Dhlakama pressionado
Agora a única maneira de agir “é continuar a lutar até chegarmos ao objectivo
de devolvermos a paz e a democracia em Moçambique
O líder da Renamo, Afonso
Dhlakama, diz que a delega-
ção do seu partido na Comissão
Mista está pronta para retomar
as sessões de diálogo
com a contraparte do Governo
em Maputo, apesar do homicídio
do seu representante
nessas conversações, Jeremias
Pondeca Munguambe.
“Estamos à espera de podermos continuar com as negociações a partir de segunda- -feira, em Maputo”, disse Dhlakama, em declarações à agência Lusa, lembrando que todas as partes devem aceitar que “a paz é sagrada para o povo de Moçambique”.
“Vamos continuar em pé, vamos continuar a lutar para a democracia, para que haja de facto alternância governativa”
“Estamos à espera de podermos continuar com as negociações a partir de segunda- -feira, em Maputo”, disse Dhlakama, em declarações à agência Lusa, lembrando que todas as partes devem aceitar que “a paz é sagrada para o povo de Moçambique”.
“Vamos continuar em pé, vamos continuar a lutar para a democracia, para que haja de facto alternância governativa”
Alguns analistas consideram
que a posição de Dhlakama
reflecte a “pressão” em que
está submetida a Renamo
em diversas vertentes, sendo
a mais “pesada” de todas
a liquidação física e selectiva
de membros influentes
seus, executada por supostos
“esquadrões da morte”
sem rosto, activos à escala
nacional.
A mais recente e preponderante vítima desses supostos “esquadrões da morte” é Jeremias Pondeca, membro do Conselho de Estado, da delegação da Renamo no diálogo político com o Governo da Frelimo e antigo deputado da Assembleia da República (1995-2004), cruelmente abatido numa zona nobre de Maputo, na manhã de 8 de Outubro, por indivíduos desconhecidos que terão sobre si disparado três vezes, quando a vítima fazia a sua ginástica de rotina no “calçadão”.
Agora a única maneira de agir “é continuar a lutar até chegarmos ao objectivo de devolvermos a paz e a democracia em Moçambique”, com as instituições judiciais a funcionarem de modo a fazer “vingar a nossa democracia”, disse Dhlakama.
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, considerou uma “tragédia” o homicídio de Pondeca, antigo membro da Renamo desde a clandestinidade.
“Era um homem forte do partido e um grande homem”, disse Afonso Dhlakama, considerando que o assassinato de Pondeca “foi uma tragédia triste” para os familiares mas também para o partido, onde era “um pilar”.
Dhlakama lembrou que vários membros do seu partido têm sido executados nos últimos meses, acusando o partido governamental desde a independência de Moçambique em 1975, Frelimo, de estar a tentar fazer fracassar as negociações.
“Vamos continuar em pé, vamos continuar a lutar para a democracia, para que haja de facto alternância governativa”, disse Afonso Dhlakama, sublinhando que seria “cobardia” desistir agora, prometendo a continuação da luta “pela democracia” e para “reformar o regime”.
Com “a Frelimo no poder, situações como estas vão continuar. Não estou a fazer propaganda, é a realidade que vivemos no nosso país”, mas “queremos trabalhar no sentido de fazer com que o regime se reforme e haja uma democracia funcional”, disse.
Dhlakama nega “fragilidades”
Afonso Dhlakama rejeitou alegações de que esteja com problemas de saúde, veiculadas por alguns meios em Moçambique, de resto um exercício não inédito.
Igualmente têm circulado informações segundo as quais a Renamo passa por múltiplas e cavadas dificuldades, incluindo quebra de comunicações entre forças no terreno, no abastecimento das suas unidades (armas, víveres e medicamentos) e nas ligações entre as zonas controladas e o exterior, incluindo Gorongosa.
Sem esclarecer onde vive, o líder da Renamo disse que continua em contacto permanente com o partido. Consta, efectivamente, que mesmo esta semana Dhlakama falou em teleconferência com os seus principais seguidores a partir da “parte incerta” para Maputo. Dhlakama, que está em dita “parte incerta” desde Fevereiro, lamentou que os vários casos de morte “a sangue-frio” dos seus membros não tenham sido esclarecidos, acusando o partido Frelimo e o regime de Maputo de estarem a encobrir os executores.
“Já são centenas e centenas de pessoas que são baleadas em Maputo, na Beira, em Tete, em Manica, e em quase um pouco por todo o país”. E “os autores não são encontrados, não são encontrados porquê? Porque têm a cobertura do próprio Estado e do próprio partido no poder”, acusou Afonso Dhlakama.
