Por Edwin
Hounnou
Não se sabe por que motivos o jornalista Atanásio
Marcos, da Televisão de Moçambique, TVM, montou uma feia encenação, na noite do
07 de Maio de 2013, para desacreditar a Renamo. Para esse efeito, chamou um grupo
de comentaristas patriotas, de fervor
pelo partido dos camaradas é do conhecimento público, e convidou Fernando
Mazanga, porta-voa da Renamo, para se sentar entre os lobos do regime. Como se
isso bastasse, o moderador Marcos, suposto imparcial, sufocava Mazanga,
retitava, constantemente, a palavra, passando-a aos comentaristas patriotas, conferindo-lhes, desse modo, uma vantagem
fraudulenta.
O programa de Marcos visava, na essência, desacreditar
a Renamo perante o povo que está a zombar o governo do dia devido à sua
intolerância política, exclusão sócio-económica, limitação das liberdades
constitucionais dos cidadãos moçambicanos, como de expressão, de reunião e de
manifestação, utilizando a Força de Intervenção Rápida que serve de tábua de
salvação de um regime em apuros. Há motivos bastantes para se processar
criminalmente, em instâncias internacionais, o Governo de Moçambique por
desrespeitar, de forma sistemática, os princípios elementares da Constituição
da República que o seu próprio partido aprovou.
Pouco se podia esperar de Marcos depois que se retirou
da espectaculosa stv para a TVM. EP, onde, como em todas as demais empresas
públicas, os grandes camaradas desfazem, sabia-se que, sempre, havia de
apitar a favor do partidão e dos seus dirigentes tenham ou não
razão. Agrupar engraxadores a fim de enxovalharem um representante de um
partido legal e com representação parlamentar, disso não se esperava de Marcos
que tanto se evidenciou pelo jornalismo equilibrado, sério e de referência.
Custa construir um bom nome ou uma boa imagem, mas, para deitá-la abaixo, basta
piscar errado durante um segundo.
O nosso amigo Marcos acabou derrubando a sua própria
imagem que construiu, com muito sacrifício,
ao longo de vários anos de trabalho. Agora, passou de bom
jornalista/apresentador da TV que se tinha dele para um jornalista
colaboracionista de um regime em agonia que faz truques fraudulentos para se
manter no poder. Passou a integrar o grupo dos ditos patriotas que tentam lavar a imagem de um governo que serve da
polícia para reprimir as manifestações pacíficas e manda queimar delegações de
partidos da oposição nem permite que outras formações trabalhem de maneira
livre em todo o território nacional.
Organizar um debate de enxovalhamento político numa TV
pública é faltar respeito aos contribuintes do Tesouro. Para difundir as suas
falácias, o partido Frelimo, querendo, pode montar sua radiotelevisão onde os
seus jornalistas/comentaristas patriotas
poderiam difundir mentiras e calúnias do seu partido. A taxa de radiodifusão
que os automobilistas pagam não deve servir para dar vantagens ilícitas a um
partido pelo facto de este ser governo. Atanásio Marcos entrou mesmo no mato.
(Publicado
no MAGAZINE INDEPENDENTE de 28 de Maio de 2013, edição N°319)
No comments:
Post a Comment