Wednesday, 12 October 2016

Mediadores internacionais pedem ao Governo e Renamo compromisso com a paz


O coordenador dos mediadores internacionais das negociações de paz em Moçambique exortou o Governo e a Renamo a assumirem um compromisso com a paz, para honrar Jeremias Pondeca, negociador pelo principal partido da oposição, assassinado no passado Sábado.
"Todas as partes devem continuar com o empenho na busca de paz, assumir um compromisso com a paz é a melhor maneira de honrar a memória de Jeremias Pondeca", afirmou Mario Raffaelli, indigitado pela União Europeia para o processo negocial moçambicano, em declarações aos jornalistas, no final do velório do membro da delegação da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e conselheiro de Estado.
O velório de Jeremias Pondeca contou com a presença do chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, do antigo chefe de Estado Armando Guebuza, deputados das três bancadas da Assembleia da República e titulares de órgãos de soberania.
Segundo a polícia moçambicana, Jeremias Pondeca foi baleado com vários tiros na manhã de Sábado, quando fazia exercícios físicos na praia da Costa do Sol, na marginal de Maputo, por desconhecidos, mas o seu corpo foi identificado somente no Domingo pela família e por membros da Renamo na morgue do Hospital Central de Maputo.
A morte de Pondeca segue-se a uma onda de assassinatos de membros da Renamo e da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder), sobretudo nas zonas onde se registam confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado do principal partido de oposição.
Os dois principais partidos moçambicanos têm-se acusado de assassínios políticos, no contexto da actual violência militar, desencadeada pela recusa da Renamo de aceitar os resultados das eleições gerais de 2014.
A Renamo exige governar as seis províncias do centro e norte do país onde reivindica vitória eleitoral, acusando a Frelimo de fraude no escrutínio.
Governo e Renamo estão em negociações visando o fim dos confrontos, na presença de mediadores internacionais, mas ainda não lograram nenhum entendimento em relação às matérias da agenda do diálogo em curso.




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