contra a má gestão do país", disse aos jornalistas em Chimoio, a capital de Manica, a cerca de 190 quilómetros a sul de Sadjundjira (Gorongosa), de onde reapareceu hoje de manhã.
Dhlakama dispensou o carro protocolar enviado pelo governo para o acompanhar de Sadjundjira ao aeródromo de Chimoio, optando por uma viatura particular todo-o-terreno.
O líder da Renamo também manteve a sua guarda, fortemente armada, que o escoltou em simultâneo com a força governamental, juntamente com a delegação de embaixadores que negociou a sua viagem a Maputo.
Fazem parte da delegação de diplomatas, os embaixadores de Portugal, Itália, Estados Unidos, Botsuana e a comissária da Grã-Bretanha.
Contudo o líder da Renamo não anunciou se vai fixar residência em Maputo, assegurando apenas que vai escolher uma das três casas disponíveis, sendo uma em Maputo (sul), a segunda em Nampula (norte) e a terceira em Sadjundjira (Gorongosa, sul), deixando em aberto a possibilidade de regressar às encostas da serra da Gorongoza.
"Eu vou escolher para viver uma das três casas que tenho, incluindo a de Sadjundjira", disse Afonso Dhlakama, que ao longo do percurso saudou populares em múltiplas ocasiões.
Ao longo dos cerca de 70 quilómetros de terra batida que ligam Sadjundjira à vila da Gorongosa, a população saudou efusivamente Afonso Dlhakama com cânticos e palavras de ordem: "obrigado pela salvação, ide pensando em nós". Centenas de pessoas observaram a passagem do líder da Renamo durante o trajeto.
Em Chimoio, o trânsito ficou temporariamente paralisado nos locais por onde passou, e teve que ser fortemente escoltado pela sua guarda e embaixadores à saída do hotel, devido ao grande número de populares.
Na capital provincial de Manica, Afonso Dhlakama apanhou uma avioneta da Moçambique Expressos (Mex), operada pela companhia de bandeira nacional, fretada e mantida desde quarta-feira no aeródromo, junto com a sua guarda, a maioria mulheres, e a delegação de embaixadores.
Os elementos da sua segurançsa foi desarmada no aeródromo, e as armas e munições empacotadas em caixas de madeira, seladas pela Polícia moçambicana.
Afonso Dhlakama é esperado capital moçambicana depois de uma ausência de cerca de cinco anos.
Lusa
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