O Governo de Moçambique e o maior partido da oposição, Renamo, atiram um contra o outro acusações sobre quem terá sido o autor das provocações que deram origem ao intenso tiroteio, na manha de terça-feira (22), na Serra de Gorongosa, província de Sofala, e que forçaram a população a abandonar a zona e refugiar-se na vila de Gorongosa, que dista cerca de 27km do local do confronto.
Durante o briefing com os jornalistas após uma ronda de diálogo que terminou num impasse, o chefe da delegação do Governo, José Pacheco, repudiou os confrontos e apontou os homens da Renamo como autores dos mesmos.
Depois de referir que o tiroteio iniciou quando homens, alegadamente da Renamo, atacaram uma coluna de logística das Forças de Defesa e Segurança, a fonte do Governo sublinhou que o objectivo deste partido "é de continuar a matar".
"Esta Renamo que vemos aqui e na Assembleia da República de colarinho branco é a mesma que pretende entreter-nos no diálogo, mas no fundo a sua essência é de um partido sanguinário e violento", disse Pacheco.
Por sua vez, a delegação da Renamo, através do seu chefe, Saimone Macuiane disse que a informação que possuía era de que "em nenhum momento os homens da Renamo teriam provocado as Forças de Defesa e Segurança, mas o contrário teria acontecido". Macuiane esclareceu, porém, que a equipa não havia ainda recebido uma informação oficial sobre o incidente.
Depois da ocorrência do confronto, uma ambulância militar deu entrada no Hospital Rural de Gorongosa. Entretanto, os militares, para além de cercarem a unidade sanitária e fortificarem as medidas de segurança, impediram a entrada das pessoas que acompanhavam os feridos. Há registo de dois militares mortos e cinco feridos.
Informações não confirmadas dão conta de que as FDS semearam minas na Serra de Gorongosa com o objectivo de precipitar a morte do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que desde Outubro do ano passado está em parte incerta, pese embora alguma opinião afirme que ele está escondido no local em alusão.
Nenhuma das partes envolvidas no conflito, o Governo e a Renamo, reivindicou ainda o ataque. Entretanto, refira-se que os ataques à Serra de Gorongosa não são recentes, pois as FDS acreditam que o líder da Perdiz está naquele lugar.
Este confronto segue-se ao registado na madrugada desta segunda-feira (21), na localidade de Caphirizage, no posto administrativo de Zobué, no distrito de Moatize (Tete), onde um grupo de homens armados, supostamente da Renamo, protagonizou um ataque a um posto policial, tendo abatido um membro de policiamento Comunitário.
A Verdade
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