O líder da RENAMO diz que a despartidarização das Forças Armadas é crucial para o fim do conflito no país. A declaração segue-se a novos confrontos entre as forças governamentais e homens armados alegadamente da RENAMO.
As forças governamentais moçambicanas registaram esta terça-feira (22.04) dois mortos e quatro feridos nas suas fileiras num confronto com supostos homens armados da RENAMO, na região de Nhalunga, província central de Sofala.
As forças governamentais moçambicanas registaram esta terça-feira (22.04) dois mortos e quatro feridos nas suas fileiras num confronto com supostos homens armados da RENAMO, na região de Nhalunga, província central de Sofala.
O chefe da delegação do Governo nas negociações com a RENAMO, José Pacheco, atribuiu a iniciativa do ataque ao maior partido da oposição.
"A RENAMO perpetrou o ataque a uma coluna militar e o Governo vai manter a sua postura de ter Forças de Defesa e Segurança que se defendem e defendem os moçambicanos", afirmou José Pacheco.
Por sua vez, a RENAMO, na voz do seu negociador chefe, Saimone Macuiane, disse que o seu partido não realiza ataques desde janeiro último. Macuiane apelou ao Governo moçambicano para fazer o mesmo: "Enquanto discutimos a vinda da comunidade internacional, não gostaríamos que nenhum cidadão moçambicano continuasse a morrer."
RENAMO só responde a ataques, diz Dhlakama
Este posicionamento de Saimone Macuiane é igualmente defendido pelo líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, numa entrevista publicada esta quarta-feira (23.04) pelo jornal Canal de Moçambique.
Dhlakama, que continua em parte incerta, disse que a RENAMO se tem limitado a responder quando é atacada. Negou ainda que os seus homens armados tenham atacado recentemente um comboio de mercadorias da empresa brasileira Vale Moçambique, afirmando que o conflito entre a FRELIMO e a RENAMO não pode inviabilizar o desenvolvimento do país.
Paridade nas Forças Armadas
O ataque desta terça-feira registou-se numa altura em que há um impasse na mesa negocial, na sequência da exigência da RENAMO, rejeitada pelo Governo, de paridade na composição e liderança das Forças de Defesa e Segurança.
O representante do Governo, José Pacheco, diz que há não qualquer possibilidade do executivo ceder à exigência da RENAMO. Ao contrário do que aconteceu com os órgãos eleitorais, segundo José Pacheco, "este princípio de paridade não se aplica de nenhuma forma às Forças de Defesa e Segurança de Moçambique."
Na sua entrevista ao Canal de Moçambique, o líder da RENAMO diz, por seu lado, que, ao defender paridade nas Forças de Defesa e Segurança, o seu partido está apenas a exigir a aplicação do que foi acordado em Roma.
Na sua entrevista ao Canal de Moçambique, o líder da RENAMO diz, por seu lado, que, ao defender paridade nas Forças de Defesa e Segurança, o seu partido está apenas a exigir a aplicação do que foi acordado em Roma.
"Tudo pode ser resolvido com a reintegração dos homens da RENAMO, que, depois de integrarem as Forças de Defesa e Segurança passaram a ser excluídos a partir do ano 2000", afirmou Dhlakama.
O líder da RENAMO reiterou que se compromete a desarmar os seus homens caso se concretize a despartidarização das forças governamentais.
Já Saimone Macuiane disse que, se isso acontecer, haverá "maior confiança entre as partes e, a partir dessa altura, a RENAMO nem sequer precisará de ficar com uma espingarda de caça, sequer."
Sobre as eleições gerais agendadas para 15 de outubro próximo, o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, disse acreditar que as mesmas possam ter lugar na data prevista, desde que seja alcançado um acordo sobre o modelo das forças governamentais nas negociações em curso.
Entretanto, reafirmou que a RENAMO não irá permitir a realização das eleições sem a sua participação no escrutínio.
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