Agir hoje e agora significa seriedade e responsabilidade
Multiplicam-se situações de violência eleitoral um pouco por todo o país.
Os fenómenos condenáveis de violência eleitoral merecem uma atenção especial da alta hierarquia dos órgãos de administração eleitoral e dos órgãos de administração da Justiça.
É tempo de mostrar que afinal não são órgãos coartados nem subservientes a agendas partidárias.
Sem malabarismos nem fugas para a frente, provem aos moçambicanos que merecem confiança e os salários principescos que auferem.
Trabalhar nos casos conhecidos e agir preventivamente vai trazer confiança essencial para que não haja recrudescimento da violência relacionada com as eleições que se avizinham.
Assinado o AGP-2, importa recuperar a credibilidade institucional.
A PRM não pode ficar parada, impávida e serena, quando testemunha provocações violentas e desnecessárias afectando a actividade política de forças políticas com existência legal no país.
Já não é tempo daquele “história” de que não há provas nem se localizam os prevaricadores.
Com interesse em saber, se localizam todos, e acredito que as autoridades dos distritos onde existem registos de ocorrências dessa natureza conhecem muito bem até o endereço físico de cada um.
Agir hoje e não amanhã vai contribuir para que a PAZ assinada se torne realidade quotidiana.
As organizações religiosas e da sociedade civil estão estranhamente silenciosas face ao espectáculo dantesco que se assiste em alguns pontos do país.
Afinal para que foram tantas romarias e manifestações a favor da paz?
Criticar e denunciar com veemência e vigor os que perturbam a paz é tarefa de todos e todos os dias.
Não se espere por calendários nem por angariação de fundos para adquirir camisetas e chapéus para manifestações mediatizadas.
Há fortes indícios de que a violência obedece a planificação prévia em que estão envolvidos escalões diversos.
Não se pode ficar à espera de que o pior aconteça e que depois se entre na conhecida via de diabolização dos outros.
Há factos e matéria suficiente para que as autoridades se lancem ao campo e trabalhem sobre o que se conhece. Aqui não se trata de inventar, mas educar e preventivamente acalmar ânimos que perigosamente podem rebentar. A paciência esgota-se e a retaliação pode ultrapassar a capacidade de controlo da PRM/FIR.
Os pleitos eleitorais precisam de uma PRM/FIR longe das urnas e isto faz-se com paz efectiva.
Se alguém quer promover acções de violência que justifiquem a acção policial, isso deve ser entendido como um esforço antidemocrático de conquista e manutenção do poder.
Não se podem repetir os espectáculos do passado recente em que carros blindados circularam em ruas e avenidas moçambicanas afugentando eleitores das urnas. Não se podem repetir detenções de membros influentes da oposição para propiciar uma actuação livre de fiscalização, por parte dos membros do partido no poder.
Não agir hoje significa a preparação de condições para a viciação dos resultados eleitorais, e isso poderá trazer consequências explosivas.
É bem recente e fresco o cessar-fogo da segunda guerra civil de Moçambique.
Desta vez, não foram as forças do “apartheid” nem do imperialismo que apoiaram a Renamo, como advogam alguns “brilhantes” políticos e analistas.
Haja sensatez e trabalhe-se na educação e controlo da propaganda político-eleitoral, no controlo dos activistas eleitorais.
Afinal a democracia não se constrói com agentes provocadores nem com brigadas de choque.
As altas autoridades acima mencionadas têm nas suas mãos trabalhar de forma diligente e eficaz para travar a barbárie político-eleitoral.
Embebedar jovens e lançá-los como escudos eleitorais ou munições para atacar a oposição não corresponde à vontade de paz propalada pela propaganda de alguns partidos políticos.
Queremos acção hoje, e não amanhã, da CNE/STAE, PRM/FIR e da PGR.
Finalmente, apelamos para que o Presidente da República intervenha com celeridade neste assunto de extrema importância nacional.
A prioridade é a manutenção da PAZ.
(Noé Nhantumbo, Canalmoz)
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