Saturday, 22 June 2013

Paz acima de tudo!

O ACORDO Geral de Paz foi o que os moçambicanos melhor fizeram para que pusessem fim as hostilidades. Hoje, 21 anos depois que as armas calaram, Moçambique começa viver em ambiente de instabilidade que ameaça a paz, a segurança, a estabilidade e a confiança pelo seu futuro, conquistada ao longo deste período.
 
O ódio, a intolerância, a vingança e a violência que prevaleciam no seio das partes beligerantes, estão a começar a aparecer na flor da pele, depois que os métodos democráticos estão sendo postas de lado, recorrendo-se a as armas para forçar posicionamentos políticos. A liberdade de expressão, de associação, de opinião, de imprensa e tudo quanto a democracia permite, não estão a ser suficientes para criar um ambiente de paz e concórdia entre os moçambicanos.
Já vão 21 anos que os moçambicanos deixaram de acordar aos tiroteios, de barbaridades, lhes empresta um certo alento. A pobreza que continuava assim a ser o nosso principal inimigo na actualidade contra a qual tudo deveríamos continuar a fazer visando a sua erradicação, está sendo acrescida por actos de violência armada que estão a emergir.
Na verdade, não há paz numa situação de pobreza e não há harmonia com fome. Uma vez identificado o nosso inimigo agora, deveríamos sim dedicar todas as atenções a este novo inimigo, devendo o Governo e a RENAMO discutirem as suas diferenças em ambiente próprio, sem precisar de renovar o luto, a dor e a angústia que já íamos esquecendo.
Quero aqui e agora aproveitar a oportunidade para lançar um apelo as partes (GOVERNO/RENAMO) no sentido de perceberem que o povo não deve continuar a ser o colchão das suas diferenças, das suas intolerâncias, da falta de união na diversidade. O sofrimento do passado deve nos ensinar a sermos cada vez mais sensatos e opostos a ideias belicistas e de intolerância.
O que deve mudar aqui, na minha singela opinião é a postura das lideranças as quais, provavelmente, não estarão a avaliar de forma mais suscita, correcta e sensata a tendência da opinião pública e dos “opinion mecas”.
Na verdade ninguém quer a guerra, dai que todos querem que se alcancem consensos satisfatórios a prevalência da paz, da unidade nacional, da tolerância e da convivência sã e harmoniosa. Em nome da democracia, da tolerância, da compressão e da convivência multipartidária, não vejo o que leva aos desacordos.
Uma vez termos aceitado a paz, seria justo que continuássemos a festejá-la, a consolidá-la e a lutar pela sua defesa e manutenção. As trocas de tiros, assassinatos, assaltos e roubo de material bélico, as ameaças de interromper a circulação de pessoas e bens, não devem prevalecer.
Que haja flexibilidade na analise e solução das diferenças e m nome da paz, da nossa cidadania, da democracia, da coesão e unidade na diversidade e em nome da tolerância. Viva a paz! Que a paz esteja acima de todos os outros interesses. Por cima da paz não deve haver nada mais importante.

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