A mais recente e preponderante vítima desses supostos “esquadrões da morte” é Jeremias Pondeca, membro do Conselho de Estado, da delegação da Renamo no diálogo político com o Governo da Frelimo e antigo deputado da Assembleia da República (1995-2004), cruelmente abatido numa zona nobre de Maputo, na manhã de 8 de Outubro, por indivíduos desconhecidos que terão sobre si disparado três vezes, quando a vítima fazia a sua ginástica de rotina no “calçadão”.
Agora a única maneira de agir “é continuar a lutar até chegarmos ao objectivo de devolvermos a paz e a democracia em Moçambique”, com as instituições judiciais a funcionarem de modo a fazer “vingar a nossa democracia”, disse Dhlakama.
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, considerou uma “tragédia” o homicídio de Pondeca, antigo membro da Renamo desde a clandestinidade.
“Era um homem forte do partido e um grande homem”, disse Afonso Dhlakama, considerando que o assassinato de Pondeca “foi uma tragédia triste” para os familiares mas também para o partido, onde era “um pilar”.
Dhlakama lembrou que vários membros do seu partido têm sido executados nos últimos meses, acusando o partido governamental desde a independência de Moçambique em 1975, Frelimo, de estar a tentar fazer fracassar as negociações.
“Vamos continuar em pé, vamos continuar a lutar para a democracia, para que haja de facto alternância governativa”, disse Afonso Dhlakama, sublinhando que seria “cobardia” desistir agora, prometendo a continuação da luta “pela democracia” e para “reformar o regime”.
Com “a Frelimo no poder, situações como estas vão continuar. Não estou a fazer propaganda, é a realidade que vivemos no nosso país”, mas “queremos trabalhar no sentido de fazer com que o regime se reforme e haja uma democracia funcional”, disse.
Dhlakama nega “fragilidades”
Afonso Dhlakama rejeitou alegações de que esteja com problemas de saúde, veiculadas por alguns meios em Moçambique, de resto um exercício não inédito.
Igualmente têm circulado informações segundo as quais a Renamo passa por múltiplas e cavadas dificuldades, incluindo quebra de comunicações entre forças no terreno, no abastecimento das suas unidades (armas, víveres e medicamentos) e nas ligações entre as zonas controladas e o exterior, incluindo Gorongosa.
Sem esclarecer onde vive, o líder da Renamo disse que continua em contacto permanente com o partido. Consta, efectivamente, que mesmo esta semana Dhlakama falou em teleconferência com os seus principais seguidores a partir da “parte incerta” para Maputo. Dhlakama, que está em dita “parte incerta” desde Fevereiro, lamentou que os vários casos de morte “a sangue-frio” dos seus membros não tenham sido esclarecidos, acusando o partido Frelimo e o regime de Maputo de estarem a encobrir os executores.
“Já são centenas e centenas de pessoas que são baleadas em Maputo, na Beira, em Tete, em Manica, e em quase um pouco por todo o país”. E “os autores não são encontrados, não são encontrados porquê? Porque têm a cobertura do próprio Estado e do próprio partido no poder”, acusou Afonso Dhlakama.
Outras vítimas/atentados
recentes de destaque
– Em 22 de Setembro foi assassinado
Armindo Nguche,
membro da Assembleia Provincial
de Tete e delegado
político distrital da Renamo;
– No dia 8 de Setembro deste 2016, a chefe da bancada parlamentar da Renamo, Maria Ivone Soares, foi alvo de intimidação ou atentado falhado;
– Em Julho foi raptado em plena luz do dia, na sua residência na cidade de Chimoio, capital da província central de Manica, Manuel Francisco Lole, quadro sénior da Renamo, então membro da Comissão Política do partido e antigo deputado da Assembleia da República e ex-membro do Conselho de Estado. Desde então desconhece-se o seu paradeiro e há fortes suspeitas de que a vítima terá sido posteriormente assassinada;
– Em Abril foi assassinado, à saída do Aeroporto Internacional da Beira (Sofala), José Manuel, juntamente com dois acompanhantes; era quadro sénior da Renamo e membro do Conselho de Segurança do Estado;
– Em Janeiro, na cidade da Beira, o secretário-geral da Renamo e deputado da Assembleia da República, Manuel Bissopo, sobreviveu quase que misteriosamente a um atentado, que vitimou o seu segurança pessoal;
A forma espantosa como Bissopo saiu vivo desta emboscada em plena cidade da Beira levou a presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo (Frelimo), a dizer, em plena sessão plenária do Parlamento, ao secretário-geral da Renamo para “agradecer a Deus” pela protecção prestada...
