Chegados aqui, é legítimo e patriótico perguntar o que falta acontecer mais a este povo para perceber, de uma vez por todas, que precisa de acordar e defender o país? Alguém ainda acredita mesmo que, com esta gente no poder, seremos um dia, um país normal? Não está suficientemente provado que esta gente é incapaz? Que substância entorpecente foi administrada a este povo, ao ponto de consentir tamanha barbaridade governamental? Como é que possível que o povo assista sereno ao sequestro de um país, das suas aspirações, dos seus sonhos e do seu futuro? Se o povo não defender o país, quem o defenderá?
Roubam-nos. Matam-nos, depois aparecem com lições de moral. E até dizem que o problema é que o povo não produz, como que se tudo o que roubaram não fosse produção deste povo.
Mas, na nossa modesta opinião, o que os motiva nessa empreitada de destruição e de subalternização de todo um povo é a possibilidade de cometerem todos estes crimes e continuarem impunes, porque o povo, o dono da soberania, vai-lhes estendendo tapete vermelho e faz fila para receber os certificados de estupidez colectiva que esta gente vai emitindo para todos, a cada acto arrepiante.
Na nossa modesta opinião, o que motiva a Frelimo a aprofundar com afinco o programa da destruição é essa passividade colectiva deste povo, que vai fazendo claque aos destruidores. Se a organização que está no poder perdeu o orientação e adoptou o roubo e a matança como seu programa, é porque descobriu
que, com este povo, ainda é possível fazer o pior e continuar no poder.
A organização que está no poder percebeu que está a lidar com 23 milhões de idiotas e tem quase a certeza de que continuará a roubar e a matar mantendo-se impune. Muito honestamente, analisando bem o que se está a passar neste país, é fácil concluir que não é o partido no poder que é excessivamente brutal. É o povo que é excessivamente cúmplice do programa de destruição do país. Enquanto o povo não se mobilizar para bloquear os destruidores, está a concordar com eles. É esta apatia colectiva que inspira os que estão no poder a prosseguirem com o programa de estrangulamento. Nenhum moçambicano está isento de responsabilidades sobre o que está a acontecer. Permitimos demais. E eles aperceberam-se de que podem ir mais ao fundo, que o povo continuará a venerar a estupidez e a apatia. Por isso perguntamos: o que mais é preciso acontecer a este povo? É hora de acordar. Se isto continuar assim, somos equiparados a eles. Enquanto eles escangalham o país, nós assistimos do cimo da almofada da cumplicidade.
(Excerto do Editorial, Canalmoz / Canal de Moçambique, 7 de Outubro de 2016 )
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