Tensão político-militar
O clima de instabilidade político-militar está cada vez mais intenso. Além do Centro do país, espaço em que era habitual se testemunhar ataques, Niassa - já no Norte - foi um dos pontos escalados pela ofensiva atribuída às forças armadas da Renamo. Analisando o recrudescimento dos ataques nas últimas horas, Tomás Vieira Mário é da opinião que o fenómeno é mostra que o diálogo ainda está longe de amadurecer e de que as partes (Governo e Renamo) ainda têm as posições difíceis de conciliar.
“A forma de exprimir essa discrepância de posições nos é dada por via das armas”, o jornalista defende a sua posição tendo como exemplo a repentina expansão da Renamo a distritos longínquos como Maúa, Mopeia e outras. Para o analista, o partido de Afonso Dhlakama está a fazer uma declaração de força, porque os processos de diálogo estão extremados. “E agora, no intervalo para a próxima sessão, há uma espécie de musculatura em cada parte para preparar o diálogo”, lamenta.
Tomás Vieira Mário vê esses conflitos como um “grande vilão” para a economia. “Só o pânico que cria nas pessoas é um factor de retracção, as pessoas não viajam e não circulam, para muita força económica do país para não falar de destruição de infraestruturas”, frisa, e acrescenta que a tensão vem agudizar a crise económica que já lá vem há algum tempo.
O analista critica também os discursos dos políticos que dizem não haver motivos de preocupação pela ida dos mediadores. “Não há como não se preocupar, a situação está tão dramática que todos estão espectantes sem saber qual é a visão de amanhã”.
Ainda na sua locução, Tomás Vieira Mário é da opinião de que o país está a precisar de um fôlego novo, rápido e imediato, senão, “continuaremos a ter graves situações económicas porque a guerra é um factor de inibição da economia”, como os exemplos que avança são disso prova: “os camiões não vão mais ao distrito, portanto não circula a economia; os comerciantes que traziam produtos de Sul a Norte e vice-versa não mais vão viajar (não viajam a bastante tempo).
Sobre o diálogo-político, Tomás Vieira Mário diz que os mediadores estrangeiros não encontraram na mesa as partes com os argumentos apurados e composições que dão espaço para medição. Portanto, neste intervalo, o trabalho que ficou é de “cada uma apurar melhor a sua linguagem e seu argumento, mas, sobretudo, encontrar espaço para acomodar e acolher de algum modo o que outro quer, ambas as partes têm esse dever”.
O País
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