Para além do próprio líder da Renamo, Afonso Dhlakama, alvo de ciladas nítidas e violentíssimas (12 e 25 de Setembro de 2015, em Manica), haviam sido assassinados o académico e constitucionalista Gilles Cistac (3 de Março), que mantinha posições próximas da Renamo em relação à descentralização/despartidarização do Estado.
Não existem resultados das investigações, nem suspeitos em qualquer destes casos. Tudo indicando tratarem-se, na maioria dos casos, de indivíduos especificamente contratados para o efeito (“esquadrões da morte”).
Em ambientes reservados alguns elementos da Renamo apontam um desertor das suas fileiras – deliberadamente omitimos aqui o respectivo nome e alcunha – como sendo um dos dirigentes dos ditos “esquadrões da morte” que têm andado a dizimar seguidores de Afonso Dhlakama.
Argumentam as suas suspeitas com “evidências” de envolvimento do dito desertor em eventos de tentativas de raptos/assassinatos registados (e datados) em alguns locais do país, incluindo na cidade da Beira. O tal suspeito é um exoficial da Renamo que teria fugido para Malaui quando Dhlakama ordenou a sua busca/detenção por alegados desmandos de vária ordem contra civis. Posteriormente, foi detido pelas autoridades malauianas e enviado para Maputo. Teria sido “recuperado” pelas autoridades/Frelimo, com as quais hoje supostamente colabora.
Correio da Manhã , 14/10/2016
– No dia 8 de Setembro deste 2016, a chefe da bancada parlamentar da Renamo, Maria Ivone Soares, foi alvo de intimidação ou atentado falhado;
– Em Julho foi raptado em plena luz do dia, na sua residência na cidade de Chimoio, capital da província central de Manica, Manuel Francisco Lole, quadro sénior da Renamo, então membro da Comissão Política do partido e antigo deputado da Assembleia da República e ex-membro do Conselho de Estado. Desde então desconhece-se o seu paradeiro e há fortes suspeitas de que a vítima terá sido posteriormente assassinada;
– Em Abril foi assassinado, à saída do Aeroporto Internacional da Beira (Sofala), José Manuel, juntamente com dois acompanhantes; era quadro sénior da Renamo e membro do Conselho de Segurança do Estado;
– Em Janeiro, na cidade da Beira, o secretário-geral da Renamo e deputado da Assembleia da República, Manuel Bissopo, sobreviveu quase que misteriosamente a um atentado, que vitimou o seu segurança pessoal;
A forma espantosa como Bissopo saiu vivo desta emboscada em plena cidade da Beira levou a presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo (Frelimo), a dizer, em plena sessão plenária do Parlamento, ao secretário-geral da Renamo para “agradecer a Deus” pela protecção prestada...
Para além do próprio líder da Renamo, Afonso Dhlakama, alvo de ciladas nítidas e violentíssimas (12 e 25 de Setembro de 2015, em Manica), haviam sido assassinados o académico e constitucionalista Gilles Cistac (3 de Março), que mantinha posições próximas da Renamo em relação à descentralização/despartidarização do Estado.
Não existem resultados das investigações, nem suspeitos em qualquer destes casos. Tudo indicando tratarem-se, na maioria dos casos, de indivíduos especificamente contratados para o efeito (“esquadrões da morte”).
Em ambientes reservados alguns elementos da Renamo apontam um desertor das suas fileiras – deliberadamente omitimos aqui o respectivo nome e alcunha – como sendo um dos dirigentes dos ditos “esquadrões da morte” que têm andado a dizimar seguidores de Afonso Dhlakama.
Argumentam as suas suspeitas com “evidências” de envolvimento do dito desertor em eventos de tentativas de raptos/assassinatos registados (e datados) em alguns locais do país, incluindo na cidade da Beira. O tal suspeito é um exoficial da Renamo que teria fugido para Malaui quando Dhlakama ordenou a sua busca/detenção por alegados desmandos de vária ordem contra civis. Posteriormente, foi detido pelas autoridades malauianas e enviado para Maputo. Teria sido “recuperado” pelas autoridades/Frelimo, com as quais hoje supostamente colabora.
Correio da Manhã , 14/10/2016
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