Queremos que Moçambique seja cada vez mais uma sociedade participada, aberta e descentralizada, onde haja maior número possível de pessoas a participar na procura de soluções para os inúmeros problemas que lhes apoquentam no seu dia-a-dia.
Onde não haja sempre discursos grandiloquentes, que nada têm a ver com o quotidiano de cada um de nós. Uma sociedade participada que se traduza na compreensão sem deixar o tempo fugir, por exemplo, para que o diálogo entre o executivo e os médicos e outro pessoal da saúde ponha fim definitivo à greve que, parecendo que não, está a provocar grandes transtornos aos utentes dos estabelecimentos hospitalares.
E por falar em diálogo dizer que é com grande orgulho que os moçambicanos são referidos como um exemplo no mundo (é preciso que isto seja sempre repetido) de reconciliação, depois do fim de uma longa e fratricida guerra através desse processo. E não parece que será desta vez que não se conseguirá um desfecho positivo entre o Governo, os médicos e outro pessoal de saúde.
Porém, se na realidade sentimo-nos orgulhosos de pertencermos a esta grande nação democrática, por em parte nos tempos que correm, felizmente, termos o diálogo como “arma” importante para a resolução dos nossos problemas, também precisamos de compreender que esse diálogo de que se fala todos os dias, que se apela aconteça efectivamente, não nos distraia das verdadeiras responsabilidades das partes envolvidas, produza sim, resultados visíveis o mais rápido possível.
Sem optar pela análise tendenciosa tanto na forma quanto no conteúdo, reitero que é preciso que os ilustres médicos e outro pessoal da saúde tenham consciência profunda e tranquila em relação à sua função e competência de modo a facilitarem as coisas no diálogo que deve prevalecer.
Certamente que haverá ou há lições a tirar desta greve por parte do executivo, que eventualmente consciencializarão ainda mais aos nossos dirigentes a verem doutra forma a situação do sector da saúde no país.
Portanto, este diálogo é uma grande oportunidade de parte a parte e sem que ninguém precise de perder a face e orgulho como cidadão deste país, reforçar o consenso negocial alargado que terá sempre de ser uma condição “sine qua non” para que a nossa pátria caminhe sem rupturas trágicas no sector da saúde de que todos precisamos e dependemos para trabalharmos em prol do desenvolvimento de Moçambique.
- Mouzinho de Albuquerque, Notícias
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