Os líderes das ligas juvenis da Frelimo, Renamo e do Movimento Democrático de Moçambique defendem a observância da lei como forma de evitar a violência durante os processos eleitorais. A posição destes foi expressa durante a Conferência sobre Prevenção da Violência Político-Eleitoral, organizada pelo Parlamento Juvenil.
Entre trocas de acusações sobre quem promove actos violentos, os líderes juvenis da Frelimo, MDM e Renamo, bem como cerca de duas dezenas de outros jovens, debruçaram-se sobre a matéria.
Na ocasião, o presidente da Liga Juvenil do MDM e porta-voz do partido, Sande Carmona, apontou os agentes da Polícia de Protecção como principais promotores da violência em período eleitoral.
Carmona disse ainda que os casos que ocorrem no período em alusão e que, por vezes, resultam na morte de inocentes, permanecem impunes. Tal facto, acontece porque "quem deve julgar é quem manda matar e por isso não há responsabilização".
O líder juvenil do MDM entende que a polícia moçambicana, no exercício da suas funções, tem-se furtado de respeitar a lei para obedecer comandos de figuras hierarquicamente superiores interessadas nessas ondas de violência político-eleitoral.
"Os agentes da polícia estão para cumprir ordens de quem os admitiu para a polícia. Esquecem que polícia está para servir a todos os moçambicanos, da Renamo, do MDM, da Frelimo e de quem não está filiado a partidos e que por isso devem seguir a lei".
Diante disse situação, este atribui à Comissão Nacional de Eleições (CNE) o papel de formar os agentes da lei e ordem sobre o comportamento a adoptar durante o pleitos. "O processo eleitoral é regido por uma lei específica e se a própria polícia não conhece a tal lei, como é que se pode esperar uma melhor actuação desses agentes? É necessário que a CNE tome a peito a formação dos agentes da polícia para não obedecer a ordens quando estas contrariam a lei", instou.
Por sua vez, a líder da juventude da Renamo e deputada da Assembleia da República, Ivone Soares, defende que só a observância da lei poderá garantir tolerância zero à violência nos pleitos eleitorais. "Se se respeitar a lei não haverá violência," assevera.
Prosseguindo, afirma, "os direitos dos candidatos, dos observadores, dos delegados e de outros intervenientes devem ser conhecidos para serem respeitados" pois o desconhecimento da lei dá lugar a atropelos graves.
De acordo com Soares, se todos os intervenientes dos processos políticos "respeitarem as regras de jogo político", estarão criadas as condições para que haja tolerância zero à violação. Na mesma senda, ela chama atenção à cobertura jornalística que deve ser isenta e objectiva.
Por seu turno, o deputado da Frelimo, Félix Sílvia, que esteve no evento em representação do secretário da Organização da Juventude Moçambicana, disse que os jovens da Frelimo em períodos da campanha procuram criar a sua própria segurança para evitar violência, porque na campanha acontecem actos que não abonam a favor da democracia.
A Verdade
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